Todos os garotos tocaram em minha mão, com somente Victor sabendo o porquê de eu ficar.
Ele apenas abriu um leve sorriso e continuou a andar pelo corredor, seguindo os passos dos outros garotos quando todos viraram à esquerda, abrindo a porta que levava para a entrada e recepção do local.
Bebi mais um pouco de água e, segurei a garrafa por um tempo, enquanto olhava para o gelo.
Eu estava sentado na primeira fileira, o que me dava uma bela visão. Fechei os olhos por um tempo, e imaginei o público torcendo por nós, enquanto ganhávamos de lavada do time adversário; as líderes de torcida vibravam, com as suas saias balançando, e os seus cabelos agitados; o mascote do time dançava de forma maluca, fazendo passos que juntos não pareciam tão legais assim.
Ainda com os olhos fechados, peguei o celular do bolso e, olhei que horas eram antes de colocar uma música para tocar.
Eu tinha pedido à minha mãe que não saísse de casa, e ela aceitou. Um pouco contrariada, mas aceitou, desde que eu lesse um capítulo novo que ela tinha escrito.
Medo me definia, mas trato, era trato, e eu esperava que a minha recompensa compensasse.
Com o tempo, várias pessoas entraram na pista. Alguns jovens patinando por diversão, que riam de sí mesmos quando caiam, e pais, que observavam tudo.
Um deles até mesmo se sentou ao meu lado e puxou assunto, e eu dei atenção. Acabamos conversando sobre o último jogo de basquete, e ele até mesmo me contou um pouco sobre ele, o que me fez acabar revelando que estava esperando alguém.
Algumas horas se passaram. Talvez uma, duas, ou quase três. Naquele momento, a música que tocava em meus fones era Something, dos Beatles. Eu sussurrava cada parte, balançando um pouco a cabeça no ritmo lento, quase podendo submergir em meus pensamentos, como se eles fossem palpáveis.
Cantarolei o refrão, olhando para a pista quase vazia:
Você me pergunta se meu amor vai crescer
Eu não sei, eu não sei
Acompanhe de perto e você verá
Eu não sei, eu não sei
Alguma coisa em seu jeito de saber
E tudo o que tenho que fazer é pensar nela
Algo naquilo que ela me mostra
Suspirei de forma pesada, antes de abrir um leve sorriso quando senti mãos delicadas tamparem meus olhos.
Não precisava ter certeza de quem era, porque tinha gravado seu perfume como quem salva o jogo antes de entrar na masmorra.
Na verdade, meu cérebro tinha gravado, e a todo momento me incitava a descobrir mais sobre ele.
— Eu acho... — comecei a dizer, vendo que ela não soltaria sua mão. Se eu dissesse o nome de alguma outra garota, estava ferrado — que essa mão é de uma garota muito bonita!
— Obrigada! — O agradecimento veio, enquanto seu rosto ia para a frente, comigo podendo ver seus olhos azuis e, alguns fios de seu cabelo que caiam por seu rosto, com o resto estando preso em um coque. — Olá, senhor xavequeiro.
— Olá, garota bonita.
Ela sorriu, corando um pouco, mas logo decidiu se sentar ao meu lado.
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Não (Me) Ganhe
Teen FictionAos dezessete anos, Will Belmarques era um completo idiota. O tipo de ser ignorante em sua própria caixa, focado em seu próprio mundo. Daqueles que acham que a arte da vida é não fazer absolutamente nada. Mas para à minha sorte o tempo muda o homem...