- Eu vou dar meu jeito mãe eu prometo -sabe quando você é o assunto da conversa mas mesmo assim se sente perdido, é assim que eu me sinto ao ver a rainha das sombras conversar com o filho, o clima ali estava mais que estranho, a rainha bufava nervosa e apreensiva, o garoto não parecia muito contente, tudo parecia prestes a ruir.
A feiticeira faz um gesto de negação com a cabeça e solta a orelha do garoto, a mulher se volta para mim e com um gesto da mão, as algemas que antes me prendiam sumiram me deixando livre mais uma vez.
A mesma da as costas a nós e caminha até uma grande porta de madeira escura que ficava no canto da sala, observo ela tocar na maçaneta em forma de gárgula e volta a encarar o garoto.
-Es oãn edop al-ednerp, oa sonem euqif ed ohlo alen , ue osicerp em raraperp arap o oçitief- Ela declara por fim e sai nos deixando sozinhos, ouço o menino suspirar derrotado, logo em seguida o mesmo se aproxima.
-Desculpa pela dona Morgana- Declara olhando para a porta que sua mãe havia atravessado a poucos instantes- Ela pode ser bem tempestuosa quando quer- Ele suspira cansado- Venha- o mago começa a se dirigir a um estreito corredor fazendo um sinal para que eu o siga.
Assim que o adentramos o ar se tornou mais pesado, os corredores da rainha das sombras eram diferentes dos de Diana, eram longos, estreitos, confusos e sombrios, todos em forma de arcos pontiagudos, nas paredes não haviam janela ou vitrais , era possível ver , a cada três metros, colunas rachadas com tochas que emanavam uma luz turva, nos tijolos negros que compunham o corredor haviam símbolos talhados que quase passavam despercebidos devido a baixa iluminação.
Andamos por mais um tempo até que o garoto parou em frente a uma abertura no corredor, ela dava acesso a uma escada tortuosa e estreita ainda mais sombria que os corredores
- Vamos subir, siga-me- ele tomou a frente dos degraus.
O lugar era tão apertado e gelado, que eu tinha a impressão de me faltar ar, não sei como eles conseguiam viver em um local assim, eu tenho certeza que terei muitos sonhos com o castelo das bruxas e duvido que algum delas seja feliz.
-Porque disse a sua mãe que não poderia deixar nada acontecer comigo?- não sei se foi a melhor hora para perguntar isso , mas eu estava curiosa e não havia entendido a conversa da rainha, fora que todo aquele silencio estava sendo perturbador.
-Como? – ele pergunta se virando pra mim- Não deu pra mim ler o que você falou-
-Perguntei o porque de eu não poder me machucar?-
-É uma espécie de lei das bruxas, você salvou minha vida, agora sempre que estiver em meu território, tenho uma divida com você, se eu deixar algo acontecer com você, bem...eu perderei minha magia –
-Entendi, mas não precisa me pagar nada- A ideia de lhe causar problemas me preocupava, eu o havia salvado porque era o certo a se fazer, não queria algo em troca e muito menos que sua magia ficasse em jogo.
-Se fosse fácil assim estava tudo bem...- O mago murmura entristecido enquanto volta a me da as costas.
Seguimos subindo a escadaria , de tempo em tempo, rachaduras nas paredes se mostravam presentes, a luz nebulosa se esgueirava por entre eles iluminando nossa subida, os símbolos dos tijolos foram crescendo e se tornando grandes imagens, em sequência elas mostravam o reino do oeste, era diferente de como esta agora, as arvores eram mais robustas e possuíam folhas, ao longo das ilustrações pode ver a rainha das sombras, mais jovem do que é, junto dela 13 garotos um mais novo que o outro, nenhum parecia ter mais de 7 anos, e mais atrás um homem, um ser esquelético com um capuz cobrindo a rosto, parei frente a figura e fiquei a encarando espantada devido ao fato da mesma se mexer.
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Ahtera- O despertar de Baltazar- Livro 1
FantasyAhtera é um mundo que com o passar dos anos e as guerras foi dividido em quatro reinos onde todos são sustentados pelo pode do grande cristal. Depois de tantos anos, Alyssa consegue encontrar a chave de Ahtera, abrindo assim os portões para um no...