fifteen

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-deixem para dar play na musica quando eu avisar. Ficará mais interessante.

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Carol abriu os olhos, ouvindo o canto de pássaros. Seu corpo todo doía, e se sentia extremamente exausta, apesar de sentir que dormiu a noite toda. Olhou em torno. Estava em um quarto rústico, deitada em uma cama macia. Não haviam muitos móveis, e a cabana parecia aquelas de pousada e acampamentos norte americanos.
Um braço lhe enlaçava a cintura, e ela percebeu estar vestida com uma camiseta realmente gigante, de um amarelo claro. Acompanhou o braço tatuado de preto e viu Dayane, vestida com uma camisa preta limpa, cabelos molhados e olhar sereno, o rosto encaixado em sua clavícula.
- graças a Deus você acordou. Eu estive com medo que seu coração parasse. - ela levantou o olhar para Carol. A ruiva tinha os olhos fundos e escurecidos ao redor, mas bem acesos.
- você está bem? - Carol acariciou o rosto de Dayane, depois desviou o olhar para seu ventre.
Day se ajeitou ajoelhada na cama e levantou o camisão, mostrando uma linha grossa que lhe atravessava o lado, acima da calcinha vermelha. Carol tocou a cicatriz, suavemente.
- em uns dois dias ela some. Eu acho que... tenho muito a te agradecer. Eu estou te devendo essa... - falava manso, se ajeitando sobre Carol. - e você, como se sente?
- sugada, confesso - sorriu. - mas nunca me senti tão bem e te ver.
A morena se inclinou e beijou a outra com calma, um beijo suave e carinhoso, novidade para ambas.
- digo o mesmo. Nunca pensei que amaria alguém assim. Acho que o cupido me atingiu. - Day brincou.
- eu já tenho certeza - Carol riu - mas nunca imaginei que funcionava assim.
-oi?
- esquece - Sorriu.
- hey, meninas. Vocês precisam comer - o rapaz de cabelos longos abriu a porta.
- ah. Carol. Quero que conheça meu amigo, o Vitão.
- oi... obrigada pela ajuda ontem. Como está Dreicon?
- só virem ver. - ele acenou com a cabeça e saiu da porta.
Day levantou, ajudando Carol, e elas foram até a sala. A sala era integrada com a cozinha, e o padrão de chalé norte americano continuava.
Dreicon tinha uma tipoia, estava só de bermuda e sorriu ao ver as meninas se aproximando da mesa para comer.
- só estou feliz em ver vocês porque vocês estão mais acabadas que eu.
- Inveja! - Dayane reprimiu.
- brincadeira. Estou fazendo jus ao meu pecado. Nunca estive tão feliz em vê-las. Obrigado por ontem.
Carol assentiu e se sentou a mesa com os outros três. Na mesa, ovos mexidos, bolo de forno, frutas, e café, amado café.
Depois de tanta confusão, aquele lugar lhe trazia paz, e confessava: a comida estava deliciosa.

***

Vitoria, Ana Clara e Kauany tomavam o café da manhã com calma, quando Gabriel apareceu na cozinha.
- minhanossa eu não sabia que vocês moravam com ele.
- e não moramos. Pai? Aconteceu algo?
- graças a Deus vocês três estão bem.
- é, acho que algo aconteceu. O que houve tio?
- Miguel e Lucifer desenvolveram uma batalha ontem a noite. Mas hoje as coisas estão mais calmas. Prometam que vão se cuidar.
-nós vamos - Kau respondeu com tranquilidade.
- Isso é café? - o arcanjo apontou para a garrafa, pegando uma xícara.
- pai. Por que está com o braço enfaixado?
Ele derrubou a xícara na mesa, e suspirou. Ana se levantou pegar um pano secar o café derramado.
Vitória fitou o pai, e ele baixou o olhar para a mão enfaixada.
- eu fui queimado por uma mestiça.
- e por que meu pai não te curou?
- ele curou o que pôde.
- pensei que mestiços não pudessem ferir arcanjos. Como assim um ferimento que não se cura com magia? - Vitória rangeu os dentes.
- não qualquer mestiço. - ele olhou para Kau, que estava presa em algum devaneio. - mas conversamos sobre isso mais tarde. Me desculpem pela bagunça. E se cuidem. Sério. - ele saiu apressadamente, deixando as meninas para trás.
- ôsh. Teu pai endoideceu menina.
- nunca vi.
- ei gente... que tal uma volta no parque?
As duas se entreolharam confusas, e então sorriram para a profeta, assentindo a ideia.

***
-play na musica-

O movimento do parque estava baixo. As arvores dançavam com a brisa, e elas escolheram uma arvore para sentar sob sua sombra.
Kauany havia convencido Ana de levar o violão, e elas brincavam com as musicas que Ana sabia tocar. A dado momento, Ana soltou o violão, e Kau o tomou no colo.
- sabia que choveu pela noite?
- sério? Eu nem vi.
- é que você dormiu bem - Kau sorriu. - a chuva me lembrou uma canção. Eu... posso?
Ana assentiu, vendo a outra ajeitar melhor o violão e começar a tocar.
A música soava tranquila, e a voz levemente rouca de Kauany enfeitava a canção em um timbre tranquilo, enquanto a menina sentia a musica, os olhoa fechados.

Kau terminou de tocar a canção e sorriu, ainda com os olhos fechados. Ana a fitou em silêncio: estava encantada pela forma que a humana se entregara à musica. Pela forma como o vento tirava seus cabelos a dançar assim como as folhas das árvores. O coração saltou em seu peito, e ela se aproximou devagarinho, algo que lhe parecia a eternidade. Sem pensar, uniu seus lábios nos da garota, em um selinho longo, macio e desejado.
Vitória arregalou os olhos mas nada disse. Apenas se ajeitou e fingiu distração, dando um leve sorrir apenas labial.
Ana se afastou de Kauany, percebendo o que havia feito. Sentiu o corpo gelar, o coração disparar e borboletas inquietas na boca de seu estômago. Seus olhos se encontraram com o azul intenso da humana. Eles a olhavam silenciosos, concentrados. Seus lábios entreabertos estremeceram, e ela soltou suavemente o violão de lado, ainda sem tirar os olhos de Ana.
Foi então que ela agiu. Se aproximou e envolveu a mestiça devagarinho, a deitando suavemente na relva. O cheiro da grama cortada se uniu ao perfume das duas, e, docemente, Kau uniu os lábios de ambas em um beijo calmo. Ana Clara sentiu a língua da outra lhe pedir passagem, e cedeu. Um arrepio lhe percorreu a espinha quando suas línguas se chocaram. O beijo era doce, sem pressa e cheio de sentimentos. A morena entrelaçou os dedos nos cabelos da outra, aprofundando mais o beijo.
Elas partiram o beijo, e Kau sorriu encostando a testa na fronte de Ana, que retribuiu o sorriso com um riso leve.
- ahem – Vitória riu baixinho, e as duas se afastaram no susto, começando a rir logo em seguida.

***
- depois da tempestade vem a calmaria. Mas por quanto tempo? - Miguel perguntou a si mesmo, sentado na beira de uma das pedras da montanha. Olhava para o chalé onde sabia que sua filha se encontrava, e ali ficou, pensando.

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E aí pessoal
Taí um cap novin em folha para vocês
Obrigada as meninas que me ajudaram e me cobraram
Obrigada a quem anda fazendo teoria
Eu amo muito todo esse cuidado de voces

E aí? O que estão achando?

Beijos da vó

RISEOnde histórias criam vida. Descubra agora