Senhores Ferrari- Gabriel (Revisado)

Prólogo

A porta da frente bate com força. Me arrepio por antecipação, pois já sei quem é. Não é preciso de muito para desconfiar da presença, afinal isso acontece todas as semanas. Se repete como um mantra a ser seguido fielmente. E por mais que eu sinta medo, eu sempre sei que ele volta, ele nunca me deixará em paz.

---Mamma...---Meu pequeno Casthiel fala choramingando. Seguro forte meu bebé afagando seus cabelos negros.

---Vai ficar tudo bem amor, não se preocupe, a mamãe vai proteger você... ---Sussurro chorando.

---Que cena mais tocante...---O monstro atrás de mim fala. Meu estômago revira apenas de escutar seu timbre forte. Me puxando pelos cabelos ele me levanta do chão, protejo o Casthiel com meu corpo.

---O que você quer Uriel? ---Pergunto encarando os olhos verdes que um dia ja me deixaram completamente apaixonada. Me pergunto o por que de tanto sofrimento.

---Eu quero o de sempre, cadela miserável! ---Ele me joga no chão. Caio. Olho ao redor e vejo que o Tito já foi se esconder.

---Eu não tenho dinheiro. ---Falo o mais calma possível controlando a respiração. A dor é grande, mas a vontade de mata-lo é maior.

---Você sempre tem! ---Ele grita e eu recuo. ---Se não tiver... ---Ele me olha dos pés a cabeça o que me faz engolir em seco. --- A rua com certeza lhe proporcionará...

---Eu já falei que não tenho, o único dinheiro que tenho é pra comprar comida para seu filho!---Digo tirando coragem não sei de onde. Sempre tem sido assim. Uriel vem, leva todo o meu dinheiro, me bate e eu tenho que me virar com o meu bebê.

---Aquele bastardo não é meu filho!---Segura meus cabelos novamente--- Anda logo puta imunda! Me da o dinheiro, ou eu vou levar aquilo que tu mais ama...

Engulo em seco, meu filho não...

---Não vou dar nada pra você! ---Grito. Ele me pega pelos cabelos novamente e difere vários socos no meu rosto. Quando caio no chão quase desfalecida olho para a porta vendo meu bebé de apenas 2 anos e meio vendo aquela cena toda. Seus olhos verdes, como os olhos do monstro, estão cheios de lágrimas. Tento dar um meio sorriso para ele, mais não da tempo. O Marcus pega meu corpo e como se não fosse nada, joga de cima da escada. Rolo os degraus rezando para não fraturar nenhum osso.

Por mais difícil que seja eu continuo acordada, apenas fingindo que estou desmaiada. Logo os passos pesados passam perto de mim.

---Eu voltarei mio amore !---Quando a porta bate mais uma vez eu apago parcialmente.

---Ah meu Deus! Rebecca! Rebecca! ---É a voz da minha amiga, mais não consigo abrir os olhos, muito menos falar.

---Titia! ---Casthiel fala, graças a Deus que meu bebe esta bem.

---Rebecca... --- Franchesca chama novamente.

---Me leva pro hospital... ---Falo quase sem forças apagando por completo.

***