Capítulo 36 - Finn

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– Posso entrar?

– É claro... Eu acho. – Ela tentava não gaguejar, nervosa pelas palavras de Finn. O que poderia ser tão sério que até mesmo o garoto mais pateta do colégio estava com um semblante de aborrecimento? – Entre, vamos subir.

Nos minutos que se seguiram Finn e Rachel subiram as escadas com sutileza, no intuito de não acordar LeRoy e Hiram – que sempre dormiam surpreendentemente cedo –, adentraram no corredor do segundo andar e trancaram-se no quarto da baixinha.

Berry sentou-se na cama e apontou a mesma com a cabeça na intenção de pedir a Finn que se juntasse a ela. Ele o fez, sentando-se em sua frente e engolindo em seco, claramente ansioso para dizer seja lá o que fosse que tinha para desembuchar.

– Temos que terminar. – Falou, fingindo estar mal em dar aquela notícia. – Olha, Rach... Você é minha melhor amiga, e eu amo ser seu namorado porque somos um bom time e tudo mais, mas estou apaixonado por outra pessoa... – Mentiu.

Rachel quis conter toda a felicidade que brotara em seu peito de forma tão repentina, quis conter todo aquele sentimento prazeroso de um peso ser descarregado de suas costas e, com todas as suas habilidades de atriz, permitiu que uma expressão levemente desapontada envolvesse seu rosto.

– Ai meu Deus, Finn... Isso é sério? – Indagou, continuando sua cena.

– Sim... É super sério, tipo, muito sério mesmo. – Insistiu. – Podemos continuar com a campanha de rei e rainha se quiser, mas apenas pelo bem do clube do coral, okay?

– Claro! Está tudo b-bem para mim... Ainda que eu esteja... hm... Chateada em não ser mais a namorada do quarterback. – “Controle-se Rach, controle-se e tente não pular de alegria agora mesmo” pedia a si mesma.

Finn deu um longo suspiro, pronto para cumprir a segunda parte de seu plano “descobrir-se-Rachel-e-Quinnbecil-estão-se-pegando” - bom, ele nunca fora muito criativo com títulos.

– Tem outra coisa, Rachel. – Avisou. – Promete que irá me ajudar a conquistar essa pessoa? – Perguntou, com um olhar de cachorro pidão. Rachel quis gritar que sim, que mil vezes sim, que faria qualquer coisa para mantê-lo bem longe de “Faberry”.

– Finn, apesar de eu estar muito triste com este término, é claro que vou te ajudar a ser feliz com essa pessoa seja lá quem ela for. – Sorriu, pegando na mão do jovem com um olhar bondoso em sua íris escura. – Somos melhores amigos agora, certo?

"Isso, melhores amigos. Graças à Deus, apenas amigos" pensara Berry.

– Mas então, quem é ela?

[...]

Quinn estava em seu quarto, decorando-o com adereços das Cheerios e pôsteres de bandas das quais ela era fã. As caixas espalhadas desengonçadamente por todo o local denunciavam a mudança recente, mas nada que alguns dias de organização não consertassem.

Suspirou, enquanto puxava um dos vários plástico-bolhas que estavam sobre sua cama e começava a estourá-los com certa fascinação. Nada como tal mania para acalmá-la.

A porta branca ao lado da cômoda foi aberta de repente, denunciando uma Judy levemente aflita e ansiosa, que logo veio a apoiar-se no batente da mesma. Quinn pôde notar seus dedos trêmulos passeando pelo tecido da própria saia, demonstrando um claro nervosismo.

– O que houve? – A garota arregalou os olhos e levantou as próprias sobrancelhas, esperando por alguma notícia ruim. “Estava bom demais para ser verdade” pensou, ainda analisando a feição desagradável no rosto da progenitora. – Anda! – Pressionou.

The Faberry MissionOnde histórias criam vida. Descubra agora