one

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Quando se é criança, acreditamos na existência de anjos, demonios, vampiros, espiritos e tudo que é coisa. A gente cresce e passa a desacreditar nessas coisas. Bom. Eu desacreditei. Mas e se eu te disesse que tudo isso é real? Só não da forma que acreditavamos. Eu vou te contar uma história...

O relógio da cidade badalava meia noite. As luzes deixavam a cidade movimentada com o céu em um tom de púrpura acobreado. Por mais tarde que estava, a cidade não dormia. De fato, era a hora de realmente acordar.
A garota de cabelos longos e negros caminhava dominante pelo calçamento. Seus coturnos gastos batiam firmemente no chão, e suas mãos se mantinham no bolso do sobretudo escuro. Correntes pendiam de sua cintura e tintilavam com seus passos, e o vapor de sua respiração subia em contraste com a noite fria. Seus olhos possuíam uma maquiagem pesada, o contrario dos lábios pálidos.
A medida que ela caminhava, sombras e vultos se uniam a ela. Ela prossegue pela rua, sem se abalar, até parar em frente aa um beco.
Olhou para o interior da viela escura, e um ladrão ameaçava uma senhora indefesa.
A garota permaneceu impassível. Apenas olhou em direção ao homem, e aí aconteceu: seus olhos negros incendiaram em vermelho, e uma onda de ar quente rodou em torno dela agitando suavemente seus cabelos. Uma fagulha viva se dirigiu dela até a direção dele, e as roupas do ladrão começaram a pegar fogo. Ele gritou desesperado e se jogou no chão, enquanto a senhora juntou a bolsa e passou correndo rapidamente por ela.
Uma sombra se aproximou dela, cuidadosamente.
- minha senhora. Não deveria usar seus poderes no mundo humano, por mais que o véu funcione. Sabes disso, são regras da conclave.
Ela dirigiu o olhar para a sombra, que logo tomou forma em um rapaz bonito, barba e cabelos alinhados e olhos claros. Ele vestia um colete preto com gorro, e seus braços eram cobertos por tatuagens.
- Eu sei das regras, Dreicon. Mas quem vai me punir? Meu pai? Para isso ele precisava reconhecer que eu existo... e eu saber quem ele é. – ela se virou novamente para frente e continuou a caminhar. Não demorou a empurrar um segurança e entrar tranquilamente pela porta de uma balada, andando normalmente entre as pessoas e descendo as escadas ao lado do bar, indo para o chamado “ porão".
* * *
Nos arredores da cidade havia um parque. As arvores dançavam com o vento, e a pouca iluminação do parque deixava tudo em um tom âmbar. Poucas pessoas passeavam por suas trilhas de asfalto.
Na beira do lago, uma árvore antiga tinha um galho que se curvava sobre as águas. Nele, duas moças conversavam tranquilamente.
A primeira possuía pele branca e cachos volumosos dourados assim como seus olhos. Usava um vestido longo e leve, preto. A segunda possuía cabelos curtos escuros, assim como seus olhos. Sua pele era bronzeada, contrastando com seu macacão branco solto.
- Vitória. Você ouviu isso? – a morena perguntou.
- Isso o que, Ana? Está louca?
- Presta atenção! – a menina saltou do galho, mas seus pés descalços não afundaram na água. Ela pousou suavemente no lago, seguida pela amiga. Olhou para as estradas, e arregalou os olhos: um homem tentava arrastar uma criança, usando uma arma. Ao mesmo tempo, uma moça que praticava corrida se aproximava.
A moça não hesitou em correr mais rápido na direção do homem. O empurrou com o corpo e gritava para a criança correr, enquanto lutava força-a-força contra os pulsos do homem.
O som de tiro ecoou pelo parque, e parecia que a brisa silenciou junto.
O homem levou as mãos a cabeça ao ver o corpo da moça desfalecer. Desesperadamente, jogou a arma no mato e saiu correndo em outra direção.

Ana também correu. Correu em direção ao corpo da moça.
- Ana?! ANA VOLTA AQUI – Vitória foi ignorada pela amiga, e se sentiu obrigada a correr atrás.
A morena se jogou de joelhos próximo a moça. Virou o corpo da moça para cima, e observou como ela era bonita. Soltou os cabelos castanhos claros da mesma, que cairam como cascata. Observou sua boca perdendo cor, seus olhos azuis a se fechar, os cílios longos. Pegou em seu pescoço, um colar escrito Kau.  Seu peito apertou quando desceu os olhos para o tórax da mesma, onde a ferida da bala sangrava.
- Ana, não!
- Eu não posso deixar isso acontecer! Vitória!
- Ana não podemos!
- Não é justo! Ela salvou uma criança de peito aberto!
- é uma humana! Carnal!
- Eu não me importo. É só deixar ela aqui depois e pronto. O véu nos protege, lembra? Ela não vai ver nada, não vai entender o que aconteceu muito menos que foi curada.
Vitória levou as mãos a cabeça. Ana suspirou profundamente. Em seus braços haviam pequenos riscos brancos, que pareciam arranhões. Eles começaram a brilhar em tons de azul, verde e dourado, por todo seu braço, e uma luz emanou de sua mão. A brisa voltou a soprar, e dançava em torno delas. Ana passou a mão pela ferida da moça, e a medida que o sangue retornava e sumia, a bala caiu para fora e a ferida se fechou como se nunca tivesse existido.
Kau abriu os olhos, lentamente, e então arregalou os mesmos em direção à Ana.
- CARAMBA VOCÊ BRILHA?!
-MERDA! – Ana e Vitória falaram juntas, olhando assustadas para Kau.
* * *
Uma jovem estava parada encostada em um dos pilares do porão. Seus cabelos ruivos em cachos estavam arrumados, e ela usava uma roupa comum. Olhava para a bebida em seu copo, pensando o que estava fazendo ali. AH SIM, seu amigo Bruno havia arrastado ela para a festa que ele queria, mas ela não curtia isso. Não era de fazer amigos ou algo assim. Suspirou, quando então viu a atenção de todos a sua volta se voltarem para uma moça morena descendo a escada, seguida por uma quadrilha de preto.
A moça pegou algo no bar, e logo todos voltaram as suas tarefas. Mas não Carol. Carol redesenhou com o olhar a mulher tirar o sobretudo e revelar os braços cobertos por marcas negras, tatuagens estranhas, não eram tribais ou maori, e sim algo... único. Ela bebia como se fosse dona do mundo, e por um momento Carol imaginou a moça incendiar a própria bebida apenas com as mãos para depois apagar.
“A bebida subiu para sua cabeça, Caroline", pensou sozinha. Então percebeu o olhar da mesma vir em sua direção, um olhar intenso, quente. E ela sorriu. Carol se viu hipnotizada. Quando se percebeu novamente, a moça estava de frente para ela, o sorriso malicioso nos lábios, os olhos negros intensos contra os seus. Caroline piscou voltando os pés no chão.
- Oi. – a morena sorriu. – você não vem aqui. Qual seu nome?
- primeira vez. – respondeu trêmula. - C-Carol.
A garota lambeu os labios de forma singela, e se aproximou de seu ouvido.
-  Então... Cacarol... tem medo de vampiros?
- não. Não  existem. Você é uma? – por que ela não conseguia se mover? A respiração quente da outra contra seu pescoço faziam arrepios subir por sua coluna.
A morena riu. Seu riso invadia os ouvidos como musica.
- Não. Talvez. Gostaria que eu fosse? Queria ser mordida? – sussurrou passando a boca em seu pescoço. Carol queria correr, sentia que devia, mas não conseguia. Era como se seu corpo tivesse sendo controlado, como se estivesse presa em uma teia como uma mosquinha indefesa.
Um barulho chamou atenção da morena. Ela desviou o olhar lentamente para o alto da escada. Revirou os olhos e suspirou de forma emburrada.
- eu te farejo. A propósito. Sou Day.  – sussurrou para Carol e sorriu, se afastando e subindo as escadas.
Aquilo não ia ficar assim. Carol largou o copo no bar e correu atrás.

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Yaaas queen get it

E aí pessoal? Como vocês estão?
Bom, aí está o piloto da minha nova fic.

Estou testando coisas novas como magia e o uso total de terceira pessoa (ponto de vista narrador). Por favor, quem puder me dar feedback sobre isso...

Eu espero que voces gostem e acompanhem hehe

Não, não vou largar império21, o plano na verdade é lançar esta aqui uma vez na semana enquanto império será o foco até acabar, depois o foco vem para cá. Contudo prometo que o capricho é o mesmo! Hahah

Obrigada a todos

Beijos da vó
Logo eu volto!

RISEOnde histórias criam vida. Descubra agora