Dayane voou em direção a Lucifer, golpeando-o com todo o peso de seu corpo. Lucifer cambaleou para trás, desequilibrado, e olhou espantado para a filha.
As marcas de Dayane brilhavam cada vez mais intensas. O demônio mostrou os dentes, em um sorriso amarelado de quem não estava gostando daquilo.
- Você acha que é capaz de me derrotar? Nem mesmo Excalibur, nem mesmo Jesus, nem nenhuma das filhas dos arcanjos me venceu. Você, mero pedaço de mim, pensa ser capaz de me derrubar? Sozinha?
- eu nunca estive sozinha. - Dayane respondeu firme. Olhou em várias direções: Ana, Vitoria, Kau... Carol. - eu sempre tive o amor. Dos amigos. De Carol. Até de quem parecia ser adversário. Mas no fundo, você é o unico adversário que existe na terra. Por isso te chamam Satanás.
- esse é meu nome. Deveria mais respeito a seu pai.
- voce não é um pai. Você é apenas, pro meu azar, um progenitor. - Day rosnou. - nunca sequer me deu Amor.
- voce quer amor de pai? Então eu lhe dou! - Lucifer agarrou a morena pelo tronco e lhe lançou contra o chão, usando todo seu peso. Day tossiu e gemeu de dor, os olhos apertados, enquanto ele ria. - Voce é fraca, Dayane. Não merecia nem ter vivido. Você não passa da escória da humanidade, o pior do pior.
- eu nunca vou me igualar a alguém tão tão baixa quanto você, não importa o quanto me diminua.
O capeta bufou de ódio e lhe golpeou o estômago. Day se contorceu, virou de lado e tentou se levantar, mas caiu sobre os joelhos, trêmula.
Lucifer procurou e pegou seu tridente. Depois se aproximou da filha, o tridente pronto para golpeá-la.
Levantou a arma, olhando fixamente a menina que lutava para se por em pé.
-HEY!
O grito cortou o ar.
Lucifer levantou o olhar, lentamente, para a humana na beira do precipício.
Kau estava em pé, e apontava para ele.
Ele sorriu em deboche, mas ela permanecia firme.
-haverá o dia em que a noite será luz e o dia se tornará escuridão. E há de neste dia, as quatro partes dos céus, vindas a terra, tornar o mal ao pó, e hei de as quatro filhas da terra tomarem seu lugar de direito, frutos de suas raízes, ao lado do pai, e os ventos soprarão por toda a terra o início do fim dos tempos.
- balela - o demônio soltou.
Os olhos de Kau brilharam:
- Se clamarão os fins dos tempos, e soarão os sinos de jerusalém. E o coro dos homens e anjos se unirão no julgamento daquele que terá o sangue derramado pelas mãos de sua... própria... filha.
- VOCÊ NÃO FEZ ISSO! - se fosse possível aquele monstro empalidecer, isso ocorreria. Ele se prontificou para atacar a humana, mas uma luz lhe chamou atenção.
A seus pés, Dayane se erguia. Suas marcas não brilhavam mais em vermelho, mas sim em dourado, em luz. Ela olhou espantada para a propria mão, e então ergueu os olhos para Kau. A humana sorriu, falando "vai" entrelabios.
Day olhou Lucifer, e brilhou mais forte. Alçoou vôo a sua frente, se colocando entre ele e a virgo.
Suas asas brilhavam como o sol, e suas marcas reluziam de branco a dourado. O vento se moveu e o céu se abriu.
Lucifer apertou os olhos, quase cego pela luz de sua filha.
- Acabou. - Dayane falou, e milhares de vozes soaram junto, vindas do céu. Sinos soavam ao léu, e Lucifer olhava em torno, assustado.
- tem piedade!
Dayane apenas negou com a cabeça. Ergueu a mão e nela surgiu uma tocha de fogo branco, pura luz. Ela admirou o objeto, que tinha o corpo em forma de cálice, detalhado e esculpido, feito de cristal e fios de ouro.
Olhou novamente para o pai, e as vozes cantavam cânticos de guerra, sem piedade. O sol brilhou mais forte, assim como a luz que emanava de Dayane. Ela apontou a pira em direção ao pai, que caiu de joelhos.
- filha.
- é seu fim. - ela sussurrou. Os sinos batiam mais fortes, anunciando a morte.
Day apenas fechou os olhos, sentindo a luz emanar em uma explosão imensa, e então, tudo silenciar.***
A filha da noite pousou,exausta. Respirava devagar, e abriu os olhos, vendo cinzas brilhantes flutuarem ao torno como pétalas.
- Carol... - Sussurrou, correndo para onde a ruiva estava. A tomou nos braços, desacordada. - Carol.. acorda. - sua voz embargava e apertou a ruiva, pálida e fria, em seus braços.
Day começou a chorar, embalando o corpo desfalecido da namorada.
- Carol não me deixa... eu preciso de você.
Dayane tremia, a fraqueza da emoção lhe tomava o corpo, chorando cada vez mais.
- volta pra mim... nós vencemos... Nós...
Dayane mal percebeu os passos que se aproximavam. Ana, Kau e Vitoria chegavam perto. Ana, mesmo trôpega, se abaixou. Pegou o pulso de Caroline, esperou alguns segundos, e olhou em desespero para Vitória e Kau.
- cura ela. - Dayane olhou intensa para Ana.
-Day, eu...
- CURA!
- Dayane... - Vitória colocou a mão em seu ombro. - A Carol...
- NÃO FALA. ELA NÃO SE FOI. ANA! CURA ELA!
o silencio tomou conta. Day apertou mais o corpo da namorada contra si, chorando mais intensamente.
- ela não se foi... - falava sem voz, o choro copioso. - Por Deus, ela não se foi... Não pode! Façam alguma coisa!
- Day... - Ana insistiu. Kau a puxou para que deixasse a morena.
As três olhavam a cena, o coração apertado. Kauany se escondeu no ombro de Ana, já chorando, e Vitória parecia apática, em choque.
E Dayane ainda embalava Carol em seus braços, ora urrava de frustração, ora seu choro saía tão silencioso e dolorido que pesava mais que os próprios gritos.
- Carol... Não me deixa assim... Eu sei que você está em algum lugar me ouvindo... por favor... sem você eu não vivo... Você despertou o melhor em mim... a pessoa que eu nem sabia que eu poderia ser. Enxergou quem eu era além do que eu era. Não me deixa assim... eu não posso... eu amo você... e agora... agora você está... está Morta. Por minha culpa. Eu não posso... eu não consigo nem... eu... - Day apenas depositou um beijo na testa da ruiva, e repousou a cabeça em seu ombro. Abraçada, olhou o céu, limpo e azul.
O céu estava bonito demais para a dor que rasgava seu peito.
Day olhou o céu, implorando mentalmente por um milagre, mas nada lhe ouvia. Nada lhe respondia.
Onde estava Deus?
- me abandonou como abandonou seu filho, Deus?
Sem esperança, apenas apertou Carol contra si outra vez, ouvindo o silencio do peito da ruiva, se deixando voltar a chorar.-------
Eu to desoladaMas a fic foi atualizada
Beijos da vó
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RISE
أدب الهواةQuando somos crianças, acreditamos na existência de anjos, demônios, vampiros, espíritos e todas as criações das nossas mais profundas crenças. Crescemos e passamos a desacreditar nessas coisas. Bom, foi o que eu fiz.....Mas e se eu te dissesse que...