O senhor não quer uma falha, não é?

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Um ar fresco acaricia meu rosto, um doce cheio de flores me acalma o coração e um delicado beijo na bochecha me faz acordar.

- Você finalmente acordou? – Essa voz... 

Estava tudo relativamente embassado, mas aquela voz... Eu a conhecia. Ch-

Meu alarme fizera eu levantar em solavanco no qual me causou uma forte dor de cabeça. Olho-o pensando em o quebrar jogando na parede, mas ele tinha sido um presente da Momo e o tinha me acordado de algo que provavelmente eu não gostaria de reviver.

Pauso o barulho do aparelho e caiu de volta no confortável colchão até que outro soar me chamou atenção. Estaria eu ficando louca? Eu desliguei... o barulho continua e eu percebo que é a campanhia na sala. Levanto rapidamente pensando em quem o porteiro deixaria entrar sem minha autorização, mas abro a porta entendendo o acaso.

- O que faz aqui tão cedo, Tzuyu? – início ao abrir a porta.

- Nossa, Myoui. Onde está seus modos? – Exclama entrando na sala. – “Bom dia, minha querida amiga. Que ótima surpresa.” – encena. – Eu trouxe café da manhã! De nada. – põe três sacolas em cima da bancada, já na cozinha.

- A que devo a honra? – pergunto, abrindo uma das sacolas e pegando um pão de queijo.

- Vim saber como você estava. E se não fez nenhuma.... Besteira. – esgueira-se para tentar ver meu quarto pelo corredor.

Reviro meus olhos e dou uma leve risada. – Ela não está aqui, Tzuyu. – Minha amiga suspira aliviada e pega uma garrafa com o que me parecia ser Cappuccino. – Mas estava...

Se Tzuyu não tivesse caminhado, ouvido e bebido o Cappuccino perto da minha pia ela teria cuspido na minha casa inteira. Após a surpresa do que eu disse, ela se recompôs. – Como é, Myoui?!?

- Ela esteve aqui ontem. – falo. Ela me escuta atenta. – Me explicou o que aconteceu. Ela foi seguir um sonho profissional. E acabou percebendo que aquilo não estava fazendo ela feliz. – Tzu continuou esperando mais informações. – E foi isso... – Ela permaneceu me encarando. – Ok! Ela perguntou se eu ainda a amava... – Silêncio – E eu... Disse que estava com outra pessoa. – me acanho ao finalizar e Tzuyu arregala seus olhos com minha afirmação.

Uma gaitada(risada muito alta) não é suficiente para definir o que Tzuyu deu. Foi além. – Você disse o quê?? Eu não acredito!

- Yah! Eu sei...

- Se você estiver com a Xuanyi, eu super apoio, mas vocês são claramente amigas. Você precisa de uma desculpa melhor. – finaliza sua brincando, mas ela percebeu que dou uma risada fraca e muda o tom da sua voz. – Mina... Como você está? Com isso tudo...

- Eu não sei... Particularmente eu acho que ela não me merece... Mas... E se ela fizesse por onde?

- Mas e se ela não fizer? Se ela te conquistar de novo e não ser isso... Ela vai te chatear de novo. Eu não confio nela. – Tzuyu fala pegando na minha mão. – Mas o que você decidir, eu vou estar aqui.

- Eu realmente não sei o que fazer... - encosto-me na bancada e levanto meu queixo. Com os olhos fechados e sabendo que Tzuyu me fitava, eu apenas queria sentir o ar correr pelos meus pulmões.

- Acredito que no atual momento você só tem a opção de ir se trocar para trabalhar. – exclama divertida. – Você está achando que ser LGBT é fácil, querida? Levanta Gay, Bora Trabalhar! – se aproxima de mim, distribuindo vários cutucões pela minha cintura, me fazendo correr para o quarto rindo.

~

A caminho do trabalho balbucio a demora dos carros em se moverem. Provavelmente havia acontecido algum acidente na via e estava o maior trânsito. Encosto-me no banco de couro e procuro Tzuyu pelo reflexo do retrovisor. Ela estava cantando alguma música super entretida e se movendo tanto que o carro balançava. Descobri que isso era uma tática dela para não se estressar e que estava sendo bem eficaz.

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