Capítulo 15 - Aliadas

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Mais um pra compensar
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Quinn Fabray sabia o porquê de Rachel ter ido tão depressa ao banheiro e entendia completamente seu lado, essa era a hora onde todas as dúvidas infernais surgiam para conturbar sua mente. Onde o certo e o errado se parecem tanto um com o outro.

A mulher da recepção mascava um chiclete de maçã verde tão forte que o cheiro emanava por quase todo o local, o suficiente para Quinn saber seu sabor. Ela parecia mais antipática do que antes, agora impaciente pela demora de Rachel.

– Sua amiga não vai sair do banheiro, não? – Perguntou num tom rude, revirando os olhos enquanto arrumava algumas pilhas de papéis.

– Eu não sei. – Quinn tinha uma expressão desnorteada e revezava o olhar entre a recepcionista e a porta do banheiro feminino. – Eu vou dar uma olhada.

Então, depois dos vários minutos de espera a líder de torcida decidira checar o estado da amiga. Arrumou a bolsa no ombro e foi até o local cercado de ladrilhos e pias de mármore; encontrando-o completamente vazio.

– Rachel? – Exclamou, passeando o olhar pelo banheiro.

Caminhara lentamente até o fim das fileiras de cabines sanitárias, abaixando-se – mesmo estando de saia – para procurar os pés de Rachel. Temia que a garota houvesse pulado a janela, afinal, ela era pequena o suficiente para conseguir passar pelo buraco minúsculo.

– Quinn... – De repente a morena aparecera, saindo da primeira cabine e fazendo a loira levantar-se prontamente. – Eu... Eu... Nem fiz nada na privada. – Admitiu e Fabray riu fraco para a garota.

– Eu sei. – Afirmou. – Essas marcas de lágrimas nada discretas denunciam tudo, Rach. E além do mais sei que você deve ter vindo aqui para pensar melhor sobre isso, porque não tem certeza. – Completou.

– Sim, é verdade. – Admitiu, abaixando a cabeça. - Não precisa ler mentes para perceber né? Enfim... – Suspirou e fungou o nariz, chorosa. -...Eu estava tão, mas tão certa de que queria isso. Digo, não parecia haver prós e contras. Parecia haver só prós. – Desabafou.

Quinn, sem nem ao menos perceber, abraçou a menor de forma protetora e amigável; permitindo que o rosto de Berry repousasse sobre seu busto. Algumas lágrimas teimosas caíram e umedeceram o casaco das Cheerios, mas Fabray não dava a mínima.

Queria desesperadamente curá-la, fazer com que aquela ideia de cirurgia fosse embora de uma vez por todas. Queria protegê-la daqueles padrões de beleza que um dia também lhe machucaram, e lhe transformaram em mais uma vítima.

Queria tanto fazer com que sua dor acabasse. Queria tanto salvá-la.

Desvencilharam-se e seus olhares permaneceram fixos. E com aquela voz calma que se tornara cada vez mais usual para Quinn ela começara:

– Não faça se não tem certeza.

– Mas não é algo definitivo. - Tentou justificar. - Eu só não tenho certeza, talvez eu queira ou talvez não. – Insistiu, pois mesmo que seu coração estivesse cheio de dúvidas e questionamentos não queria perder aquela batalha. A batalha que travara contra ela mesma.

– Só? Não ter certeza para algo desse tamanho, Rach, já é motivo suficiente para parar. Você não precisa continuar com isso. – Argumentou. – Você não é fraca como Lucy Caboosey, você é a garota mais forte que eu conheço. Você não precisa passar por essa situação, não precisa ser tão medrosa quanto Lucy e se submeter a isso porque... Você é incrível, você é confiante e você é forte, exatamente desse jeito e exatamente com esse nariz.

The Faberry MissionOnde histórias criam vida. Descubra agora