Capítulo 2 - Faberry

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– Diário de Sue –

Querido diário,

Já faz uma semana de que me conformei que não será fácil tirar o clubinho do cabeça de miojo deste colégio, e por mais incrível que pareça, até que estou lidando bem com isso. É claro que eu preferia ter meus membros arrancados por cavalos, no estilo medieval, do que ter que escutar aquelas crianças patéticas fingindo que sabem cantar.

Finn Hudson não sabe nem andar corretamente sem que sua postura fique ridiculamente detonada quem dirá dançar em uma competição de corais, a asiática de filme de terror é gaga – quem põe uma gaga para cantar um clássico como Tonight? -, o "rapper" do clube é um branquelo cadeirante idêntico ao Stephen Hawking, mas mesmo assim duas de minhas melhores Cheerios – Santana Lopez e Brittany S. Pierce – se apaixonarem pelo coral. O que eu fiz de errado para merecer isso?

Três dias atrás eu estava andando pelo corredor, empurrando algumas crianças contra seus armários – apenas porque quero lhes mostrar que a vida é um tanto quanto inconveniente às vezes – então eu as vi. Quinn Fabray e Rachel Berry discutindo por causa do boneco de posto.

Lembro-me perfeitamente de meus olhos brilharem feito uma criança no Natal, de meu estômago ficar repleto de borboletas. Eu estava shippando! (Ouvi alguns jovens usarem essa expressão estranha para mostrar que torciam por algum casal, e agora eu perdi completamente meu controle sobre isso).

A química que transbordava entre elas era tão visível, como se você pudesse ver a tensão sexual pairando sobre as duas feito uma auréola.

Becky Jackson, que estava do meu lado, disse com certo desdém em sua voz que elas "nem pareciam que gostavam uma da outra". Mas a pobre inocente Becky não entendia de amor, não havia dois outros seres-humanos no mundo que mais foram feitos um para o outro do que minha garota de ouro Quinn Fabray e do que a talentosa e esquisita Rachel Berry.

Eu só precisava descartar o estúpido garoto free willy do caminho daquelas duas almas gêmeas. Preciso terminar o que o Universo começou: fazer Faberry se tornar real. E eu sempre consigo realizar o que eu quero.

Foi naquele exato momento que eu percebi que a grande missão da minha vida havia sido finalmente enviada para mim. Ao contrário do que eu imaginava, não era destruir o clube do coral de uma vez por todas, mas sim manipulá-lo para transformar meu casal em realidade.

Diário, eu farei de tudo para que Faberry se concretize.

[...]

– Podíamos ir ao cinema, Quinn. E depois podíamos ir para minha casa – Propôs Finn Hudson, arrumando a alça da mochila no ombro direito, enquanto que com o outro braço encurralava a loira contra o armário

– Eu vou estar ocupada essa noite, Finn. Coisas de família – Quinn mentiu, revirando os olhos para aquele sorrisinho pervertido do namorado – Minha mãe ficará chateada se eu não estiver lá

– Mas nós havíamos combinado. E bom, você havia dito que eu poderia tocar nos seus peitos sobre o sutiã – O sorriso bobão do garoto se expandiu ainda mais, denunciando as covinhas em sua bochecha

– Eu disse sobre a camiseta! – Protestou Quinn, levantando o dedo indicador de forma ameaçadora – Finn, me dê um tempo. – Pediu a loira, dando um longo suspiro logo em seguida e desaparecendo no meio da multidão que se abria para ela passar, deixando Hudson falando sozinho em frente ao seu armário

Fabray entrou no banheiro feminino de forma apressada, querendo tomar coragem para levar adiante essa farsa, essa coisa toda de terminar com Finn para ficar com Rachel. Ela ainda estava em choque por Sue realmente achar que aquilo pudesse funcionar... Chegava a ser esquisito da parte dela, como se houvesse algo que Quinn não soubesse desse plano

A porta de uma das cabines se abriu de repente, puxando a garota de volta a realidade e fazendo-a abandonar seus pensamentos. Como se o Universo estivesse conspirando contra ela fora Rachel Berry quem abrira a porta, indo logo em seguida em direção à pia de mármore

Quinn tentou disfarçar a trilha que seus olhos faziam, acompanhando cada movimento que a morena tomava. A jovem judia depositou na mão minúscula uma quantidade generosa de sabonete líquido de rosas e esfregou sua mão sob a água copiosamente

Engoliu em seco, mordendo o lábio inferior com certo nervosismo

– Hey, Rachel. Preciso falar com você – Anunciou a líder de torcida, fazendo com que os olhos escuros e penetrantes da morena se arregalassem no mesmo instante – Não vou te insultar nem te ameaçar, relaxa – Asseverou Quinn, dando um sorriso simples e levemente amigável

– Ok, pode falar – Rachel colocou uma mecha do cabelo atrás de sua orelha esquerda, seus lábios brilhavam por causa do gloss que ela usava, seus dedos tremiam um pouco e vez ou outra a menina mexia no suéter, como se estivesse procurando arduamente uma forma de ele ficar mais apresentável

– Sabe, eu estava pensando em entrar no clube do coral. Eu gosto de cantar. E dançar. E já que você é a líder pensei "por que não pedir umas dicas à ela?"

– Quinn, eu... Realmente não acho que você veio falar comigo por causa disso – Falou a morena, levantando as sobrancelhas com uma expressão honesta em seu rosto

– Não. Eu... Eu... Eu estou cogitando isso. Eu gosto de cantar. Posso te mostrar um trechinho se quiser – Sugeriu a loira, sentindo a garganta arder e o peito apertar com tamanha loucura que estava prestes a fazer

– Hm... Tudo bem – Rachel sorriu da forma mais amável possível

– Papa I know you're going to be upset / 'Cause I was always your little girl / But you should know by now / I'm not a baby / You always taught me right from wrong / I need your help, daddy please be strong / I may be young at heart / But I know what I'm saying... Bom, é isso... Eu não acho que o banheiro seja o lugar mais legal para uma canção, eu só... – A garota fingia certo nervosismo, franzindo o cenho e sorrindo com apreensão

– Você foi ótima, Quinn – Afirmou a morena – Sério

– Que bom que você gostou. Você acha que o clube do coral ficaria chateado comigo se eu entrasse, mesmo depois de todas as desavenças? – Questionou a loira, arrumando o material em seu braço

– Bom... Eu não acho que eles vão falar algo contra. Não completamos doze membros ainda e... Você seria bem vinda

– Se você diz... Vou indo agora, antes que eu me atrase para meu teste de História. Foi bom falar com você sem gritos e sem insultos – Ambas sorriram e Rachel balançou a cabeça concordando plenamente

– Quinn, você não está chateada comigo por eu ter feito um dueto com Finn, está? – Indagou, sentindo o coração acelerar

A loira engoliu em seco e ficou alguns segundos em silêncio, dando um sorrisinho tranquilo para a jovem de suéter em sua frente logo após

– É claro que não, Rachel. Está tudo okay entre nós duas e... Finn e eu não estamos muito bem. Ele é realmente muito desrespeitoso comigo e com meu corpo

– Como assim? – A baixinha perguntou, parecendo preocupada

– Nada, é só que... Se eu fosse você tomaria mais cuidado com ele. Sei que estamos numa fase em que a palavra com S é mais tentadora que o normal, mas nunca sabemos o que esperar dos meninos e bem, nem sempre eles são tão bonzinhos como aparentam – Quinn disse, com um olhar cabisbaixo – Um conselho de amiga – Completou, dando uma piscadinha amistosa

– Eu, eu... Eu não sabia que Finn era desse tipo. Muito obrigada, Quinn. Vou ficar atenta a isso

E surpreendendo a si mesma, a loira rumou até onde Rachel estava parada no banheiro e depositou um beijinho em sua bochecha. Era uma coisa simples, e quem via de fora não via nada sexual naquilo. Apenas duas amigas, certo? Certo, mas para Quinn aquilo era só o começo do seu plano de destruir o New Directions

Por mais estranho que ele ainda parecesse.

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Quinn envenenou legal a Rachel quanto ao Finn, hum? A musica que ela cantou foi papa don't preach da Madonna aliás

O que estão achando pessoas? Espero que estejam gostando, até o próximo

The Faberry MissionOnde histórias criam vida. Descubra agora