eight

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Dayane saiu do bar apressada, seguida pelo grupo. Subiu na moto e ordenou que Carol subisse, e saiu em disparada. Dreicon nivelou ao seu lado, e começaram a conversar.
- cadê ela?
- eu não sei, estava correndo perto do parque central.
- por que já não pegaram?
- estavamos indo te encontrar.
-inuteis.
- corredores daquele parque costumam parar na avenida tomar sucos ou sorvetes. Talvez a gente encontre lá - Carol acrescentou.
-ótimo. Pelo menos alguém inteligente.
Day acelerou mais, e Dreicon rosnou, fuzilando com os olhos a ruiva na garupa da moto da morena.

***

Kau ria das piadas de Ana, olhando a rua pela vitrine da lanchonete. A outra fazia piadas inocentes e divertidas, e elas nao viam o tempo passar.
- FINALMENTE ENCONTREI VOCÊS!
As duas olharam assustadas para a dona da voz.

-meusenhor VITÓRIA que susto! - Ana a olhou - tu quase me tira a fome, olha isso, meu coração não aguenta susto não.
- me desculpe - a loura sorriu nervosa. - eu estou com um pressentimento ruim. A gente precisa sair daqui. Agora.
- como assim?
-confia em mim? Andem!
Kau olhou para Ana com estranheza, mas se levantou antes mesmo da morena. Ana suspirou deixando dinheiro sob a mesa e as seguiu correndo pela porta dos fundos.
Uma gangue adentrou a lanchotene, liderados por uma morena aparentemente irritada. Os olhos dela caíram sobre Kau, elea gritou:
- Virgo!
Ana sentiu o sangue se esvair e acelerou o passo. Elas correram.
- Ai Jesuscristin ME TIRA DESSA.
- Meu Pai tu podia me ajuda agora visse - Vitória virou a esquina, e viu Kau disparar por um beco.
- por aqui! - ela chamou, e as mestiças se entreolharam antes de a seguir.
Kau seguiu serpenteando na contramão das ruas, deixando os membros da gangue que estavam de automovel para trás.
Então entrou em uma porta colada a um muro.
- onde está indo?
- anda logo - respondeu, fechando a porta atrás das meninas.
Elas seguiram um corredor escuro e, ao atravessar uma segunda porta, se viram em uma pequena sala com escada.
- onde estamos? - Ana olhou em torno.
- na base da torre da catedral. - ela respondeu, enquanto recuperavam o folego. Procurou por uma chave em um armário, e abriu a outra porta que havia na base da escada.
Vitória olhava admirada para a sala onde elas saíram. Era uma sala com sofas, armários e muitos itens valiosos de igreja. Kau atravessou a sala e passou por um portal que dava no altar da catedral, como quem entra na cozinha de casa.
Ana a seguiu em silencio, e parou sob o altar. Olhou para as imagens que ali haviam. Vitória se uniu a ela, vendo como aquele altar era mais bonito de tão perto.
- posso ajudar, meninas?
As três se viraram nos calcanhares.
Um rapaz magro, de cachos louros e óculos grossos a frente dos olhos castanhos sorriu. Vestia um colete xadrez e calça jeans.
- Gabriel! Bom te ver - Kau o abraçou, como amigos antigos. - preciso que esconda a gente aqui. Há uma gangue nos seguindo.
Vitória estava de queixo caído, encarando o rapaz.
Ele a fitou e o silêncio pairou. Os dois se apontaram.
- PAI?
- VITORIA?
-COMOASSIM PAI? - Kau o encarou.
-ESSE MOLEQUE É GABRIEL ARCANJO? - Ana berrou.
- MOLEQUE O SEU...
-PAI!
- COMO ASSIM PAI? - Kau repetiu.
- COMO ASSIM VOCES SE CONHECEM? - pai e filha falaram juntos. Todos pararam. Explodiram em gargalhadas.
- essa cidade é um ovo - Ana falou.
- vocês sabem que eu sou o guardião dos virgos, não é? tipoassim... ARCANJO MENSAGEIRO!
- tá mas... - Vitória começou mas se calou. - ok está certo.
- mas e vocês? Quero dizer... - Ele ficou sério. Não era muito seguro ou correto mestiços estarem envolvidos com profetos.
- culpa da Ana.
- Ei!
- gente eu adoro reunião em família mas assim...
Um estrondo veio da porta da torre, chamando a atenção dos quatro.
- vão. Eu dou um jeito - Gabriel falou, indo em direção ao portal do altar. - mas não posso ajudar vocês três sempre. A missão é de Ana.

Elas assentiram e saíram da igreja, enquanto Gabriel parou em frente a porta.
A gangue parou em frente a ele.
- posso ajudar, rapazes? Por mais mestiços, vocês não parecem do tipo que vieram rezar, não é mesmo? - Gabriel sorriu com acidez.
Inveja e Orgulho se armaram, as tatuagens brilhando em chamas, os caninos e as garras crescendo. Day permanesceu atrás, com Carol. Gula se uniu a elas, e preguiça se arrastou pra junto dos mestiços de lobisomens. Se ajeitou também acendendo as tatuagens, mas claramente vampirico.
Ira tinha a pele acizentada, e estava agarrado na parede. Gárgula, Gabriel observou. Avareza se aproximou por trás de Gabriel, em fumaça negra. Pesadelo.
- ah não pessoal... vocês não vão querer brigar comigo, não é? Eu não quero ter que bagunçar a catedral.
- não vamos bagunçar nada se pudermos só passar. - Day falou tranquilamente. - sabe. As notícias correm... - ela pegou um ciborio dourado e poliu com a manga antes de colocar no lugar - com a guerra eminente, só queremos um virgo para ser nosso... amigo. - tonificou a ultima palavra.
O sorriso de Gabriel sumiu.
- eu sei bem o que querem com o profeto. Todos sempre querem. Sou eu quem mais tenho trabalho quando surge um na Terra.
- nos deixe passar... e não tera tanto trabalho, hm? - preguiça silviou.
- virgos são seres tao livres quanto humanos. E eu sigo os defendendo. Não vou perder a diversão.
- só vai apurar a guerra assim. - Avareza sussurrou.
- que seja. - o arcanjo respondeu, e ramos de videira prateados pareciam se acender em seus braços, gramíneas nasciam a seus pés - eu sou impecável diante de meu trabalho.
Carol mordeu o lábio. Sentiu uma energia imensa emanando daquele rapaz. Algo estava errado.
Orgulho avançou sem ordem sobre o arcanjo.
O garoto de cabelos cacheados e oculos abriu as mãos. Plantas começaram a brotar de todos os lados, crescendo desenfreadamente, e animais como aves, insetos e bichos errantes invadiam a catedral.
Um cipó agarrou Orgulho sem que o arcanjo sequer se movesse. Orgulho se debatia lutando contra as plantas, e foi a vez de Gula avançar em ataque. Gabriel desviou sem esforço, derrubando o grandalhão. Os outros atacavam e lutavam com dificuldade contra o arcanjo, sob o olhar de Day, que manteve Carol ao seu lado.
Dayane sentiu a ansiedade de Luxúria, que agitava os dedos enquanto suas marcas faiscavam.
- acende. - ela disse. Carol sorriu sedenta e acendeu as marcas, se prontificando. - se prepare. - Dayane ordenou. Olhou para Gabriel que derrubava um a um.
Dreicon, o ultimo em pé, fez um ultimo avanço pelas costas de Gabriel. Este se virou nos calcanhares contra o mestiço e fez um gesto em sua direção. Um gavião de penas prateadas entrou pelo vitral, de garras armadas, atacando Dreicon direto na cabeça, que foi lançado para tras com o golpe da ave mística.
Day deu um passo a frente. Suas marcas acenderam e o seu redor incendiou em um círculo de fogo. Gabriel olhou espantado para a garota.
No segundo passo dela, uma explosão de chamas atingiu as plantas, que sucumbiam ao calor do fogo.
- o que? - ele franziu o cenho e se armou em posição de combate em direção a ela.
No terceiro passo, uma coluna de fogo avançou contra o arcanjo, que materializou um par de asas branco-prateadas e fechou a frente. Quando a coluna de fogo se dissipou, Gabriel abriu as asas para olhar em torno. Um erro. Carol estava no ar acima dele, caindo em um golpe que o lançou para o lado.
-uau. Conseguiram encostar em mim. - ele falou, agitando as asas que chamuscaram intactas, enquanto coçava o queixo.
Dayane não respondeu. Seus olhos faiscavam e seu corpo brilhava mais forte em chamas. Ela estendeu as mãos com força, e fogo explodiu por toda a igreja, atingindo o arcanjo.
O incendio se espalhava e Day sorriu satisfeita, quando um estrondo rompeu o céu.
Uma luz atingiu o chão e o solo estremeceu. O chão havia compactado em um circulo no local do impacto, entre Day e Gabriel.
Day apagou e piscou curiosa. Carol encheu o peito e se armou para lutar.
No centro da cratera, ergueu-se um homem bronzeado, de cabelos negros e barba ruiva de cortes militares, assim como suas roupas de sarja. Ele era alto e musculoso, suas marcas brilhavam em tons acobreados, bem como suas asas possuíam reflexo avermelhado. Ele ajeitou a postura, e arrancou do solo uma espada bem trabalhada e esculpida.
- já chega. - ele bufou como um touro impaciente. Dayane hesitou.
- Miguel... - Gabriel murmurou dolorosamente enquanto se levantava, cheio de fuligem.
A gangue se ajeitava atrás de Dayane, aguardando ordens.
Ela negou com a cabeça:
- não estamos aqui para lutar com vocês. Nosso objetivo já escapou faz tempo. - deu sinal aos outros - estamos indo embora.
- tem certeza? - Carol lhe tocou o braço.
Dayane assentiu.
- não vou morrer numa igreja nem que seja pela espada de Miguel Arcanjo.
- EXCALIBUR O NOME. Respeito, mestiça!
Day deu de ombros. Não devia respeito a ninguém. Uniu a gangue e se retiraram tranquilamente.

Miguel virou-se ao irmão. Gabriel o fitou, a mão esquerda sobre o ombro direito, cujo braço pendia, bem machucado.
- o que é isso? - Miguel questionou.
- eu fui queimado... - Gabriel suspirou olhando para a porta da igreja por onde Day havia saído. - Eu acho que nós a encontramos.

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E aí pessoal o que estão achando dessa historia?
Me mandem mensagens aqui, no tt, no curiouscat, mas vamos conversar!

Encontro voces no proximo capitulo

Um beijo da

RISEOnde histórias criam vida. Descubra agora