Capítulo 34: Ferro Entre Fogo

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Fogo era cuspido de grandes fornos a todo vapor, fumaça preta era mandada para longe de minuto a minuto mostrando produção em larga escada. Bancadas simples de variados tamanhos eram encontrados em toda a extensa varanda, todas contendo martelos, pretos, emblemas, carimbos que se coloca quando uma espada ou um escudo ficam prontos, facas e barras de ferro. Batendo com muita força em uma bigorna, logicamente moldando um novo utensilio, ao lado de grandes pedras de amolar estava um anão. O mesmo vestia uma roupa de ferreiro com uma cinta que continha várias ferramentas, desde pregos a martelos, desde parafusos a chaves de fenda! Em sua cabeça estava um capacete de metal, com um visor em seus olhos, algo para proteção. Ao me reparar, retirou o capacete mostrando sua máscara, também feita de ferro fundido, que se assemelhava a um pequeno escudo que acompanhava a curva de sua cabeça. Na parte superior tinha três pontas como uma coroa, se estendo até onde ficaria o início de seus lábios.

-Te apresento um dos ferreiros mais procurados da região, fazia as melhores espadas e os melhores escudos! - Em seu tom de voz, Fransi realmente sentia honra naquilo - Por demonstrar bravura, foi destinado a ser ferreiro da nossa tropa!

-Por que em toda história os anões têm que ser os ferreiros? Ou é apenas impressão minha sobre essa visão estranha? - Uma curiosidade um pouco peculiar tinha brotado na minha mente, então perguntei.

Irritado, aquele ferreiro baixo tinha começado a vir na minha direção. Ao largar o martelo que era sua ferramenta trabalho, o que produziu um grande barulho, logo reclamou do meu comentário:

-Mais um que acha isso engraçado! Vamos, ria de mim, um gordo anão que meche com ferro entre fogo, vamos! Eu sou pequeno, mas se quiser, quebrarei seu crânio aqui mesmo! - Ele já estava perto de mim com um punho levantado para iniciar um a briga.

Rapidamente, antes que aquilo se tornasse algo mais perigoso, o bem vestido interrompeu:

-Opa, calma! - Ele pulou na minha frente para me defender - Vamos com calma Gordus! Toda vez que alguém repara nessas coisas você se enfurece como se não houvesse amanhã! Esse é um novo escolhido, não é qualquer um, então isso é justificável! Sejamos pacientes!

Gordus se acalmou e bufando de raiva voltou ao trabalho, pegou uma espada e foi afiar a mesma numa pedra de amolar. Fransi voltou seu ar com tom desânimo, mas logo pôs-se a falar:

-Vamos começar novamente! Britão, esse é Gordus Ralious Granaís, ou apenas Gordus! Nosso ferreiro, qualquer equipamento será providenciado por ele! Um dos mais conhecidos na região da Realeza, ou seja, na nossa região.

-Esse deve ser mais um daqueles escolhidos por eles, que sempre pegam os mais desnorteados! - O pequeno ferreiro parecia debochar.

Como estava lidando com um especialista, logo iniciei leves perguntas:

-Como nesse mundo, cheio de magia alguém precisaria de armas? Sei que isso é crucial em uma batalha, todavia isso deveria ser raro!

-Existem tipos diferentes de pessoas, tem aquelas que sabem fazer magia e tem aquelas que sabem usar armas! Uma não pode aprender o que a outra faz! Portanto, assim como em qualquer outro lugar, tem que ter equipamentos para uma guerra! - Dessa vez, Gordus não parecia tão irritado.

Um silêncio pairou no ar durante alguns minutos, parecia que Fransi estava esperando que o ferreiro falasse mais alguma coisa para encerrar a conversa. Quando, sem aviso prévio ele vem e mede minha altura com uma tabua fina de madeira. Anotou todas as informações a mão com um pedaço de carvão e correu para dentro de seu local de trabalho. Então, buscou uma roupa marrom e pediu para que minha pessoa usasse, já que seria mais adequado naquele lugar. Ao me entregar minha nova vestimenta, percebeu minha espada, arma que foi brutalmente degastada quando tive um confronto com o Homem Misterioso. Ele deu algumas checadas para analisar e percebeu que aquilo tinha sido fruto de Andério, já que, segundo o próprio anão "a espada tinha sérios defeitos de estrutura, nem mesmo um animal era possível de produzir uma arma tão porca e inútil".

-Enfim, foi boa a conversa! Deixe o ferreiro cuidar a sua espada, meu caro! - O bem vestido tinha nos interrompido - Temos mais a conhecer, existem mais pessoas te esperando! Quase me esqueci, Gordus é seu colega de quarto! Boa sorte, vamos! Não se esqueça de se trocar quando chegar ao final desse passeio!

Novamente estávamos caminhando para encontrar um novo alguém, que tinha outra cara e outro tipo de resposta. Dessa vez, minhas perguntas iniciais iriam ser mais cautelosas para não causar novas confusões. Passamos por alguns poucos metros no pasto onde tinha pequenos jardins espalhados e outros pequenos campos de treino, como luta com bonecos de madeira e alvos de arco e flecha. Um caminho de terra seca nos trilhava um rumo desconhecido até um bosque em menor escala, dentro tinha outra casa. Dessa vez parecia mais uma biblioteca do que uma moradia. Fransi já tinha alertado para não fazer barulho ao passar perto daquela estrutura, também me avisou que a próxima pessoa estava além do bosque.

Quando passávamos perto da estranha e silenciosa biblioteca, tentamos diminuir o passo para não fazer barulho. Logicamente, ali tinha alguma criatura ou ser que ele não gostaria que eu conhecesse agora. Porém, um galho foi quebrado ao acaso por um dos meus pés. Logo em seguida foi aberta a porta da estrutura. Da escuridão brotou outro alguém.

O Mundo Das Sombras - Sociedade Das Máscaras (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora