11-Chegada Ao Reino Leste

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  Depois que a rainha apareceu e nos informou da minha viagem, eu deixei de acreditar que em algum momento eu ficaria tranquila em Ahtera, não importa o que, sempre existe um enpecilho e eu sou jogada de um reino a outro sem a minima chance de argumentação.

Morgana entregou sua varinha a Jax  lhe passando as instruções, suspirei pesado um pouco apreensiva, fadas me prenderam, a bruxa quis me amaldiçoar , o que os elfos farão?

Mais um vez o nervosismo e o medo se instalaram em meu peito, assim que Jax me chamou para deixarmos o castelo puxei todo ar que meus pulmões me permitiam e soltei em uma lufada de desanimo sabendo que eu não teria outra escolha a não ser segui-lo.

Deixamos o castelo rumo ao local o qual os dois chamavam de descampado.

O mais estranho é que ao sair de uma construção como o castelo das bruxas, totalmente escuro, é comum pensar que seu olhos se incomodariam com a luz do dia, mas no meu caso não tinha como isso acontecer, até por que não havia luz, o lado de fora estava tão nublado e que mal dava pra saber se era dia ou noite, o tempo seco não ajudava a melhorar o ambiente de maneira alguma.

-O que esta fazendo?- Jax questiona ao notar que parei de segui-lo para poder encarar o céu nevoado.

-A quanto tempo estou aqui?- Respondo sua pergunta com outra.

-Você chegou ontem ao entardecer, a essa hora o sol já se pois, é noite, então faz pouco mais de um dia- o mesmo dizia aquilo de modo banal, talvez tenha estranhado a pergunta, mas para mim aquilo não era simples, passei quase dois dias com as fadas e estou a 1 dia la, faz três dias que sumi e tento voltar para casa em vão, minha avó deve estar morrendo de preocupação -Porque a pergunta?- ele indaga.

-Ja faz uns dias que não vejo minha casa- depois da minha declaração o silencio reinou, o mago até fez menção de dizer algo, mas acabou se mantendo em silencio me fazendo um sinal para segui-lo.

 Andamos por um tempo pelas vielas daquela cidadela macabra, acho que passei tanto tempo dentro do castelo, que me esqueci dos aspectos das casas ao redor do mesmo

- O que é o descampado?- questiono rompendo o silencio.

-é um lugar aberto onde usávamos para treinar feitiços pesados durante a guerra, agora faça silencio, por favor, se alguém do povo te ouvir, vai causar problemas- Dito isso ele me da as costas e seguimos viagem.

Passamos entre algumas casas até chegarmos perto de um amontoado de arvores mortas, seus espinhos retorcidos pareciam indicar o caminho a seguir.

Entre nós os únicos sons que se podia ouvir era o esfregar do cascalho contra a areia negra e o piar do corvos que nos acompanhavam com os olhos .

Estava perdida em meio ao meus pensamentos quando um cheiro atingiu minhas narinas, era como se alguém tivesse colocado fogo em uma grande pilha de feno, o cheiro de queimado só piorava e a temperatura do lugar passou a subir, como se eu realmente tivesse caminhando rumo a um incêndio.

-Jax , que cheiro é esse?-

-É o descampado, estamos perto- apertamos o passo e mais a frente pude ver um ligeira fumaça, junto dela , cinzas caiam dando um toque final a paisagem morta do reino oeste, arvores secas, cascalhos cinzentos, céu escuro, tempo seco, areia negra e áspera como cacos de vidro,  corvos magros, tudo isso compunham a fauna e a flora, "tudo tão triste"- Chegamos, esse é o descampado- observo o local ao nosso redor, um grande circulo sem arvores ou espinhos, só terra e chão secos cobertos por uma generosa camada de cinzas.

  Ao fundo as ruínas de uma construção imensa da qual o vento trazia cinzas com brasas ainda acesas

-O que houve com esse lugar?- pergunto e vejo o mesmo suspirar e encolher os ombros, ele encara o resto da construção com melancolia.

Ahtera- O despertar de Baltazar- Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora