10-Viagem

123 20 200
                                    

-Eu não posso manda-la de volta para casa-

-C-como?- aquela noticia me pegou de surpresa.

-Mãe? T-tem certeza? É impossível que a senhora não consiga-

-Saiam daqui- ela fala ao endireitar sua postura , a mulher tinha os punhos cerrados e o maxilar travado-Tire essa criatura da minha frente, antes que de raça banida eu a promova para raça extinta!- ela grita e as paredes tremem, em um movimento rápido da varinha, a mesma atirou raio em minha direção, o medo consumiu meu peito, era meu fim, levei a mão frente ao rosto esperando o impacto , mas que graças a Jax não ocorreu, o mesmo me puxou antes que o feitiço me atingisse.

- Ragul ortuo arap evel son ,rariter es ed aroh é- é incrível como esse negócio de feitiçaria é rápido, basta uns movimentos e algumas palavras, que em questão de segundos algo acontece, no meu caso, Jax nos tirou da sala da rainha para uma sala de jantar, como sei disso? Bem, eu dei de cara com a mesa.

  Acho que com a pressa ele não deve ter pensado direito onde queria chegar, só deu tempo de pronunciar o feitiço, em um instante senti todo meu corpo ser esticado em uma proporção inumana e no segundo instante, eu apareci junto do mesmo no teto da sala de jantar, o problema é que ele continuo la no segundo seguinte, fixo ao teto, já eu, eu devo ter despencado uns três metros de cara na madeira negra daquela mesa comprida

-Droga- Jax exclama ao ouvir o baque seco dos meus ossos com a mesa- Sua raça não faz nada? Nem se segurar nos lugares consegue –eu até teria me justificado, ou pedido desculpa pela inutilidade da minha raça, mas estava com dor demais para falar.

-Jax! Que barulho foi esse-uma nova voz se faz presente na sala, tomo coragem e viro meu rosto para o lado me deparando com um garoto de roupas cinzentas e olhos escarlate- Mas o que?- o garoto, aparentemente , mais novo, alternava seu olhar entre Jax fixo no teto e eu estirada na mesa- Eu estava no pavilhão quando ouvi um barulho- por mais estranho que seja dizer isso mas, ele tinha uma maneira diferente de falar, os sussurros de tradução eram os mesmos mas sua pronuncia era mais suave, melodiosa, talvez isso tudo seja coisa da minha cabeça confusa e dolorida.-Quem é essa? E porque tem roupas de fada?-

-Resumindo, ela é da raça banida e eu estou em divida com a mesma- ele diz enquanto seus passos ecoavam pelo granizo, provavelmente deve estar descendo do teto.

-Ah, belo jeito de cuidar da sua protegida, atirando ela cara na mesa de jantar- O garoto se pronuncia mais uma vez fazendo Jax bufar , ele se aproxima e me ajuda a me sentar sobre a mesa, a dor do movimento foi alucinante, lagrimas surgiram em meus olhos causando um leve ardor- Jax? Porque tem um liquido vermelho escorrendo do nariz dela? Isso é coisa da raça dela?- ele pergunta e só ai noto um estranho calor perto do meu nariz, levo minha mão até o local sentindo a ponta dos meus dedos serem molhadas, ótimo, sangue, tentei tocar meu nariz mas aquilo doeu, doeu demais- O que é isso? Será que é tipo um sistema de defesa do corpo dela?- o garoto pergunta ainda encarando o liquido quente que escorria do meu nariz e manchava minha boca .

-É sangue- Jax finalmente se pronuncia, quando direciono meu olhar na sua direção, vejo que o mesmo também tinha a mão sobre o nariz e dele um liquido espesso e viscoso descia, esbanjando a cor magenta extremamente viva, o mesmo encara aquilo com horror e espanto então se volta para mim desesperado- Droga, se machucou?- ele pergunta ignorando , o provável, sangramento em seu nariz.

Ele e o garoto arregalam os olhos e se aproximam mais de mim, será que Jax ta sangrando por causa da sua divida comigo?

-J-jax era pra ela ficar tão branca assim?-  uma súbita tontura me atingiu causada pelo cheiro excessivo de sangue.

Ahtera- O despertar de Baltazar- Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora