Prólogo

3.4K 193 38
                                    

Eu olho com minha visão embaçada e enfurecida para o garoto que até uma hora atrás eu era capaz de chamar de melhor amigo.

Se fosse possível, fumaça estaria saindo de minhas orelhas exatamente como em desenhos animados, onde o vilão se estressa com a bondade do mocinho. No momento, ele não chegava nem perto de ser o mocinho.

Ao contrário de mim, o californiano somente chorava com seus olhos pidões. Aparentava que toda a raiva existente em ambos nos nossos sangues fora tranferida para todas as minhas veias e eu não era capaz de me segurar.

— Sosie, por favor não me olha assim... — a sua voz chorosa se faz presente na sala de aula vazia, mas antes mesmo que ele pudesse dizer mais alguma coisa para a sua traição eu o corto, sem me importar com minha grosseria.

— Não me chama assim, caramba! — eu praticamente berro e tento não me abalar pelas lágrimas silênciosas escorrendo pelo seu rosto bronzeado. — Depois do que você fez durante esses últimos três meses você não merece ao menos me considerar sua melhor amiga.

— Sophia, você precisa me entender...

Eu o impesso novamente.

— Não! Eu não preciso. Você foi capaz de trair a minha amizade da pior forma possível, Joel. E eu não quero nunca mais olhar em seus olhos. — eu tento expressar os meus sentimentos, mas nem assim a raiva parecia sumir.

— Sophia... — ele engole a seco. — Não haja como se você estivesse atuando... — por mais que suas palavras só houvessem sentido caso alguém me conhecesse perfeitamente - coisa que só ele fazia - , eu continuo dura e repreendo que sua voz me faça chorar ainda mais.

— Nunca mais ouse me chemar de melhor amiga, Joel Pimentel. Nunca mais.

E com isso eu saio do local como um furacão, correndo pelos corredores vazios da escola em uma manhã de sexta feira, onde todos os alunos assistiam a palestra da bolsa acadêmica sobre o trabalho final para ter o aluno escolhido para estudar na melhor escola do país.

A cada passo que eu dava, eu me recordava de momentos passados com Joel, a cada momento em que eu sentia meu peito arder eu lembrava que tudo isso era culpa dela e sua obsessão em manipular as pessoas.

Tudo isso por conta de uma bentida bolsa acadêmica na qual eu nem mesmo queria ganhar.

Sólo YoOnde histórias criam vida. Descubra agora