four

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Carol sentiu suas forças voltarem. Não só voltarem como se sentia revigorada. Abriu os olhos e deu um tranco forte em Dayane, que soltou a mordida.
A morena a segurou mais e passou a língua por seu pescoço.
Carol arrepiou por completo e sentiu os olhos de Dayane pesarem sobre os seus.
- o que está acontecendo? - seu corpo ainda ardia.
- você me pertence agora. - a voz de Dayane soou tão sedutora que Carol poderia tirar a roupa ali mesmo. Mas engoliu firme.
- como assim? - sua força para escapar fazia Dayane precisar se esforçar para segura-la.
Com uma jogada de corpo, Carol passou por cima na cama. Olhou para a mulher que mordia os lábios com um sorriso desejoso. Não conseguiu sair dali. Também queria respostas, e iria usar a seu favor.
- Eu quero explicações. - falou firme. Day sorriu.
- E o que eu ganho em troca?
- Eu não tenho o que te dar em troca.
- Ah, você tem sim. - os olhos da morena escorreram pelo corpo da outra, sem medir pudor. Carol estremeceu, como poderia aquela mulher lhe despertar tamanha... - luxúria. - Dayane falou como se completasse o pensamento. - você é Luxúria a partir de hoje. E é o que pode me dar. Isso e obediência.
A ruiva sentiu o corpo amolecer em calor, a chance perfeita para a morena voltar para cima. Carol fechou os olhos devagar.
-você sabe que quer - Dayane sussurrou ao pé do ouvido de Carol. - você quer e eu quero.
- isso está errado... é pecado.
- pecado? Não. Isso é instinto carnal. Se fosse errado, Deus não criaria...
Ficava a cada segundo mais dificil para Carol respirar.
- mas se faz amor... eu não amo você. Eu odeio você.
- eu também não amo você. Pare de lutar contra seus instintos. São eles que te fazem sobreviver. Se entregue ao carnal... vai gostar... - sussurrou apreendendo a orelha de Carol com os lábios, e deslizando a mão por baixo da blusa da mesma. Carol já não respondia, já não tentava reagir. Deixou-se arrepiar sob o toque da mais velha.
- eu quero respostas. - reforçou a ideia.
Dayane revirou os olhos e se ajeitou sobre a outra. Então decidiu sair de cima e se sentou na cama. Carol imediatamente levantou e ficou andando pelo quarto.
- tudo bem eu vou ser bem breve. Anjos, demonios e tal existem. Você é mestiça de algum anjo. Talvez teu pai tenha te assumido ou não. Só que voce foi criada sem saber de tudo isso. Sem saber como é poderosa. Como você é superior a raça humana. Não é a toa que não se mistura. É natural.
Carol parou para prestar atenção. Sempre foi de poucos amigos mas nunca que ia imaginar que fosse algo tão maluco assim.
- eu sou meio vampira mas você não se preocupe que não vai se tornar vampira. Só usei a mordida para despertar seus poderes. Meio que seu corpo reage se ativando... anticorpos e sei la o que. Te fiz pular muitas etapas. Dreicon explica melhor. Então como eu disse, me agradece depois.
- e a luxúria?
- é um apelido. Apelidei cada membro da gangue com um pecado capital. Me faltava a luxúria e sinceramente, você cheira a pecado. - sorriu maliciosa lambendo os lábios com uma diversão sacana.
Carol se aproximou e fitou Dayane.
- ah, é mesmo?
A morena assentiu.
- e o que te faz achar que merece um pouco de "pecado"?
- hm... primeiro que eu te tirei de uma vida merda e posso te dar tudo o que voce quiser. Você vai ficar devendo sua vida para mim e não quer ser perseguida por uma gangue dessa, né? E terceiro, mesmo que nada disso fosse contabilizado... eu sei que você quer.
- quero? - Carol montou no colo de Dayane, aproximando o corpo do da outra.
- eu posso sentir... - Day respondeu, olhando a boca da Ruiva. - e se eu quero, você quer, por que não fazer algo sem compromisso? Vamos lá. Aventure-se... qual foi a ultima vez que sanou vontades sem ser julgada?
Carol mordeu o lábio. A sensação era tentadora. Apoiou os cotovelos sobre os ombros de Dayane, e a morena apenas repousou as mãos em sua cintura. Dedilhou devagarinho a pele albina da ruiva, e a fitou nos olhos. Apenas arqueou a sobrancelha, um sorriso nos lábios, convidativo.
Carol desistiu de lutar. Olhou para cima.
- eu vou poder voltar para casa?
A morena negou.
- uma nova vida então... - por que Carol não conseguia pensar em seu passado? Parecia tão vazio, tão facil de deixar para trás. Seria ela feita para aquela vida que Dayane queria lhe mostrar?
- Segredo nosso?
- Segredo só nosso. - a outra sussurrou e cheirou seu pescoço devagar.
- eu não posso. - Carol saiu do colo da outra e foi até a porta. Parou no meio do caminho, sentindo o olhar da outra a medir, mas Dayane não se moveu.
Por que ela não se movia? Uma nuvem de confusão estava na cabeça de Carol.
- vai me deixar ir assim?
Dayane deu de ombros e um sorriso convencido:
- voce vai voltar.
- como pode ter certeza?
- tendo.
- é muita ousadia.
- e você adora. Poderia experimentar essa ousadia de outro jeito mas... é uma pena. De qualquer modo... você não tem para onde voltar. Mas tem um mundo todo para si agora...
Carol urrou de raiva e abriu a porta, saiu o mais rapido dali, sem nem olhar por onde passava.

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