fourteen

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- Day!
Carol correu em direção ao prédio.
De dentro dele, Dayane saiu, um pouco curvada, parecia ferida, e arrastava Dreicon para fora.
- Dayane! - Carol tentou passar pelas barreiras de segurança, mas foi barrada por bombeiros. Se debateu sendo arrastada mais distante do prédio.
- CAROL! - a morena se voltou na direção da ruiva, mas um impacto a jogou contra um capô de um carro. Olhou para cima, por cima do ombro, sentindo a dor de uma chave de braço.
-você vem comigo. - um policial a segurava, tentando algema-la. - sua gangue vem causando dor de cabeça para nós há tempos, e dessa vez eu vou fazer de tudo para que você seja acusada de incêndio criminoso.
- o quê? - ela se debateu. - você só pode estar louco! - olhou para onde estava Carol. Ela havia sumido. Não tinha sinais de Dreicon acordar. Day respirou fundo, tentando procurar uma solução. Havia gasto quase toda sua energia incendiando o prédio para se livrar de uma legião de Anjos que haviam atacado a ela e a Dreicon, e não conseguia sequer acender a farda do homem que a segurava.

- fogo no parquinho! - era a voz da ruiva. o policial foi arrancado de cima de Day de súbito. Dayane se virou e não pôde conter o sorriso ao ver Carol rolando em briga com o policial que... não era tão policial.
O cap caiu revelando um par de chifres, e  Carol esmurrava o demônio com força,uma palavra a cada soco:
- VOCÊ... NEM... PENSE... EM... MEXER... COM... ELA!
Day se abaixou prendendo a criatura com a própria algema. Olhou para Carol, que a fitou de volta.
As duas se entreolharam por um segundo, e Dayane não conteve o sorriso outra vez. Roubou um beijo de canto de boca de Carol e se levantou:
- anda, a gente tem que sair daqui. Me ajuda com Dreicon.
- onde estão os outros? - Carol correu atrás da vampira, ajudando a puxar o colega desacordado, mesmo querendo deixá-lo para queimar.
- dispersamos no meio da confusão. Miguel atacou os exercitos de Lucifer hoje e eles não estão medindo esforços para dizimar mestiços neutros também. Resolvemos dispersar para nao atrair nenhum grupo para a casa.
Carol assentiu. Dayane estourou a janela de um carro, arrombou a porta e começou a fazer uma conexão direta. Carol jogou Dreicon no banco de trás e entrou no lado do passageiro, ouvindo o carro pegar.
- que o dono desse carro nos perdoe - Day resmungou e acelerou.
Carol percebeu alguns segundos depois que não estavam indo para casa.
- para onde vamos?
- para uma cabana fora da zona urbana. Tenho um conhecido que pode nos ajudar com Dreicon.
Carol olhou para o colega desmaiado. Sua testa havia sangrado lhe manchando o rosto,  e ele tinha contusões pelo corpo. Ela voltou o olhar para Dayane, para só então perceber que a mesma tinha a jaqueta rasgada e úmida.
- Dayane você está sangrando!
- eu tô bem.
- nem um pouco! Minhanossa a gente precisa estancar isso!
Uma curva acentuada afastou a menor da morena.
- Carol, não!
- Carol sim! Dayane!
A outra não respondeu. Encarava a rua, enquanto os elementos de fora passavam rapidamente pelas janelas.
- eu tenho uma forma de me curar. Faço depois.
- você está ferida!
- Dreicon é prioridade agora.
- por quê tão teimosa?
Uma freiada brusca.
No meio da pista, um homem corpuloso com uma espada flamejante em mãos.
- CORRE. - Carol jogou o volante para a esquerda e invadiu o espaço do motorista, quase subindo ao colo de Dayane para pisar com tudo no acelerador.
- o que foi isso?? - Dayane ofegava assustada, parte também por dor e parte pelo cheiro de sangue estar tão próximo, assim como o pescoço de Caroline.
As presas desceram por instinto, fazendo Day morder a propria lingua.
- ouch.
- o que foi?
- o que foi eu pergunto! Você pirou?
- você não viu que era Miguel?
- EU SOU MIOPE! e o que Miguel estaria fazendo nessas ruas a essa hora?
- ele ta atrás de mim.
- atrás de você? Por que?
-  porque eu sou filha dele.
- QUE? - Dayane empurrou Carol de volta para o banco do passageiro e desviou um carro que buzinou revoltado contra elas - VOCÊ O QUÊ? - o gosto de sangue invadiu sua boca e a dor estava aumentando.
- eu sou filha dele.
- JESUS.
O ceu soou um estrondo.
- PERDÃO! - Dayane olhou para cima como se conversasse com alguém no céu, e depois sentiu a respiração pesar. Acelerou mais, entrando em estradas rurais que subiam as montanhas.
- Day... você está bem? - Carol soou preocupada. A morena estava mais pálida que o normal.
Ela não respondeu. Passou por uma porteira e parou o carro com um cavalinho de pau.
Desceu do carro e se encostou na porta, escorregando sentada no chão, a mão repousada sobre o abdômen ferido.
Carol saltou do carro e correu até ela, dando de cara com um rapaz de cabelos compridos e cacheados.
- o que houve? - ele perguntou, os olhos apertados.
- Dreicon - Day sussurrou batendo na porta do passageiro. - urgente. - o rapaz assentiu, abrindo a porta e puxando inveja para fora. Ele começou a ir em direção a uma cabana alguns metros dali, iluminada pela lua.
- espera! E a Day? - Carol o segurou pela camiseta. Ele olhou para Carol, depois para Dayane.
- ela precisa de sangue. - falou com naturalidade e continuou seu caminho com Dreicon.
-sangue...? - Carol questionou a si mesma, depois entendeu o recado. - Sangue! - se abaixou rapidamente ao lado da morena. - Day, você precisa me morder.
- não - a outra falou já um pouco rouca. - eu não vou te morder. Eu vou te esgotar assim.
- Dayane me escuta. Você está morrendo! - ela segurou o rosto da vampira.
- eu não vou te usar.
- o quê? Por quê?
Day engoliu seco e olhou a outra nos olhos. Seu olhar escuro estava mais profundo com o ambiente noturno.
- porque eu te amo, Caroline, e eu não posso fazer isso.
Carol perdeu o compasso da respiração ao ouvir aquilo.  Puxou Dayane a um beijo apaixonado, e depois encostou sua testa na testa da outra.
- pois eu te amo, Dayane, e eu preciso de você viva. Por favor... - acariciou o cabelo da morena, até então entrelaçar seus dedos com firmeza. Puxou a outra perto de seu pescoço. - por favor.
Day tentou lutar mas não tinha forças. Sentir o cheiro do pescoço de sua ruiva lhe atentou, e suas presas novamente lhe cortavam a boca.
- eu corro o risco de te matar - Dayane murmurou de forma chorosa.
- não vai... e eu não ligo. Anda. Faz.
Carol gemeu de dor. Sentiu um impacto nas costas, ao ser jogada contra a grama baixa e o chão firme, que lhe pressionou os pulmões. As presas de Dayane cravadas em seu pescoço, seu corpo quente sobre o seu. Respirou fundo e devagarinho, sentindo sua visão escurecer e, aos poucos, ir perdendo a consciencia.

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Oh my god
Segue aí um novo capítulo
O que será que vai acontecer?
O que vocês esperam da fic?

Beijos da vó.

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