thirteen

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Carol começou a correr pela rua, na escuridão da noite. Via relances de criaturas se atacando, e por vezes teve de desviar - e muitas vezes combater - tanto anjos quanto demônios.
Um anjo lhe atacou com uma adaga, e  uma gargula chegou a lhe puxar pelo braço, a soltando apenas quando ela lhe deu um chute no estômago.
A ruiva continuava correndo, quando os pulmões já quase não aguentavam, parou para retomar o fôlego, percebendo que inclusive havia se ferido em uma das batalhas. Assoprou o corte no braço, e ouviu então o crepitar de uma chama.
"Dayane!" Pensou e se virou nos calcanhares.

A rua havia silenciado, e uma leve garoa se dava início, iluminada por um poste fraco e amarelo sob aqueles prédios de aspecto velho da floresta de concreto.
Carol forçou a visão, e então arregalou os olhos dando um passo atrás... não por medo, mas para se preparar para uma luta.
Caminhando devagar na direção dela, um par de coturnos era acompanhado pela lâmina de uma espada que arrastava ao seu lado.
Mas a espada não era comum. Ela flamejava em laranja, iluminando diabolicamente um homem já visto por Carol.
Miguel caminhava em sua direção, sem hesitar, mas sem pressa. Carol o encarou nos olhos, e percebeu seu semblante contrair suavemente.
- você é bem corajosa de me encarar.
- é. As vezes eu tenho disso. Mas de você eu não tenho medo.
Miguel armou as asas, incomodado, antes de repousá-las de novo. elas eram de um branco brilhante, mas as penas refletiam em tons de bronze e cobre.
- pois você deveria. Sabe o que esta espada é capaz de fazer? Excalibur reduz demônios como você ao pó. - a espada crepitou ao ouvir seu nome, como se tivesse vida.
- mas quem disse que eu sou um demônio? - Carol se inclinou e cerrou os punhos. Ela queria mesmo era meter um murro no meio da fuça daquele cara, arcanjo ou não.
- você anda com aquela... não importa. Vai morrer de qualquer jeito! - Ele levantou a espada e deferiu um golpe na direção dela.

O mundo ficou em câmera lenta. Caroline sentiu os pés colarem no chão como concreto e o coração saltar.
Mas nada lhe atingiu.
Miguel havia parado a espada a poucos centímetros dela. Ou melhor. Parecia que a espada, por vontade própria, havia parado. Ele olhava assustado para as chamas da arma, que agora crepitavam em azul.
- v-você... FILHA?!

Carol arriscou tentar correr, mas ele soltou a espada e a segurou pelo braço:
- espera!
- me solta! - Carol acendeu as marcas, mas Miguel fez o mesmo, fazendo ela hesitar. - me solta! Droga!
- me escuta!
- eu não tenho nada para escutar de você!
- eu sou teu pai!
- maravilha, darth vader, só que você nunca apareceu um dia sequer na minha vida. Você é no máximo um progenitor - ela deferiu um soco cruzado contra ele, que desviou para trás, mas a soltou.
Carol se colocou em base, observando o proximo movimento do homem.
- Caroline, eu não podia!
- Não podia uma ova! Minha mãe me criou sozinha! Você que vá para o inferno!
- me dá uma chance de explicar.
- explicar o quê? Que você não pode amar um filho porque é um anjão todo poderoso? Me poupa!
- Filha... Não é assim. O que você sabe sobre o amor?
- amor é o que sinto pela Day. - Carol arregalou os olhos assim que disse. Nunca imaginava que teria dito aquilo, ainda mais porque nunca havia percebido sentir outra coisa pela morena além de tesão.
- você está em perigo andando com aquela...
- Cala. CALA. Perigo eu estou em ficar com você. Eu me importo com ela. E é ao lado dela que eu vou ficar. Eu não vou te perdoar por ser ocupado. Você teria encontrado tempo para mim se eu fosse importante. - ela deu as costas e tornou a correr.
A chuva começava a engrossar, e ela tentava acelerar.

Foi quando ouviu sirenes.
Seu instinto mandou correr naquela direção, e, virando a esquina algumas quadras depois, um prédio estava em chamas.
" Dayane!"

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Bom dia meus amores
Um capítulo mais curto hoje, mas compenso que o outro vai compensar
Quem já sabia que Carol era filha de Miguel?

Amo voces
Beijos da vó!

RISEOnde histórias criam vida. Descubra agora