Capítulo 4 - Treinamento

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– Então, como vai o plano, Q? – Sue questionou, uma expressão sisuda em seu rosto, certa ansiedade estampada em suas belas íris azuis como o a cor do céu. Quinn se mexeu na cadeira, arrumando a saia das Cheerios enquanto preparava-se para falar.

– Lanchamos num fast-food ontem – Contou, dando de ombros em seguida.

– Num fast-food? Sério? Pensei que tivesse mais classe, Fabray! – Exclamou a treinadora, o cenho se franzindo e o olhar de seriedade tomando ainda mais seu rosto.

– Me desculpe, eu prometo que vou me dedicar o dia inteiro para perder aquelas calorias! – Garantiu Quinn com desespero em seu tom de voz. A loira de cabelos curtíssimos apenas revirou os olhos, causando certo desconforto na jovem. O que aquilo queria dizer?

– Eu não estava falando de seu peso, Q. Mas quem leva alguém ao Burger King em um primeiro encontro? – Debochou.

– Não era um primeiro encontro! – Protestou a loira, cruzando os braços logo abaixo do busto. – Mas tenho boas notícias. Acho que estou dando os passos certos, treinadora. Ela parece estar finalmente vendo que Finn não passa de um garoto desleixado de dezesseis anos. Seria tudo mais fácil se eu pudesse interromper a missão aqui, teria meu namorado de volta sem o bicho de goiaba ficar nos atormentando, já que já a envenenei-a sobre ele – Queixou-se, bufando logo em seguida. Pôde sentir então o olhar mortal de Sue Sylvester sobre ela e levantou o rosto para fitar a mulher.

– Maaaas...

– Temos um contrato – Elas disseram em uníssono. Nenhum resquício de animação no rosto angelical da capitã das líderes de torcida do McKinley.

– Isso mesmo – A treinadora das Cheerios deu um sorriso que mesclava satisfação e sarcasmo. Essa história de contrato estava fazendo com que manipular Fabray fosse mais fácil do que ela imaginava.

Depois de alguns segundos de silêncio Quinn mostrou-se pensativa.

– Espera ai... Mas o que ele vale?

– O que o que vale?

– O contrato. Digo, há algo legal ou é apenas uma bobagem que você escreveu para me usar como um bonequinho? – Questionou, as sobrancelhas claras levantando de modo ameaçador e hostil. Sue manteve sua postura de está-tudo-sobre-o-controle, sentindo-se ofendida por tal dúvida, ou pelo menos fingindo estar.

– Bom, quer ligar para meu advogado, Barbie? Vá em frente. Ele pode vir te explicar direitinho meus direitos. Se você quebrar o contrato você pode trazer sua mãe ou o exército americano, mas nada poderá me obrigar a te deixar entrar nas Cheerios novamente – Sue explicou, a seriedade estampada em seu rosto e a superioridade envolvendo seu olhar. Ela sempre fora muito boa em mentir.

Quinn suspirou, num misto de exaustão e acomodação, como se estivesse finalmente aceitando o fato de que não poderia ir contra Sue.

É... Ela havia prometido. Assinado até mesmo um contrato. Ela havia jurado que destruiria o coração de Rachel Berry, que acabaria com o grupinho de Will Schuester. Ela era uma garota de palavra, mas parecia tudo tão complicado. Seria tudo imensamente mais fácil se pudesse ser má e cruel com os integrantes do New Directions, se pudesse esnobar Rachel como o habitual. Mas não, ela tinha que fingir que era um amor de pessoa e pior: conquistar o coração de quem costumava ser sua inimiga.

Quinn, entretanto, já não se queixava mais apenas por saber que teria que, eventualmente, beijar Rachel Berry, mas ela também sentia particularmente mal em ter que lhe machucar. Tudo bem que ela passara o ano inteiro lhe incomodando, mas era diferente agora.

Havia criado leves laços de amizade com Berry, e então via-se tendo que pensar no resto do caminho, caminho este que era tortuoso. Tanto para ela, quanto seria para a morena – que acabaria com um coração quebrado, provavelmente.

The Faberry MissionOnde histórias criam vida. Descubra agora