eleven

961 131 48
                                    

- eu fico - a menina dos olhos claros sorriu. - você já comeu? - perguntou, soltando a sua mala no chão. Olhou para a outra negando. - você por algum acaso comeu alguma coisa o dia todo?
Ana corou e negou outra vez. Kau suspirou. Digitou algo no celular, enquanto Ana prosseguiu no mesmo lugar.
- tomei a liberdade de pedir pizza.
- alguém disse pizza? - Vitória abriu a porta. - opa, fico feliz que Ana realmente falou com você.
- eu tive de ligar, pelo menos ela atendeu. Obrigada por ter encontrado ela.
- eu também precisava. - Vitória sorriu. - vou pôr a mesa. Ou... podemos inclusive comer aqui.
- você quer ajuda? - Kau ofereceu, mas Ana acariciou seu braço, como se pedisse que ficasse ali.
- Não precisa. Eu volto logo. - Vitória encostou a porta e desapareceu.
A morena fitou Kauany com cuidado. No escuro do quarto apagado, Kau sorriu com os olhos iluminados pela luz da lua e da rua que invadia a janela.
Ana engoliu seco. Estava apaixonada. Por uma humana. E não sabia o que fazer. A soltou em silencio, os pensamentos longe.
Kau hesitou ao ser solta, mas logo andou novamente até sua própria mala, se abaixou pegando uma camisa larga e um shorts. Os soltou sobre a cama e sem hesitar tirou a própria camiseta, abrindo seu jeans em seguida.
Ana sentiu o peito saltar e o rosto ferver.
- o que está fazendo? - perguntou tentando disfarçar o desespero na voz.
Kau terminou de tirar a calça e a olhou confusa, com uma peça de roupa nas mãos:
- colocando pijama?
O silêncio pairou entre as duas. Ana segurou o proprio braço e desviou o olhar, mas a verdade é que queria descobrir cada tatuagem no corpo atlético da outra.
Kau deu de ombros e vestiu o "pijama".
- por quê você tem pijama na mala?
- eu não tenho. Mas hoje senti que devia colocar. Estive correta, não?
A morena concordou e sentou na cama.
Kau sentou ao seu lado, e elas se entreolharam. A mestiça olhou para as proprias mãos.
- como é gostar de alguém?
-oi?
- como é gostar de alguém? Sei que já conversamos sobre o amor mas...
- ah. Gostar de alguém é bom. Você quer a pessoa sempre por perto. Fica toda boba. - Kau deu de ombros. - está gostando de alguém?
- não tenho certeza. - Ana deitou a cabeça na perna de Kauany, olhando para o teto. A humana passou a acariciar seus cabelos, em silêncio. - não sei como é gostar de alguém. Talvez faça parte de ser meio anjo. Mas... as vezes eu fico confusa. - que bagunça. Obviamente Ana mentia, mas não queria se expor. Tinha medo do que poderia acontecer. Mas ela tinha certeza do que sentia, e por quem sentia.
- e você já tentou conversar sobre isso com ele?
- ele?
Kau levantou as sobrancelhas e ar de quem questionava.
- não... não falei. As vezes penso que não preciso nem dizer nada. - seus olhos se encontraram com os de Kau, e Ana abriu a boca sem conseguir dizer nada.
O silêncio continuou, enquanto Kauany continuava o cafuné. O mundo parou e Ana sentiu o corpo aquecer.
Kauany se inclinou devagarinho, e a morena congelou. O que estava acontecendo? Fechou os olhos, sentia o coração estremecer.
Sentiu um beijo ser depositado em sua testa.
Abriu os olhos lentamente, com um misto de confusão e... frustração?
- a pizza chegou. - Vitória falou da porta. Em que momento ela havia chegado ali?
- vai ficar tudo bem. Eu vou te cuidar - Kau sussurrou para Ana, e então sorriu para Vitória. - acho que comemos aqui.
- ótimo. - Vitória sorriu, entrando com tudo que era necessário.
Ana sentou em silêncio, tentando engolir o coração que estava na garganta, enquanto digeria o que havia acabado de acontecer ou... quase.

***

As três continuavam conversando, e Ana se sentia bem. Jogaram imagem e ação, depois pararam para assistir um filme, onde Ana pegou no sono no meio dele.
Kau sorriu e ajeitou a morena na cama. Vitória decidiu desligar a tv, sussurrou algo para a outra garota e saiu do quarto, desejando boa noite.

***

Carol seguia Day pelas ruas, e a sensação de domínio era incrível. As pessoas passavam na rua e desviavam a gangue, obedeciam um simples olhar de "sai do caminho". Chamavam a atenção nos bares que entravam, e se alguém implicasse com algum membro da gangue... ou desse em cima dela, os rapazes arrastavam a pessoa para fora e voltavam rapidinho, sozinhos.
Algo no coração de Carol poderia lhe dizer que aquilo era errado, mas ela no fundo não ligava. Entendia agora quando diziam em dê poder a uma pessoa e você saberá quem ela é. E Carol se deliciava com isso.
Em um dos bares, a gangue escolheu uma mesa e ali jogavam jogos de azar.
Carol decidiu levantar buscar algo para beber, sem a companhia de ninguém.

- finalmente te encontrei. O que aconteceu com você? Você some e não da notícias.
A ruiva se virou para o lado. Ali, Bruno lhe olhava um tanto irritado, mas ele parecia... diferente.

-----
E aí pessoal, tudo bem?
O que acham que vai acontecer?
De 1 a 10, qual seu nivel de frustração em não ver Kau e Ana se beijarem? hahaahahah

Eu volto logo!

Beijos da vó

RISEOnde histórias criam vida. Descubra agora