Capítulo 33 - Medo

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– Não, Q. Isso é completamente errado. – Insistia Rachel, deitada sobre a barriga de Quinn; ambas em cima da cama de casal da morena. – Eu amo você, não Finn Hudson. E preciso continuar fingindo que gosto dele apenas para ajudar o clube? Isso é injusto.

– Eu sei que é, Rach. Mas... É pelo bem do grupo. – Suspirou. – No fim do dia é em mim que você pensa, certo? Sou eu que você beija, não é mesmo? Pois então, isso é suficiente. Você me ama, e eu sei disso... E eu te amo.

Rachel sorriu; tão aliviada por tê-la.

– Fico feliz que entenda. Ainda mais vindo de você, que nas primeiras horas como assumidamente apaixonadas já estava de ciúmes tolos. – Berry soltou uma gargalha, enquanto sentia os dedos da loira passeando pelos seus fios escuros e lhe causando um imenso relaxamento. – Só queria poder sair do nosso mundinho, e contar por esse mundão que é você que eu amo.

– Andei pensando melhor e... Eu gosto do nosso mundinho. Ele é sossegado. – Confessou, beijando o topo da cabeça de Rachel. – Vamos ajudar o clube do coral, e assim que o baile e o ano letivo acabarem podemos contar para o “mundão”. Combinado?

– Combinado. – Disse, soando relutante. – Isso é por que você está com medo, não é mesmo? – Rachel indagou, fazendo Quinn quase engasgar com aquela pergunta tão repentina e honesta. Doía-lhe profundamente admitir que Berry estivesse certa em sua suposição.

Enquanto uma lágrima demasiada atrevida caía pela sua bochecha rosada e perfeita Rachel levantava-se gradativamente e sentava-se sobre a cama, permitindo que seu olhar ficasse perfeitamente alinhado com o de Quinn.

– Eu sinto muito, Rach. – Fungou repetidamente até permitir que mais lágrimas desabassem. – Eu realmente sinto muito por não ser corajosa.

Quinn esperava que Rachel tivesse uma reação tão dramática e histérica como a dela, esperava que ela também chorasse ou ficasse desapontada por toda sua covardia. Mas ela não o fez, ela manteve-se forte em cada segundo que veio a se passar.

Puxou a loira para um abraço, protegendo de todos aqueles demônios que estavam perturbando-a. E Quinn sentiu-se segura, sentiu-se mais calma e mais confiante, como se aquele abraço protegesse sua estrutura de desmoronar a qualquer momento.

No McKinley, Fabray sempre fora a vadia de uniforme de líder de torcida. Sair do armário como pretendiam era uma grande e possivelmente desastrosa mudança, da qual estavam destinadas a realizar.

Rachel entendia seu medo, porque lá no fundo ela também o sentia. Mas a baixinha, naquele momento em que viu um dos ápices da vulnerabilidade da amada prometeu que lutaria, com todas as forças, pelas duas e por aquele relacionamento.

Porque nunca ninguém soou tão perfeito para ela quanto Quinn o fez, e de modo algum, ela poderia perdê-la.

– Está tudo bem, Quinnie. Está tudo bem, eu juro. – Assegurou, encontrando sua mão e entrelaçando seus dedos. – Você não precisar ficar com medo da minha reação, ou se desculpar. Eu também tenho medo, mas a gente tá aqui pela outra e... Isso basta, certo?

A loira levantou o rosto e tentou enxugar as lágrimas com as pontas dos dedos, depois de fungar e tentar se acalmar levou, gradativamente, seus lábios até os de Rachel – selando aquele momento de cumplicidade.

– Certo.

[...]

Q

uinn suspirou, sentindo o braço de Rachel cerrar no seu.

– Sério que não está brava comigo pela minha covardia? – Perguntou, sentindo-se levemente insegura quanto à conversa de algumas horas atrás. Ainda não estava acostumada com a sensação de ter algo para se apoiar; alguém que faria tudo para manter o sorriso em seus lábios como Rachel estava disposta a fazer. – Droga, eu sou tão patética, não é mesmo?

The Faberry MissionOnde histórias criam vida. Descubra agora