acordo com o barulho da fechadura se abrindo e finjo dormir. ouço os passos se aproximando e meu coração dispara loucamente. uma mão acaricia meu braço e eu sinto vontade de vomitar.
escuto um tilintar e os passos se vão, me viro somente quando escuto a porta batendo e a fechadura sendo trancada.
levanto e vejo que deixaram o café da manhã, derrubo a bandeja no chão e os pratos quebram,vidros voam por todo o carpete.
pego um pedaço grande e escondo embaixo do travesseiro. eu não deixaria nenhum maníaco se aproveitar de mim, não sem lutar.
abro uma porta e vejo que se trata de um banheiro, abro as gavetas e só encontro toalhas.me olho no espelho e tomo um susto, a mulher que vejo em meu reflexo me deixa triste.
meus cabelos antes tão cheios de vida, agora definitivamente estavam um caos, estavam emaranhados e com vestígios de terra.meu rosto machucado e meus olhos sem vida de tanto chorar.
decido tomar um banho, não demoro muito com medo do cara voltar.assim que saio do banho, troco de roupa e ando no quarto.
quebro todos os portas retratos na parede, jogo todas as roupas no chão e derrubo todo e qualquer coisa que aparece na minha frente.
a porta se abre e o homem me agarra com raiva.
-você vai se machucar. ele diz.
-me solta, seu monstro.
me solto do seu aperto e caio deitada na cama, ele vem até mim e tenta pegar em meu rosto, eu sou mais rápida e pego o pedaço de vidro e enterro em seu braço.
ele grita e eu corro.
corro pela casa tentando achar a saída, me desespero quando não encontro. tudo está trancado.
arranho a porta e grito com toda minha voz por ajuda, uma ajuda que nunca viria.estávamos em uma ilha, não havia ninguém por perto, ninguém pra me escutar.
me agacho no chão e soluço.
eu não tinha saída.
escuto o barulho dos passos e levanto a cabeça, observo o homem arrancando o vidro do braço como se não fosse nada e estremeço.
ele olha pra mim com curiosidade, eu sustento seu olhar com medo, mais demostrando uma coragem que eu sabia que não tinha.
-cansei de brincar. ele fala jogando o pedaço de vidro no chão.
olho pro vidro e olho pra ele, não sabia o que fazer, não tinha como fugir.
ele estava com ódio estampado em seu rosto, e eu estava ferrada sem saber como proceder.
eu olhava pro sangue escorrendo por sua mão, fazendo uma poça no chão de madeira.
eu não conseguia tirar os olhos daquele sangue.
era muito sangue.
meu estômago embrulha e eu acabo vomitando em mim mesma.
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Sem Saída
Mystery / Thrillerapós ser sequestrada Dulce acorda em uma ilha deserta, sem ter como fugir vai se submeter a tudo que seu sequestrador lhe ordenar. o único problema é que ela se apaixona por quem ela deveria odiar com todas suas forças.