- então vocês a encontraram? - Rafael sentou-se no sofá cor de cappuccino. Chamou o arcanjo mais novo para perto, e começou a curá-lo da queimadura.
Miguel cruzou os braços e soltou o ar com peso, observando Rafael curar Gabriel.
- nós pensamos que sim. - respondeu baixo.
- se for assim, só vai faltar encontrar... - Rafael foi interrompido.
- Meeus irmãos! - uma voz caçoada soou pela sala, e uma explosão de fogo se abriu do chão. - de que estão falando? Oras, uma reunião de familia dessas e os senhores não me convidam? Eu chego a pensar que envolve a mim. - os sapatos lustrados pisaram maciamente no tapete, e, ao lado, a base brilhante de uma bengala de luxo se apoiou.
- nada. Estamos falando de nada. E você poderia por favor começar a usar a porta? Odeio quando incendeia meu tapete. - Miguel rosnou.***
-Que que tu sumisse o dia todinho? – Vitória olhou para cima. A noite havia caído, o céu estava limpo e estrelado, os grilos cantavam. Em um galho alto da árvore da rua de onde elas moravam, Ana estava calada, abraçada aos joelhos. Vitória suspirou. – posso subir?
Ana deu de ombros. A loura escalou a árvore com rapidez e sentou-se ao lado da morena.
- que tu tá toda borocoxô e desenxavida, hm? – Vitória se aproximou de Ana. A morena se ajeitou sentada, olhando para o chão, e respondeu baixo:
- é que... E se essa coisa que sinto por Kauany for amor, Vitória? Eu tô é disgraçada da vida, vê! Que é que eu faço? Como que guardião se apaixona assim por guardado, eu vou despencar que nem chuva em verão.
- ué, mas tu já tá na terra – Vitória sorriu. Seu braço brilhou em traços brancos, e um novo galho da arvore brotou na direção das duas – é como dizem. Se a vida te der limões... – uma fruta brotou do galho. Vitória a pegou e cortou em duas metades, depois ofereceu metade para Ana, inclinando a cabeça de um jeito fofo – tu faz é uma limonada.
Ana deu um sorriso sem graça, olhando para a amiga:
- isso é uma laranja, Vitória...
- eu sei. Não sei fazer limão. Tu sabes que eu sou terrível com meus poderes. Lembra quando tentei fazer que nem princesa da disney e chamei os bicho tudo pra ajudar na faxina?
- a sala virou banheiro de pomba – Ana riu, pegando a laranja com a insistencia da loura.
- Mãe ficou doidinha. Mas as vezes é o universo dando um sinal. Talvez a vida não te deu um limão. – ela pegou a metade do fruto que havia em sua mão e colocou sobre a metade que Ana segurava – talvez a vida tenha te dado a metade da sua laranja.
A morena suspirou, sorrindo sem jeito, e abraçou a outra com força.
- você é a melhor pessoa desse mundo todinho!
- ah, para! - ela sorriu. - agora vê se da notícias para Kauany, que ela está doidinha atrás de ti.
Ana assentiu, dizendo que precisava buscar o celular. As duas desceram da árvore e tornaram para casa.
Entraram em silêncio, e Ana subiu ao quarto. Sentou na cama e pegou o celular. Depois apenas o soltou e decidiu ir tomar um banho.
Retornou, o peito saltando, e encarou o celular outra vez.
-ok Ana, vamos lá. - ela pegou o celular de cima da cama, dando um gritinho ao vê-lo se acender com o nome de Kau brilhando na tela. Respirou fundo e atendeu.
- você está bem? Por que sumiu o dia todo?
-...
- Ana... fala comigo. Aconteceu algo?
- não. Não houve nada... Eu só... Você... tem algo a fazer hoje? Pode vir aqui?
- Estou chegando.
A ligação foi desligada e Ana encarou o celular desesperada. O que havia acabado de fazer?***
Dayane acordou devagarinho, ouvindo o som abafado de rock vindo da sala. Olhou para a janela, e percebeu que a noite havia caído. Demorou um pouco a se acostumar com a escuridão, até então sentir um corpo quente contra o seu.
Voltou o olhar e viu que Carol dormia tranquilamente, aconchegada em si. A morena tentou baixar a respiração para não acordar a menina que dormia como um anjo. Admirou cada parte sua, com uma sensação nova no peito: Carol tinha um corpo fantástico... mas não só isso. Seu perfume era envolvente, os cabelos eram lindos, cada traço de seu rosto parecia ter sido planejado ao ser desenhado.
Dayane piscou tentando afastar os pensamentos da mente. Se levantou, sem acordar a outra, e foi se vestir. Tinha coisas a fazer e a noite era uma criança.
- não vai me levar? - a voz da ruiva soou rouca e dormente, enquanto Dayane terminava de fechar a jaqueta de couro. Ela virou para trás, e Lux estava sentada na cama, emaranhada em lençóis, a fitando com atenção.
- se arrume. Te dou dez minutos. - sorriu e saiu do quarto, indo encontrar os outros.***
O estalo de uma pedra soou na janela. Ana olhou em direção ao vidro.
Outro estalo.
Seguiu até a janela, e, lá embaixo, Kauany sorriu.
- portas e campainhas existem.
- eu sei, mas eu sempre quis fazer isso. - Kau deu um sorriso largo. - posso subir?
- vem. - Ana sorriu revirando os olhos, e a outra escalou a casa agilmente. Entrou pela janela e as duas se olharam em silencio por alguns segundos, quando, enfim, Ana a abraçou.
- quer me dizer o que aconteceu? - Kau acariciou os cabelos da outra.
- não... só quero que... fique comigo essa noite.----
E aí galerinhaaa
Vó está de volta e aqui um capítulo para vocês aproveitarem.
Logo atualizo tambem as outras fics.Amo vocês
Beijos da vó.
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RISE
FanfictionQuando somos crianças, acreditamos na existência de anjos, demônios, vampiros, espíritos e todas as criações das nossas mais profundas crenças. Crescemos e passamos a desacreditar nessas coisas. Bom, foi o que eu fiz.....Mas e se eu te dissesse que...