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Jaebum

Estava sentado no sofá com as pernas da Eun em cima de mim, ela havia dormido. Eu acariciava suas pernas enquanto olhava a televisão.

– Jaebum, cheguei! – Eu olhei para a porta vendo a minha mãe entrar e coloquei o dedo boca para ela fazer silêncio. – Oh, desculpe...

Lentamente tirei as pernas da Eun de cima de mim, e fui até a cozinha vendo quais remédios minha mãe havia trago para ela.

– Tenho que limpar os ferimentos dela, mas ela tem que tomar banho. E minhas roupas não dão nela... – Ela suspirou.

– Acho que o jeito é eu ir buscar as roupas dela. – Eu disse.

– Sozinho? O pai dela deve ter raiva de você, vá com o Jackson pelo menos...

– Ok. – Beijei a bochecha dela e sorri. – Cuide dela até eu voltar, e se ela acordar não diga que fui na casa dela.

Eu subi as escadas pegando meu celular e um casaco, e quando desci peguei as chaves do carro da minha mãe e saí de casa. Enquanto entrava no carro liguei para o Jackson avisando da situação e que daqui a pouco eu iria na casa dele, e ele disse que estaria me esperando.

Alguns minutos depois já estava em frente a casa do Jackson, e não demorou muito para ele sair e entrar no meu carro.

– A Eun está bem? – Ele perguntou enquanto eu arrancava com o carro.

– Sim, está na minha casa com a minha mãe. – Eu o olhei. – Só vamos entrar e pegar as coisas dela, ok?

Minutos depois parei o carro em frente a casa da Eun, e desci junto com o Jackson indo em direção a porta. Quando toquei a campainha ouvi imediatamente os resmungos do pai da Eun.

– Eun, se for você eu juro que te... – Ele parou de falar quando viu que era nós dois. – Quem são vocês e o que estão fazendo aqui?

– Sou Im Jaebum e vim aqui pegar algumas roupas para a sua filha, ela está num momento difícil. – Eu disse confiante.

– Como assim um "momento difícil"? E quem você acha que é para vir aqui e pegar as roupas da minha filha?

– Você ainda a chama de filha e não sabe que ela quase morreu? – Ele arregalou os olhos. – Você realmente não é um pai, senhor. A fica privando do mundo!

– Aquela idiota é dramática, isso sim! – Ele cruzou os braços. – Vocês saiam agora da minha propriedade, se não chamarei a polícia!

Eu bufei e o empurrei na parede segurando o colarinho de sua camisa, e o olhando profundamente nos olhos.

– Chame a polícia, mas quem vai preso é você. – Ele me olhou sem entender. – Sei de tudo o que você já fez para ela, inclusive abusos múltiplos e ainda a deixou de propósito quase ser estuprada... Você é nojento, cara.

– O- o que? – Ele disse guaguejando.

– Jackson fique de olho nele enquanto vou no quarto da Eun...

Eu o soltei e subi as escadas rapidamente, e andei pelos corredores abrindo as portas tentando descobrir qual quarto era. Quando entrei no certo vi a mãe da Eun fazendo a mala em cima da cama dela.

– Não é educado um homem tocar as roupas íntimas de uma mulher a não ser que ela as esteja usando... – Ela riu armagamente. – Então preferi fazer a mala dela, coloquei as roupas que ela mais gosta.

Ela se virou para mim e estendeu a mala na minha direção, e eu a peguei enquanto a encarava.

– Não entendo... – Eu falei baixo.

– Com certeza ela me odeia, mas acha que eu não sofria ouvindo os gritos dela quando o meu marido a torturava? – Ela me olhou. – Se eu não fosse na linha dele, ela morria e eu também. Eu não tinha escolha... Mas por favor, cuide dela. Ela já sofreu tanto, e não viveu quase nada. Dê o amor para ela que eu não pude dar.

Ela levantou da cama e me olhou uma última vez antes de sair do quarto, e eu fiquei alguns minutos ali viajando naquelas palavras. Quando voltei a realidade desci as escadas, e Jackson ainda estava ali com ele.

Dei a mala para o Jackson levar para o carro, e olhei uma última vez para o pai dela antes de entrar no carro e arrancar voltando para casa.



IAYS - JAEBUMOnde histórias criam vida. Descubra agora