- Repete comigo: ela foi uma escrota. – Tzuyu fala lentamente para mim enquanto entrávamos na minha sala, ainda na empresa.
- Yah, Tzuyu! Eu sei o que ela foi. – exclamo impaciente. – Talvez não seja ela, só alguém parecida... Hm... Se bem que Jihyo também viu...
- Mina... Por favor, cuidado... – Tzuyu deixou seus ombros caírem ao finalizar a fala, mostrando sua sinceridade preocupada. – Você já sentiu um bocado...
Assenti para minha amiga e me aproximei dela, beijando-lhe a mão e agradecendo por sua preocupação. Seu olhar focou triste em mim, assim como seu suspiro fraco – eu só pude esboçar um sorriso à ela. Com um beijo na testa, ela me disse que iria para a casa da Momo, apenas concordei e a abracei forte.
Meus pensamentos estavam inquietos. Por mais que eu tentasse evita-los, a cena em que vi seus olhos perdidos no salão ressoavam nas minhas lembranças. Foi apenas isso... Ela não estava prestando atenção no meu discurso, e sim, saindo dali... Nada se encaixava... Será que eu conseguiria respostas com Jihyo? Ela havia me dito que não sabia de nada... Será mesmo verdade?
/Toc toc/
Meu coração paralisa.
/Toc toc/
- Senhorita, Myoui? – escuto abafado, era a voz de Han, o responsável pela limpeza. – A senhora vai demorar na sua sala? Falta apenas ela para eu finalizar.
- Já estou indo, Sr. Han. Saiu em 10 minutos. – falo, ele então agradece e diz que irá esperar.
Respiro fundo me praguejando por essa confusão mental e saiu dali. Todo o percurso que fiz até meu carro foi um de total distração a terceiros. Por mais que eu lutasse em não pensar, eles vinham, cheio de perguntas que eu não poderia correr atrás das respostas. Tão aturdida que estava, fui colocar a chave na porta para então abri-la e a mesma caiu no chão. Desci para pegá-la, falando um ou dois palavrões, mas algo me fez parar.
Já sentiram como se estivessem sendo observados?
- Mina...?
Engoli em seco, ainda de costas para aquela voz baixa que soou pelo estacionamento ao ar livre. O clima estava úmido, pois havia chovido o dia inteiro, e agora, provavelmente às 22 horas, o frio se instalara. Custei a virar, então meu nome foi dito de novo, seguido do som de um passo sendo dado:
- Mina...
Girei nos meus calcanhares e lentamente a olhei nos olhos. Son Chaeyoung, na minha frente. Passei meses preparando o que iria falar, perguntar, gritar, mas nada saira da minha boca. Meu cérebro simplesmente resetou e só soube focar nos olhos levemente marejados na minha frente. Um forte nó se fez na minha garganta, que me arrastou um suspiro.
- Podemos... Conversar?
Um silêncio aterrador se fez. Eu não conseguia falar. Todavia, finalmente estava conseguindo processar o que meus olhos viam. Chaeyoung estava com uma mochila e vestindo um casaco preto sobre alguma roupa social, e com um sapato confortável. Seu semblante parecia cansado, mas ela me olhava atentamente, provavelmente em busca de respostas.
Eu não sabia ao certo o quê fazer. Eu esperei tanto por uma justificativa, que quando, aparentemente ela apareceu nas minhas mãos, eu não estou sabendo processar. Como de antemão estava calada, permaneci. Assenti com a cabeça, soltando um ar preso em meus pulmões, despercebidos até tal momento. Abri a porta do carro e sinalizei com a mão para a mesma dar a volta e entrar.
Após Chaeyoung afivelar seu cinto, dei partida. Rapidamente liguei o rádio para evitar um silêncio que provavelmente me deixaria mais desconfortável do que eu já estava. Estava começando Stay, da Rihanna.
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RomanceÀs vezes, basta um milésimo de segundo pra transformar um sonho em uma tempestade. ~flash