P.O.V. Tzuyu
- Você mesma disse que precisávamos dar um tempo!
- Eu posso ao menos entrar?
Mas o quê...
- O que quer?
Pisco algumas vezes até tomar coragem para ver o que acontecia na sala do meu próprio apartamento. Tendo em vista que minha noite passada havia sido ótima na companhia da Momo, acordar com duas pessoas gritando em casa não é nada interessante.
Abro a porta e ponho metade do meu corpo para fora, notando que a discussão era entre Nayeon e Jungyeon. Contudo, a mais alta percebe minha presença e me encara com um olhar de consolo, sendo seguido pelo da morena que desvia logo que a encaro.
- Tzuyu, desculpa. Nós não queríamos te acordar. – Jung inicia com uma voz arrependida. – Nayeon insist-
- Nós podemos conversar, Tzuyu? – a mais velha a interrompe. Seu olhar estava firme no meu, fazendo-me suspirar em entendimento.
- Vem. – abro espaço para que ela entre no meu quarto, o que a mesma fez com rapidez.
Jungyeon examinava aquela cena minusciosamente, passando a impressão de que aquilo não seria uma boa ideia.
Até agora eu não havia dito mais de duas palavras, assim permanecendo com meu leve sorriso em resposta a sua preocupação desnecessária.
Desde o acidente, minha opinião sobre ela estava resumida em um grande mistério. Ambas as suas feições mudavam da água para o vinho, sendo percebidas a quilômetros de distância, contudo ainda era possível perceber sua real personalidade preocupada e companheira de ser. Eu me atrelava a essa esperança, aguardando um resultado significativo do tratamento. Foi com esse pensamento que chego a conclusão que talvez Nayeon não ache o mesmo que eu.
Após uma singela fungada, ela examina a do meu quarto, evitando um contato visual, levando outro suspirar cansado meu.
Caminho até meu banheiro e trato de escovar os dentes, dando-a mais tempo para adquirir coragem de tratar do assunto em questão.
Confesso que ainda não tinha engolido o tapa que havia recebido, mas era madura o suficiente para saber que estávamos com a cabeça quente, principalmente Nayeon, que já tem uma personalidade explosiva, ainda havia recebido toda a informação de uma vez.
Volto com uma toalha na metade do rosto e finalmente puxo uma cadeira próxima da cama para conversarmos frente a frente. Seu semblante era forte, mas tinha traços de uma noite mal dormida. Uma não, talvez várias. Sua boca franzia puxando coragem de sabe Deus onde. Aquele silêncio estava ensurdecedor, obrigando-me a iniciar a conversa.
- Eu queria ser tão forte quanto você. – disse, me surpreendendo. Seu olhar finalmente subira para o meu, tendo consigo algo semelhante a compaixão, já que o intitulei um pouco indecifrável, porém dócil suficiente para me arrancar um leve sorriso tímido.
- Talvez você precise de mais tempo para conseguir lidar com algumas coisas. – seu olhar volta a desviar do meu.
- Como eu posso ajudar a Jung, se não consigo nem me ajudar. – responde frustrada.
- Como assim? – aproximo-me dela. – O que aconteceu com vocês antes do acidente?
Ela sobe sua cabeça rapidamente, sendo pega de surpresa pela minha pergunta. Estranho esse comportamento, afinal eu não esperava que tivesse passado de algum desentendimento bobo, contudo, aparentemente tinha sido sério.
- Eu estava... – pausa. Continuo atenta, um pouco apreensiva até. – Nós estávamos conversando sobre rompermos... Mas Jungyeon insistiu para... Para continuarmos...
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RomanceÀs vezes, basta um milésimo de segundo pra transformar um sonho em uma tempestade. ~flash