Carol acordou atordoada. Será que tudo o que aconteceu era um sonho?
Olhou em torno. Estava naquele mesmo quarto, que agora era levemente iluminado pelos raios de sol que transpassavam os vãos do blackout.
Sentou na cama, se vendo nua. Olhou em torno e não encontrava suas roupas. Ah. Se lembrou o que aconteceu com parte delas.
Respirou fundo e viu a outra porta do quarto. Abriu e dava para um banheiro simples. Sobre o cesto de roupas, algumas peças bem dobradas e uma toalha limpa. Sobre as coisas,um bilhete à mão, uma letra apressada.
"Sinta-se a vontade, lux. - D."
Carol sorriu e deu de ombros. Entrou no banho e deixou a água quente escorrer pelos ombros, pensando em tudo. Por incrivel que pareça, a vida nova parecia mais tentadora ainda. O que viria a seguir? O misterio lhe chamava.
Terminou o banho e ao sair se olhou no espelho.
O que era aquilo? Seu corpo estava coberto por arranhões e chupões, e arrepiou só de lembrar da noite anterior.
Respirou fundo. Calma Carol, disse a si mesma. Quando então se aproximou mais do espelho. Viu em seu corpo, de forma quase imperceptível, marcas parecidas com as de Day, só que em um ou meio tom mais bronzeado que sua propria pele. Ela tinha marcas assim como Dayane. Tudo era verdade.
Chacoalhou a cabeça tentando colocar o pensamento no lugar e se vestiu. Era uma roupa preta simples: regata e uma calça legging.
Abriu a porta do quarto e levou um susto. Dayane estava na porta e os olhos da morena faiscaram enquanto mediam Carol naquela roupa.
-bom dia.
- ahn, bom dia.
- café está servido. - Day anunciou e se dirigiu à cozinha, sem nem esperar.
Carol a seguiu. Na sala e na cozinha haviam algumas pessoas. Day apontou a cada um. - aquele é 0reguiça, Gula, Avareza. Orgulho, Ira, e esse é Inveja.
O rapaz se levantou e Carol o reconheceu. Era o braço direiro de Day.
- pode me chamar de Dreicon - ele se aproximou amigavelmente, mas o clima mudou. Dreicon colocou carol contra a parede, e com a mão tirou o cabelo dela do "caminho". Olhou com intensidade para as marcas da noite intensa e riu debochado. - queria eu ter sido recepcionado e iniciado assim, Dayane.
Carol correu os olhos pela sala, e Day ignorava a situação, sentada no sofá, entretida com uma maçã. Entendeu que era ela por ela. Encarou Dreicon.
- ah, que dózinho. - respondeu no mesmo deboche. Ele deu um murro na parede ao lado da cabeça dela.
- dó vão sentir de você quando eu acabar contigo, Luxúria.
Carol não pensou duas vezes. Puxou a nuca de Dreicon para baixo e lhe acertou uma joelhada no estômago. Ele se afastou e Orgulho gargalhava. Dreicon avançou contra o rapaz e começaram a rolar no chão, lutando. Ninguém reagia aos dois. Day nao ligava. Carol deu de ombros e seguiu para cozinha, explorando o que havia para comer.
Desviou de Gula e olhou a geladeira. Nada interessante. Olhou os armários. Vazios.
Sentiu um corpo se encostar a suas costas, e parou. Conhecia aquele cheiro. Como poderia ter decorado um perfume tão rápido?
-vou sair comer. Tá a fim? - Day sussurrou a seu ouvido.
Carol assentiu, tentando não imaginar o que seria capaz de se deixar fazer com a morena naquela bancada de cozinha.
Day a soltou e seguiu para fora, parando perto da porta apenas para pegar uma jaqueta de couro.
- Gula, eu quero mercado feito quando eu voltar. Inveja, Orgulho. Voces estão responsáveis pela renda hoje. Preguiça, a casa é com você. Luxúria... você comigo.
Carol a seguiu, ouvindo os outros reclamando.
-tira esse sorriso da cara. Quando seu treinamento acabar, tambem vai ter tarefas.
Subiu em uma moto fatboy e sorriu, dando um sinal com a cabeça.
- monta.
Carol deu uma risada maliciosa e teve a impressão de Day corar levemente. Subiu na moto e deu um grito quando a outra saiu em disparada, se agarrando à mesma.
Quando começou a sentir o vento em seus cabelos, abriu os braços. A sensação de liberdade era maravilhosa!
Carol tinha certeza que amaria sua nova vida.***
Day levou Carol para outro bairro afastado da cidade, beirando favela. Estacionou a moto e a levou para dentro de uma porta de metal de garagem.
Lá dentro, um cara forte e mal encarado tirou o cigarro da boca.
- pensei que nunca mais ia aparecer.
Carol olhou por cima do ombro de Dayane, e pode ver o homem parrudo melhor. Ele possuia uma barba curta, mas bem demarcada, raspada no queixo. O cabelo curto, os braços com tatuagens humanas e tatuagens pretas como a de Day.
- Eu só precisei escolher bem. Acha que eu escolheria qualquer um para integrar os sete pecados? Poxa Eliseu.
- eu odeio quando me chama pelo nome.
- eu sei. - a morena sorriu vitoriosa. - Javali essa é Luxúria. Lux, Javali.
Carol apenas o cumprimentou com a cabeça.
- bonitinha mas ela presta? - ele cuspiu e apagou o cigarro, se levantando. Usava uma calça de ginastica e regata suada. Seus braços peludos terminavam em mãos grossas manchadas de graxa. Carol torceu o nariz. Era feio julgar pela aparência, mas ele também não foi educado. - voce quer que eu faça milagre com essa menininha?
- Dreicon já apanhou dela. - Dayane riu. - ela é ousada, esperta, e condiz ao apelido. Você vai treinar ela sim. Ela tem que aprender a lutar. - a mestiça sentou em uma cadeira e cruzou os braços, apenas assistindo. - e Lux não vai fugir. Faz parte da gangue agora.
Carol fitava Day em silêncio. Aprender a lutar?
O homem se aproximou e Carol deu dois passos para trás, se vendo sobre um tatame. Ele estralou os dedos.
- então vamos começar com o básico. Aprender a cair. - ele avançou subitamente contra Carol.
Day arregalou os olhos. Em um piscar de olhos Carol mal havia sido lançada ao chão, fez um movimento de rolar e estava em pé novamente, mal havendo tocado o piso.
O homem tentou derrubá-la outra vez, e ela em movimentos rápidos mal atingia o chão caía em pé em um mortal ou em um salto.
- como você faz isso? - Day se admirou.
- Eu não sei. - Carol também parecia surpresa. - eu só faço.
Javali franziu o cenho. Resolveu piorar.
Ele não só a derrubou usando seu peso como a prendeu sob seu corpo.
A menina começou a se debater sem sucesso.
Olhou para Day como se pedisse ajuda, mas a outra não se moveu.
- se tranquilize. Você deve achar uma maneira de sair. - javali falava. Carol percebeu que por mais mal educado, javali era respeitoso. Ele realmente era professor de luta.
A ruiva respirou. Olhou para o teto, sentindo o peso do homem começar a tirar-lhe o ar.
Seu corpo formigou. Ela apertou os olhos e e cerrou as mãos.
Quando abriu os olhos, estava sentada nas costas do homem, lhe dando uma chave de braço. Olhou para si mesma e suas marcas bronze brilhavam em laranja.
Deu um grito e se jogou para trás, caindo sentada no tatame. Sua pele apagou.
Carol encarava os dois, que apenas a fitavam curiosos. Sua respiração acelerada do susto não permitiu que ela falasse.
Javali levantou, acariciando o pulso.
- acho que não precisamos treiná-la, Dayane. Ela é mestiça de combate. Bem escolhido mesmo, hm? Nunca mais duvido de ti.
- nem eu duvido mais de mim. Eu nunca vi alguém usar o poder assim. - Day sorriu satisfeita.
- o que está acontecendo? - Carol aceitou a ajuda de Javali para levantar. Deu duas piscadas confusas.
- aconteceu que seu poder é combate. Quando você ativa, você se transforma em uma maquina mortal. Provavelmente saiba usar armas também. - Javali explicava. Olhou para Day: - de quem será que ela é filha?
- sabe Deus... - um estrondo se ouviu do lado de fora e Day se encolheu - OK DESCULPA AÍ EM CIMA. MAS TU SABE QUE EU SEI. - Gritou para o nada e começou a rir. - de qualquer modo, eu adorei.
- tudo bem mas... como se ativa? - Carol cruzou os braços, emburrada.
Day se levantou e foi até ela. Pegou sua mão e levantou seu braço na altura do diafragma. Carol seguiu o movimento com o olhar.
- é bem simples. Quero que sinta sua energia fluindo pelas marcas. Sinta que tem controle sobre elas.
Carol assentiu. Se concentrou, resenhando suas proprias marcas com a mente.
De repente, uma luz amarelada fluiu pelas marcas, se seu ombro até sua mão. Ela se olhou admirada, então fez o mesmo com o outro braço. Fechou os olhos e o corpo todo acendeu, logo em seguida apagando.
- uau. Eu não sabia que podia fazer e sentir isso. - sorriu.
Day assentiu.
- obrigada por me ensinar isso.
- disponha.
- e qual seu poder?
Os olhos de Day brilharam. Ela estalou os dedos e o tatame começou a pegar fogo. Pegou Carol pelo braço e saiu correndo para fora, enquanto Eliseu gritava nomes feios tentando apagar o fogo.
- O QUE FOI ISSO?
- MEU PODER É DESTRUIÇÃO - ela gargalhava - ELISEU DEPOIS TE PAGO - ela ria se divertindo, subindo na moto. - Anda Lux, sobe!
- só que você ainda está devendo me levar comer. - Carol parou, cruzou os braços e encarou a outra.
- ta bom, eu te levo. Mas você não vai querer ver o Javali brabo!
- jura?
- to falando sério. ia te levar comer depois do treino, mas já que você não precisa... Anda, sobe!
Carol montou na moto e outra vez Day saiu em disparada.
- VOCE ME PAGA, LIMA! - Javali gritava da porta da garagem, vendo as duas sumirem.
Day seguiu subindo o morro, gargalhava. Carol começou a rir também. Day não tinha limites e aquilo era puro entreterimento.
- você não sente pena dele?
- nem - ela riu. Logo ficou séria, fez uma curva e seguiu outro caminho.***
Kau corria na rua, e estranhou a gangue de motoqueiros passar por ela. Podia jurar ter visto um deles lhe encarar enquanto passava. Ela chacoalhou a cabeça e continuou seu exercício.
Seguiu em trote por uma rua arborizada, e então alguém se colocou a correr ao seu lado.
Olhou e reconheceu a morena.
- oi...
- Ana! Como vai?
- se você puder diminuir, eu consigo respirar.
Kau riu e parou. Apoiou as mãos na cintura e secou o suor da testa com as costas da mão, dando um sorriso sincero.
- o que faz aqui?
- resolvi te ver. - a morena sorriu sem jeito. - como aguenta correr?
- eu amo correr. Me ajuda a pensar
Clarear ideias.
- não cansa de ser incrível?
- você é o anjo e eu que sou incrível? Ah, para.
Ana riu baixinho, acompanhada de Kau. Olhou em torno.
- olha eu atrapalhei seu exercicio...
- não se preocupa.
- posso pagar com um suco? Talvez uma volta no parque? Eu acho que precisamos conversar.
- é serio?
- um pouco. - Ana trocou o peso de perna, nervosa.
- bom... vamos então - a menina dos olhos claros sinalizou passagem com a mão e sorriu sem jeito.***
Dayane estacionou na frente de um bar de motoqueiros. Carol a seguiu para dentro. Era estranho como o local era tão bagunçado quanto bonito. Homens espalhados pelas mesas, uma garçonete tatuada, uma mesa de bilhar.
-vamos comer aqui?
- também. - Day digitou algo no celular e caminhou sem medo entre os homens, que a olhavam com certa raiva.
Sentou no bar e deu sinal para Carol sentar ao seu lado. Carol acompanhou com os olhos o fato de Day recostar a perna na sua, mas parecer bem interessada no decote da garçonete.
A mulher veio atender, ela pediu uma cerveja e uma tabua de porções. Olhou para Carol que pediu uma cuba libre.
- você toma isso?
- algum problema?
- não é muito pequena para beber whisky mesmo misturado na coca?
- ah pronto! - carol riu.
Um homem se aproximou, apoiando-se no balcão entra elas. Virou para Carol, tentando puxar assunto.
Day o cutucou.
- vaza.
- algum problema?
- vaza. Ela me pertence.
- ah e voce vai fazer o que? - o homem debochou, mas seu sorriso durou até o punho de Day atingir seu queixo o lançando ao chão.
- vocês ainda não aprenderam, não é?
-uau - Carol levantou as sobrancelhas. Não sabia se se admirava mais do jeito de Day falar, do respeito que ela impôs ou do golpe que desmaiou o rapaz. Ninguém reagiu para brigar. Ela parecia conhecida ali.
- quer saber? Vaza todo mundo. - ela levantou. Alguns homens se retiraram, mas uma mesa que jogava baralho reclamou.
- a gente nem terminou a partida.
Ela revirou os olhos e sentou com eles. Jogou algumas notas na mesa e pegou algumas cartas.
Em duas rodadas, eles saíram, enquanto ela recolhia todo o dinheiro da mesa para si.
Carol observava tudo apenas com seu copo. Apreciava como Day mandava no lugar. A garçonete havia sumido para a cozinha, e a morena então sentou na mesa de bilhar.
- vem cá.
- tem certeza? - Carol soltou o copo.
A vampira apenas deu um sorriso sexy e um "toque" com a sobrancelha. A ruiva sentiu sua coluna arrepiar e caminhou até a morena, se colocando entre suas pernas.
- você provoca. - reclamou, acariciando as coxas torneadas da morena.
- não sou só eu - Dayane falou com voz baixa, os lábios proximos aos de Carol, os olhos fixos em sua boca.
- como você consegue mandar em tudo? Tipo, ser assim, dona do crime.
- acho que eu nasci para comandar o inferno. Quem é Lucifer perto d...
- da demônia da Dayane? - Era Dreicon, entrando no bar com o resto da gangue. - garotas, não querendo cortar os embalos, adoraria assistir vocês transando na mesa de bilhar mas... Dayane. Você não vai acreditar no que vimos no caminho pra cá.
Day revirou os olhos enquanto Carol deu uma leve afastada com o comentário do rapaz.
- o que foi?
- uma Virgo.
- o que?! - ela saltou da mesa.-------
E aí genteeee
Eu comecei o cap mas depois que esse clipe saiu eu PRECISEI fazer isso na história.Amo voces
Vao la ver o clipe e o novo EP que eu surtei!Beijos da vó
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RISE
FanfictionQuando somos crianças, acreditamos na existência de anjos, demônios, vampiros, espíritos e todas as criações das nossas mais profundas crenças. Crescemos e passamos a desacreditar nessas coisas. Bom, foi o que eu fiz.....Mas e se eu te dissesse que...