Existe um nós?

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P.O.V Jungyeon

De longe eu consegui sentir o cheiro do perfume que eu tanto amava. Obviamente Nayeon estava por perto. Por mais duvidoso que fosse nosso... “relacionamento”, eu não podia negar a conexão tínhamos, bastava um olhar, um toque, para ambas entendermos o que precisávamos. Desde o dia que encarei aqueles olhos, eu me permiti perde-me totalmente naquela imensidão, confesso que não me arrependo. Apesar da dúvida que pairava diariamente na minha cabeça, se ela me amava ou se apenas estava brincando comigo, todas as certezas voltavam quando eu via aquele sorriso.

- Nayeon? - chamei-a, enquanto me aproximava. Ela me olhou surpresa, parecia que estava presa em mil pensamentos.

- Jungyeon...

- Está tudo bem? – segurei de leve em sua mão. Nós nunca fomos de demonstrações em público, talvez por falta de oportunidade de ambas. Ela abaixou a cabeça e respirou fundo.

- Eu tive alguns problemas no hospital... E eu estou com muita coisa na cabeça.- olhou-me com os olhos um pouco marejados. Aquilo foi o suficiente para fazer meu consciente parar um instante.

- Seu pedido, senhorita. – um homem entregou um pacote para Nayeon, que foi agradecido em seguida.

- Vamos, eu te acompanho até em casa. – Peguei as coisas que ela levava e puxei o braço dela, aproximando-a de mim, fazendo com que ficasse meio abraçada ao meu braço esquerdo.

Fomos andando pelas ruas em um total silêncio, apenas apreciando a presença uma da outra, vez ou outra, eu sentia seu corpo mais próximo do meu. Não demorou muito até chegarmos no nosso corredor e parar de frente para a porta dela.

- Está entregue. – falei entregando-lhe as sacolas, enquanto ela pegava as chaves no bolso.

- Obrigada. – ela sorriu timidamente. Resolvi ir para o meu apartamento mas fui interrompida por sua mão gelada. – Você não quer entrar?

Olhei-a surpresa, ela parecia frágil. Desde o dia que fizemos o jantar nós não havíamos nos encontrado, mas ela nunca se mostrou desse jeito. Eu conhecia o lado decidido e firme de Nayeon, poderia chutar até seu lado selvagem, mas esse não.

- Eu tenho um tempinho. – brinquei, tentando anima-la um pouco. Ela esboçou um sorriso fraco.

Entramos no apartamento, eu fui na frente e ela fechou a porta, trancando-a. Continuei até chegar próximo do seu sofá. Eu gostava daquele apartamento, era a cara dela. Notei que ela ainda estava próximo a porta, o que me fez olha-la, mas logo continuamos aquela troca de olhares, só conseguíamos ouvir nossas respirações. Em meio aquelas briga de sentimentos senti um formigamento e não aguentei esperar mais, andei rapidamente ao seu encontro, prensando-a na porta e iniciando um beijo cheio de sentimentos.

Eu procurava deixar bem claro o tamanho da minha saudade com aquele ato, o que não se fez muito diferente vindo da parte dela. Puxei pela cintura, ainda sem separar nossos corpos e fui guiando-a até o sofá. Ela foi deitando e levando meu corpo junto ao seu, e logo estávamos deitadas e nos beijando como se estivéssemos separadas a meses. Nossos encontros sempre era repletos de sensações e vontades diferentes.

Quando o ar se fez necessário, comecei a distribuir beijos leve e desce-los até seu pescoço, fazendo-a arfa com cada chupão que eu depositava ali, enquanto isso, eu era arranhada sem pudor na nuca.

- Ju-jungyeon. – consegui ouvi, em meio a suspiro pesado. - espe-espera. – fui parando minhas carícias devagar, dando um último selinho, logo sentando e vendo-a se ajeitar na minha frente.

Olhei-a curiosa, eu sabia que ela não estava bem, mas talvez não quisesse comentar sobre o assunto, o que já havia acontecido antes. Ela parecia querer falar alguma coisa mas continuou brincando com os dedos nervosamente. Respirei fundo.

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