eighteen

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Dayane recolheu a lenha que precisava e subiu novamente para o chalé. Se manteve em silencio, ajudando Vitão.
- aconteceu algo? - ele perguntou, sentindo a estranheza da amiga.
- ah. Não... só preocupada. Sabe. Com essa coisa de guerra.
Vitão brincou de girar a faca que usava para preparar o almoço.
- entendi. Acho que meu pai não vai fazer isso nesta geração.
- é... não o seu. - Day falou consigo mesma. Se sentia engraçada por ser melhor amiga de um filho de Miguel, mas aí lembrou que a mulher que amava também era. - Ei.
- o que?
- Miguel é um bom pai?
- Ele parece um pouco maluco as vezes.
- entendi.
- por que?
- ah. - ela fez uma pausa para pensar - porque queria saber como lidar com meu sogro. A propósito, você agora é meu cunhado.
- o que? - ele riu. Ela apontou com a cabeça para o quarto de Carol.
Ele sorriu.
- boa escolha... cunhadinha.

***

Os dias passaram rápido. Inveja estava plenamente recuperado, e ajudava nas tarefas. Mas parecia quieto desde que chegou ali. Talvez fosse por ver que Dayane e Caroline eram um casal, Day pensou. Típico dele. Ele estava naquela manhã no quintal, com Dayane, consertando o telhado do celeiro.
Já Carol já havia se recuperado bem, mas não tudo. Vitão não a culpava. Havia dado seu sangue para Day uma vez e tinha ficado péssimo, por isso fazia de tudo para agradar a meia irmã, além de responder o que sabia sobre o pai e... sobre a morena, enquanto os dois cozinhavam.
- como assim ela é mestiça de tudo que é monstro? - Carol riu, enquanto cortava habilmente alguns legumes.
- é sério. Geralmente os mestiços da noite tem uma criatura só... ou vampiro, ou lobo, ou gargula, ou pesadelo, eteceteras. Mas a Day não. Ela gosta de expressar só o vampiro, mas houve uma vez que ela perdeu o controle em lua cheia. - Vitão riu- Day é, de alguma forma, mais poderosa que outros mestiços... - ele olhou pela janela, onde ela e Dreicon discutiam por uma ferramenta.
- vocês se conhecem há muito tempo?
- desde crianças. Day é quase minha irmã, se isso fosse possível. Nossas mães eram bem próximas.
- e Dreicon?
- Dreicon apareceu bem depois. Ele pode ser bem poderoso, mas não se preocupe com o gênio dele. Ele gosta de atormentar. Sabe que não se deve usar os poderes de graça.
- entendo... ele parece mais... quieto, ultimamente.
- talvez algo tenha acontecido. Mas pode ser só ciume da Dayane... ou inveja de você. - Vitão pegou os legumes que Carol cortara e colocou na panela com o frango. - e você já está bem para ir embora?
- tá nos expulsando? - Carol riu cruzando os braços.
- Não é isso, Carolzinha - ele abriu um largo sorriso. - só quero saber se a teimosa já estava bem.
- já sim. Um pouco fraca, mas nada comparado aos primeiros dias.
- ótimo. - Ele concluiu o assunto. Mal sabia ela que Day queria a informação.

***
- o que acham de uma folga agora a tarde? - o filho de Miguel sorriu.
- só se for pra ontem! - Dreicon riu, se espreguiçando. - aquele telhado estava um desastre.
- seria bem merecido. Cachoeira? - Day sorriu, olhando para Carol, que não entendeu o sorriso moleque da parceira.
- maravilha de ideia - Vitão assentiu - andem, vamos pegar as coisas e descer.

***

Os pássaros cantavam alegremente naquela tarde quente. A brisa suave quase não refrescava, mas agitava as árvores da mata fechada. Vitão guiou os amigos beirando o rio até uma queda d'água, onde ele havia construido secretamente um pequeno paraíso, um quiosque ao lado do lago onde a cachoeira caía, com mesa, churrasqueira e pia, onde logo se acomodaram. O lago era rodeado de pedras e uma areia fina, criando um singelo oasis que cintilava com os raios de sol que transpassavam as sombras das árvores.
Dreicon foi o primeiro a tirar a camisa e se jogar no lago, seguido de Vitão. Emergiu rindo:
- a água está uma delicia cara! Andem logo meninas!
Carol riu e tirou a roupa, ficando apenas de biquíni colorido, e se virou para trás. Dayane estava sentada, o maxilar rígido, um pouco desconfortável.
- Day?
- eu... já vou. - sorriu sem jeito. Deslizou os olhos pelo corpo da ruiva e mordeu o lábio.
- o que aconteceu?
- nada.
- não mente para mim. - carol caminhou até a outra e sentou em seu colo, se divertindo vendo Dayane arrepiar por inteira.
A morena desviou o olhar, mas Carol a encarou outra vez.
- como eu vou te explicar que... sei lá. Sabia que meus poderes são de fogo?
- você tem medo de água?
- não!! Nunca. - engoliu seco e falou sem voz - talvez.
Um sorriso divertido nasceu nos lábios da menor. Ela arqueou as sobrancelhas, um misto de surpresa e deboche.
- o que foi?! Você é filha de Miguel. Ser destemida é dom seu.
- não sabe nadar?
- eu sei nadar. Eu só não curto muita água. Inibe meus poderes.
- você vai entrar comigo.
- eu vou ficar aqui, sério.
- você... - Carol repetiu, sussurrando ao ouvido de Dayane, puxando a barra de sua blusa, beijando seu pescoço - ...vai... entrar... - tirou a camisa da morena - ...comigo. - puxou o corpo da outra de supetão, e com as marcas brilhando, a ergueu no colo. Dayane deu um grito desesperado, se agarrando ao pescoço da ruiva, que correu de costas em direção ao lago e pulou com a outra, mergulhando as duas.
Dayane emergiu puxando o ar em desespero, enquanto Carol emergia rindo.
- TOMOU UM CAAALDO - Dreicon riu, de uma das bordas.
A ruiva tirou o cabelo dos olhos e nadou tranquilamente até a outra que bufava de frio e se debatia em direção a borda.
- ei! Ei! Relaxa... - a voz da ruiva soou mais baixa, tranquila, e abraçou a morena que parou imediatamente.
Dayane estremeceu suavemente, deixando Carol ajeitar seu cabelo molhado para trás. Sorriu sem jeito, tranquilizando nos braços da ruiva, que lhe sorriu de volta.
- calma...
Dayane assentiu com a cabeça, suspirando. A água se movia suavemente em torno delas, e as duas se encostaram as testas, fechando os olhos, um silêncio delas, um momento só delas.
- Day.
- hm?
Carol abriu os olhos e se viu perdida no olhar profundo da outra. Sorriu e mordeu o lábio, então se deixou ter a cintura envolvida pelos braços da outra, enquanto a envolvia o pescoço. Seus corpos se colaram e ela se ajeitou no colo da morena, com as pernas enlaçadas no quadril da mais alta, enquanto Dayane andava tranquilamente para trás, em direção a queda d'água.
- eu... talvez... eu esteja ficando louca.
- ficando louca?
- perdido a cabeça mesmo.
- por que? - Day a fitou com inocência. Carol respirou fundo.
- porque eu acho que... que eu quero te namorar, Day...
- então me namora... - respondeu com uma rouquidão bonita, a respiração ganhando ritmo por nervoso.
- você está falando sério?
- eu não sei! Você está? Meudeus você não estava me pedindo em...
- eu... eu estou! Day... você quer me namorar?
A morena não respondeu. Colou mais o corpo da ruiva no seu, e sentiu a água da cachoeira lhe escorrer nas costas e entre as duas. Selou seus labios no da menor, sentindo arrepios percorrerem seu corpo, e as borboletas agitarem-se em seu estomago. Carol acariciou sua nuca, aprofundando mais o beijo de forma apaixonada, as duas entregues.
Partiram o beijo devagar sem se afastar, os olhos ainda fechados, os sorrisos se conheciam.
- isso foi um sim?
- o que você acha?
- eu vou tomar como um sim - riu.
- então é - Day sorriu e tornou aos beijos molhados.

***

Dayane se viu montada em sua moto, cruzando a cidade barulhenta. Olhava longe, pensando sobre tudo o que acontecera na ultima semana. A conversa com seu pai não saía de sua cabeça, mas ela não havia contado nada para sua namorada. Sorriu com essa palavra. Carol estava na garupa da moto, os braços abertos, curtindo o vento. Mal saberia Dayane aqueles seriam talvez os ultimos minutos de paz delas.
Carol cutucou o ombro de Dayane, lhe chamando atenção com um pequeno sinal. Day teve de forçar a visão para então enxergar o que queria: elas.

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E aí pessoal
Vó voltou para vocês hehehe

Dedico esse cap para a Geo que me ajudou na ideia e para minha caçula (ALO CBN)

PAÇOCA VOCE ESTA AI? EU NAO ME ESQUECI DE TI.

E é isso! Prontas para galopar com RISE?

Amo voces, feliz ano novo

Beijos da

RISEOnde histórias criam vida. Descubra agora