13 = Perdi(damente) do(ido)

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— Então, é aqui que você fica? — Pergunto a ela, com a mesma olhando rapidamente para trás, para me encontrar, já que antes olhava para a imensidão de estrelas no céu.

— Will... — diz, enquanto se senta melhor em seu telhado. — Pensei que você já tivesse ido embora. — Neguei com a cabeça, mesmo que não precisasse fazer esse ato, já que ela estava me vendo bem à sua frente. — Anda, não fique aí, venha para mais perto de onde estou.

Rapidamente fiz o que me foi pedido, mas com um pé atrás; primeiro passei pela sacada de seu quarto, e me certifiquei de que esse telhado era mesmo seguro, para nós dois. Depois que vi que ele realmente era, aos poucos fui me aproximando, e quando cheguei ao seu lado, me sentei, com o vento frio da noite nos acompanhando de perto.

Ela olhava para mim com expectativa, com um sorriso singelo preenchendo seu rosto, e logo me lembrei do que ela tinha me perguntado.

Huum, bom... — fingi que tossi, e continuei: — eu até teria ido embora com meus amigos, quando eles me chamaram para ir — comecei então a lhe dizer por qual razão ainda estava em sua casa, em plena onze e meia da noite —, mas como você sumiu e sua mãe precisava de ajuda, eu como ótimo amigo, e perfeito namorado, me prontifiquei para ajudá-la e em troca disso, por conta de já ser bem tarde, recebi o passe livre para dormir aqui. — Vi que ela arregalou seus olhos, então, mais que depressa, falei: — Bom... se não for nenhum problema para você, é claro. Porque, se for, posso voltar para casa... — Me levantei antes mesmo que ela falasse alguma coisa, até porque segundos já haviam se passado e ela nem sequer tinha respondido. Deduzi sua resposta.

— Você não precisa ir... — Me virei para trás, para lhe olhar nos olhos, até porque ela poderia muito bem falar isso só da boca para fora para me impedir, ou porque ela viu que realmente era bem tarde. — É até bom você dormir aqui, hoje — arqueei minhas sobrancelhas pela sua mudança súbita, nas palavras. — Amanhã poderemos ver o sol, Will. Bom, isso é, se você ainda quiser, já que nem mesmo me deu uma resposta... — Deixa de me encarar para dirigir seu olhar para as estrelas.

Sorri, antes de voltar a me sentar ao seu lado.

— Bom, sobre isso, eu preciso pedir desculpa. Aconteceram tantas coisas que acabei esquecendo. — De repente, ao me deitar no telhado apoiando minha cabeça debaixo de meus braços, o presente de Emília começava a pesar em meu bolso. A noite já estava acabando, deixando de ser assim, o seu aniversário, para ser mais um dia qualquer em sua vida. Chamei seu nome ao mesmo tempo em que o retirava do meu bolso e ela se virava para mim. — O seu presente — a entreguei. — Eu... só lembrei de te entregar ele agora. — Seu sorriso cresceu, e ela não tirava os olhos do papel do embrulho prateado.

— Obrigada, Will. — Seus olhos estavam voltados para mim.

— Mas você ainda nem viu o que é.

— Eu não preciso olhar para saber o que é, é um presente! — Suas palavras fazem com que eu logo abra um sorriso, porque ela estava certa, afinal. — E parece ser delicado...

— Eu recomendo que você o abra — a encorajo.

Sua curiosidade despontou assim que eu disse aquelas palavras. Suas mãos rapidamente — mas com cuidado — começaram a abrir a embalagem aos poucos, e quando trouxe para sí o pequeno coração transparente, só faltou dar um grito.

— Coloca para mim? — Concordei, abrindo o acrílico e retirando de dentro dele, o colar. Pedi para que a mesma ficasse de costas para mim, e, assim que fez, imediatamente o prendi em seu pescoço.

— Ainda deu tempo — deixei escapar. Ela se virou para mim, sem entender o que eu disse, enquanto ajeitava o colar em seu pescoço.

— Tempo do quê?

Não (Me) GanheOnde histórias criam vida. Descubra agora