Capítulo 40 - Sectionals

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Duas semanas depois

Independente de todo o drama que tumultuara os corredores do McKinley High e especialmente a sala do coral, o show deve continuar. Ou pelo menos, era isso que Rachel sempre mantivera em mente.

No fim das contas, era nisto que ela deveria focar. Sua carreira, sua voz, seu talento. Tudo que ela focava antes do furacão Quinn Fabray chegar para bagunçar e estremecer toda sua estrutura.

E, convenhamos, o ND precisava dela.

Will Shuester era um homem bom – ligeiramente inocente, mas bom – e Rachel sabia que permitir que seus problemas pessoais afetassem todo o trabalho duro que o professor tivera com aquele grupo de desajustados era, no mínimo, egoísmo.

E ela não era egoísta. As pessoas até poderiam vê-la como uma grande egoísta, mas ela negava tal atributo relutantemente. Ainda que Quinn Fabray a visse como egoísta e ainda que Finn também o fizesse Rachel não iria, de modo algum, acreditar em suas palavras.

Por duas semanas ela chorou contra o travesseiro e cogitou cavar um buraco fundo atrás do seu quintal e se enfiar lá dentro para o resto da eternidade; cogitou até mesmo viajar para nunca mais voltar. Por duas semanas ela sentiu os pedacinhos de seu coração machucar o resto de seus órgãos e afetar todo seu corpo, como se seu coração, de fato, fosse um mero pedaço de vidro ­– um pedaço de vidro quebrado em seis milhões de cacos que poderiam facilmente perfurar seu peito.

Por duas semanas seu organismo correspondeu ao estado caótico que seu coração e sua mente se encontravam. Mas não agora, por hoje ela daria uma pausa a toda aquela dor para focar no que deveria: vencer as Sectionals.

Ela precisava ganhar aquela competição, antes que toda sua animação se esvaísse de uma vez por todas. Ela precisava ganhar aquela competição para relembrar o tempo em que esta era sua mais importante meta.

Quebrada ou não, ela carregava um grupo nas costas. Com má reputação ou não, ela seria a voz que levaria a plateia e os jurados à loucura. Portanto, não havia nada que ela poderia fazer a não ser recolher os pedacinhos do seu coração e se recompor como uma verdadeira estrela faz.

Eu sou uma estrela. E essa era a única verdade que necessitava pôr em sua cabeça no momento.

[...]

O camarim em que estavam já era suficientemente minúsculo, e ainda assim foi ocupado pelos doze membros do clube do coral – o que tornou o cômodo ainda mais quente e desconfortável.

Santana Lopez sentiu a apreensão subir-lhe a garganta e o corpo estremecer. A lata de sardinha em que estavam lhe dava claustrofobia, mas ainda assim o cômodo abafado não era o único de suas várias apreensões.

Além de preocupar-se em sair vitoriosa da competição de corais Sue Sylvester ainda era um nome que martelava em sua cabeça continuamente. Duas semanas haviam se passado desde que elas haviam selado seu segundo pacto, mas nada havia acontecido.

Como ela deveria manter suas expectativas no alto quando até mesmo a mente mais diabólica e ousada parecia estar sucumbindo à desistência?

Suspirou e fitou o relógio tiquetaqueando na parede ao seu lado, enquanto aplausos podiam ser facilmente escutados do camarim. Será que o coral que havia acabado de se apresentar tinha sido bom? Será que poderiam ser melhor que eles?

Na época em que o ND estava dando passinhos de bebê Rachel dissera algo que ela nunca esqueceria: que era o fato de serem tão diferentes e fora do padrão que lhes garantiria a vitória. Quando Santana ouviu aquilo sair da boca de Berry ela até pensou que era algo poético e bonito de se dizer. Mas agora, vendo o bando de desajustados ao seu redor, ela não sabia se aquilo ainda era uma ideia boa.

The Faberry MissionOnde histórias criam vida. Descubra agora