...-ahnim ahniar- ele abaixa a cabeça fazendo a barba tocar o chão-Ale uirpmoc o odroca, ale aj oãn é siam amu ardal- Declara voltando a sua postura original e sorrindo para mim com sua carranca. Olho a rainha a minha frente, ela sorri gentilmente , me causando alivio, talvez eu não esteja mais encrencada.
A mulher faz um sinal com a mão para que Daldar e as duas jovens se retirem,vejo o fazendeiro assentir e dar um tchauzinho tímido para mim, ele se aproxima das portas e depois de olhar para trás pela ultima vez, deixa o castelo.
Assim que todos saem, ela se levanta e passa a descer as escadas se aproximando de mim.
-Creio que agora aprendeu sua lição- a mesma conclui arqueando a sobrancelha, assenti de forma rápida concordando- Ótimo, agora venha comigo -Pede , me dando as costas e passando a andar, mas não a sigo. Será que ela vai me levar de volta para a prisão? Não quero voltar.
Um anseio passa a se aflorar em mim, pensamentos incertos inundam minha cabeça. Eu cumpri com o acordo certo? Não há porque me punirem não é? Será que agi errado em algum momento? Estou encrencada ?
-Eu pronunciei alguma palavra errada? Peço desculpas, sua língua é um pouco diferente da nossa- A mulher parecia sem graça.
-A senhora, digo, vossa majestade, foi clara-
-Então porque não me segue?-
-Não quero voltar ao calabouço- Digo baixo e relutante, me encolho assim que noto o olhar da mesma e a vejo se aproximar para tocar meu ombro-
-E quem disse que vai voltar para la?- ela sorri apertando levemente meu ombro em forma de conforto- Você pagou pelos seus crimes, não precisa mais ficar na prisão, eu escutarei seu lado da história, quero que me conte como chegou aqui, mas antes você precisa de um banho e trocar essas roupas hum...- ela para para encontrar a palavra certa, vejo a mesma tocar o tecido de minha blusa e o olhar com estranheza -digamos que um tanto incomuns- conclui e volta a caminhar- Vamos conversar durante o jantar, agora siga-me – a acompanhei por um corredor comprido com tapetes de pétalas de rosa, as paredes ,de quartzo rosa, eram ornamentadas com delicados galhos esculpidos, notei uma sequência de vitrais em formatos de arco , nos vidros, era possível ver pétalas e sementes presas neles, acabei por tentar tocar em um como uma criança curiosa.
Andamos por algumas sessões de escadas , a rainha subia de forma delicada degrau por degrau tocando no corrimão repleto de rosas, me pergunto como ela não machuca a mão nos espinhos.
Instantes depois chegarmos finalmente a uma ala repleta de portas.
A rainha se aproxima batendo em uma das portas, uma jovem de cabelos de um castanho quase negro a abre, a mesma tinha um colar de minúsculos botões de rosas que lembravam muito pérolas, em seus cabelos haviam pequenas margaridas presas, de suas costas, suas asas brotavam muito parecidas com as da rainha só que menores e com as extremidades cobertas de sementes, era lindo de se ver.
-Luxis asse é asson adadivnoc, eraperp mu ohnab arap ale e a emurra arap o ratnaj- A mulher pede a mais jovem que assente ,se curvando logo em seguida, a rainha me olha e sorri- Sei que nossa língua e complicada para você, então apenas concorde e as siga-
-Claro vossa majestade- concordo e me curvo , a mulher sai nos deixando sozinhas, nesse momento sinto uma mão sobre a minha me puxando para dentro do cômodo fechando a porta logo em seguida.
A garota fez um sinal para que eu esperasse , e mesmo tentando relaxar ainda há hesitação dentro de mim.
Poucos instantes depois uma segunda jovem aparece, seus cabelos eram de um castanho bem mais claro, com os fios presos por um arranjo de flores formando um rabo de cavalo mal feito, ambas as duas sorriam de orelha a orelha, assumo que me senti encabulada.
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Ahtera- O despertar de Baltazar- Livro 1
FantasiAhtera é um mundo que com o passar dos anos e as guerras foi dividido em quatro reinos onde todos são sustentados pelo pode do grande cristal. Depois de tantos anos, Alyssa consegue encontrar a chave de Ahtera, abrindo assim os portões para um no...