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Eun Park

Mesmo que ainda tivesse um dia de excursão, o organizador decidiu que era melhor irmos por causa do acontecido na cachoeria. O fim é que pessoas além de mim, Jaebum e Débora estavam ali e acabaram vendo ela me ameaçando com uma faca.

Mas era a melhor coisa voltar para casa, eu tinha que ficar sozinha em meu apartamento e colocar as ideias em ordem. No outro dia quando acordei e fui com os outros para o ônibus, ninguém se atreveu a falar comigo sobre qualquer coisa. Eles sabiam muito bem que nesse momento eu queria apenas silêncio.

E quando entrei no ônibus, apenas fui para a última poltrona e sentei ali quieta. Eu podia ve-los me observando, mas do que importava agora? Não acho que olhares de penas ou empáticos faria eu esquecer das palavras venenosas de Débora daquela noite. E de tudo, o pior era que Jaebum estava me evitando a todo custo. Eu não queria olhar na cara dele, e ele sabia disso ficando metros longe de mim. Mas as vezes eu me pegava pensando amorosamente nele, doía mais que o normal.

[...]

Quando chegamos no colégio, eu apenas saí e me despedi com um sorriso fechado para os outros. Jaebum já estava longe quando tentei procura-lo, então apenas suspirei e comecei a andar para a minha casa. Eu me perguntava tantas vezes em minha cabeça o porquê dele não ter me contado sobre o filho dele, ele não confiava em mim? Eu sei que há coisas que gostamos de guardar apenas para nós mas ele me contou sobre a irmã dele...

Suspirei, realmente não sabia de nada que estava acontecendo em volta de mim. Minutos depois havia chegado em minha casa, e andando pelo corredor depois de subir pelo elevador dei de cara com Hyunjin.

- Oi, Eun! - O mesmo disse sorridente e feliz, eu apenas dei um meio sorriso.

- Oi, Hyunjin. - Disse enquanto destrancava a minha porta.

- Aconteceu alguma coisa? Sua cara está péssima... - O mesmo disse se encostando na parede.

- Apenas briguei com meu namorado, nada demais. - Sorri, queria mesmo que algo bobo. - Como passou esses dias aqui sem mim?

- Uma moradora nova chegou e eu peguei o telefone dela. - O mesmo estalou a língua me fazendo rir minimamente.

- Mas não é normal o senhorio do prédio ter o número dos moradores?

- Você entendeu, Eun. - O mesmo disse revirando os olhos com um sorriso nos lábios. - Você e seu namorado vão ficar bem, ok? É questão de tempo... Irei indo, tenha um bom dia!

- Tenha um bom dia e obrigada! - Eu disse enquanto via o mesmo sumir pelo corredor.

Logo que entrei fui direto para o meu quarto, e me joguei na cama suspirando. Eu tinha que ter uma boa noite de sono e logo. Ao virar para o lado, observei minha cabeceira na qual continha a foto de mim e do Jaebum no monte no dia que ele havia feito o pedido. Sorri lembrando, aquele foi o dia mais feliz da minha vida e olhe como estou agora... Longe dele.

Meus pensamentos foram interrompidos quando eu ouvi meu celular tocando, então rapidamente o procurei na bolsa e vi que era a minha mãe.

- Oi, mãe. Estava com saudades.

- Oi, filha. Também estou. - A mesma riu. - Você já está em casa?

- Sim, por que?

- Preciso que venha aqui no hospital, por favor.

- O que? Aconteceu algo com você? Meu pai te machucou?

- Não, não. Não é nada comigo... - A mesma deu uma pausa antes de continuar. - É seu pai, querida. Ele está morrendo e ele pediu para te chamar.

[...]

Eu estava na sala de espera observando as minhas unhas, a cada passo que eu escutava tentava ver se era minha mãe. Foi uma surpresa ela ter falado aqui do nada, eu nem devia estar ansiosa e um pouco nervosa aqui. Ele tinha feito tanto mal as pessoas que amo e agora percebo que ainda tenho compaixão por ele? Como sou patética.

- Eun! - Eu olhei para o lado e pude ver a minha mãe, levantei imediatamente e a abracei. - Que bom que veio, realmente fiquei em dúvida se você apareceria ou não.

- Eu também fiquei em dúvida. - Suspirei. - Vamos?

A mesma assentiu e pegou a minha mão me puxando por alguns corredores, e logo paramos em frente a uma porta que ela logo abriu me mostrando uma visão que me fez perder o ar. Meu pai estava deitado inconsciente na cama, ligado a vários aparelhos que monitoravam seu corpo.

- O que aconteceu com ele? - Eu disse quase em um sussurro enquanto me aproximava.

- Falência de órgãos, ele está com câncer estágio 3 e não nos contou. - Eu olhei alarmada para ela. - Ontem, antes de apagar, ele disse que não queria transplante. Disse que já estava na hora dele ir embora.

- Você não estava de viagem? Como soube?

- A camareira da casa dele me ligou e disse que ele foi para a emergência, e quando cheguei aqui soube de tudo. - A mesma suspirou.

Sentei ao lado de meu pai e o observei, seus traços eram exatamente iguais aos meus. Lembro de que quando ele sorria para mim quando eu era criança, seu sorriso era idêntico ao meu. Mas somos pessoas de pensamentos e atitudes tão diferentes...

- E... Eun? - A voz grossa de meu pai saiu de seus lábios me assustando, o olhei e o mesmo remexia sua cabeça.

- Estou aqui, pai. - Eu disse chegando mais perto de si e pegando a sua mão.

- Ah Eun... - Ele dizia arrastado mas eu conseguia escutar, o mesmo ainda estava de olhos fechados. - Eu não mereço perdão pelo o que fiz, não me perdoe... Mas saiba que, independentemente de tudo, você foi a melhor coisa que me aconteceu há dezoito anos atrás... Ah Eun.

- Não fale, pai. - Eu disse dando leves batidas em sua mão. - Você realmente não merece ser perdoado, mas eu seria um monstro se não fizesse isso nos seus últimos momentos. Se eu não fizesse como sua filha.

Eu sorri enquanto acariciava seus cabelos grisalhos, eu nunca o perdoaria mas ele ainda era meu pai. E o mesmo deu um resmungo seguido de um pequeno sorriso antes de adormecer de novo.

AVISO!!
Penúltimo capítulo da fanfic!





IAYS - JAEBUMOnde histórias criam vida. Descubra agora