- Um acordo?-
- Sim, Daldar achou melhor você pagar pelo que fez de outro modo ao invés de ficar presa aqui- A rainha comenta e passa e encara o homenzinho - Es-emixorpa Daldar, euqilpxe a ale - ordena fazendo o fazendeiro sair das sombras adentrando a cela em minha direção.
- Açom ahnartse eved rahlabart ocsonoc arap rasnepmoc o euq uobuor - ele fala enquanto gesticula e mais uma vez não entendo uma só palavra, olho para a rainha suplicando por ajuda, a mesma solta um suspiro, como quem entende meu desespero.
- Ele disse: "Moça estranha deve trabalhar connosco para compensar o que roubou" esse é o acordo que ele propôs e que você deve aceitar, a não ser que queira ficar por aqui- Vejo a mulher indicar o local com as mãos e com certeza ficar ali não era uma opção para mim.
- Nã-não ,eu aceito, mas...-
- Mas? - ela pergunta impaciente, o olhar frio da rainha e do fazendeiro me deixavam agitada, podia sentir minhas mãos suarem frio devido a situação.
- Eu não sei o que roubei, eu não me lembro de ter pego nada - explico e a mesma limpa seu rosto de qualquer expressão, Daldar a sua direita resmunga e acerta um tapa de frustração nas grades da cela, os guardas parecem novamente, um arrepio percorre minha espinha, meu estômago embrulhou e o cheiro de mofo começou a me dar náuseas, a umidade do ar o deixou mais pesado, minhas pernas tremiam no ritmo de uma goteira que pingava no canto da cela, eu tinha certeza que depois daquilo eles me trancarão ali para sempre.
- Ertsom a ale Daldar - a rainha pronuncia, Daldar enfia a mão no bolso e dele retirou uma fruta estranhamente parecida com uma maçã, mas ao invés disso era azul - Reconhece isto? É a fruta que roubou mais cedo - a mulher diz com um tom de reprovação - De todos os reinos, o nosso é o único capas de produzir frutas em abundância, os demais reinos dependem da nossa produção, por isso roubar da colheita é o pior de todos os crimes - ela fala e me encara, seus olhos brilham em ameaça.
- E-eu não quis...eu não sabia que faria falta, eu...-
- Atsab ardal!!! - o homenzinho esbraveja acertando mais uma vez as grades ali presentes, sua barba se agitou fazendo algumas folhas presas caírem, sua voz dançou e se espalhou pelos ares causando silencio, por um momento, a única coisa que se ouvia era o gotejar da goteira, respirei o ar úmido e mofado, o fazendeiro me encarava enfurecido, olhei a mulher de coroa pedindo por ajuda e com medo de sua resposta, mais uma vez observo a mesma balançar a cabeça e suspirar.
- Se queria ou não, não nos convêm, você passará um dia com Daldar e deverá ajudá-lo a repor toda safra nova, ele lhe mostrará o que deve ser feito, e acho bom que não tente fugir, sua situação já esta muito complicada, estamos entendidas? - pergunta em um tom de ameaça novamente, seus olhos de verde primavera escureceram e passaram a um verde musgo, suas palavras haviam soado tão ásperas quanto o piso de pedra do lugar.
Daldar estendeu a mão, olhei para a mulher e ela fez um sinal para que eu apertasse a mão do mesmo, assim que o fiz ele balançou nossas mãos freneticamente me causando uma leve dor nos ombros.
- Otief !!!!! - ele declara e sai me puxando, passamos pela entrada do local e rumamos a escada que quase me fez cair devido a um tropeção de levei.
Por ser bem maior que ele foi meio difícil de segui-lo enquanto ele me arrasta mas creio que o mesmo não pensava diferente "além de me roubar, agora tenho que arrastar essa grandalhona desengonçada por ai" sorrio com meu próprio pensamento, era a primeira vez que um certo alivio invadia meu peito desde que cheguei.
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Ahtera- O despertar de Baltazar- Livro 1
FantasyAhtera é um mundo que com o passar dos anos e as guerras foi dividido em quatro reinos onde todos são sustentados pelo pode do grande cristal. Depois de tantos anos, Alyssa consegue encontrar a chave de Ahtera, abrindo assim os portões para um no...