Parte XXX

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Parei de repente, aquela  história não fazia muito sentido pra mim. E se fosse verdade, Edu também seria um assasino ou cúmplice. Eu não poderia ir com ele, mesmo se fosse verdade e Samuel fosse realmente um assasino, eu ainda o amava e acreditaria nele até o fim. Não havia evidências contra Samuel, o que eu sabia era que existia um serial killer que gostava de ruivas, podia até ser o Edu. E se fosse ele, eu estaria seguindo meu próprio assasino. O que eu faria? Em quem eu deveria acreditar?

-Vamos Dulce, temos só uma hora. Tenho um barco escondido na praia. Finalmente seremos livres.

-Eu não tenho certeza. -Falei.

-Dulce, ele não vai nem pestanejar, vai te matar. Você tem que vir comigo. -Ele falou aumentando o tom de voz.

-Eu não sei. Acho que to confusa demais. -Falei.

Seu semblante preocupado, se transformou em um sorriso forçado.  Percebi que eu não estava fazendo o que ele tinha certeza que eu faria.

-Você vai ficar com o assasino? -Ele me perguntou.

-Sim. -Falei com receio.

Ele levantou a mão e limpou o suor que caía em seu rosto, ele estava nervoso. Não sei se era porque estava com medo ou com raiva.

-Dulce, eu acho que você não está entendendo.  -Ele veio até mim. -Ele ama seu tom de cabelo.  -Ele falou pegando meus cabelos, e cheirando. -Tem a cor de sangue, isso o excita.

Me afastei, e dei um passo para trás. Ele segurou em meu braço.

-Dulce, não tenho tempo pra isso. Você tem que vir agora.

-Eu não vou. -Gritei.

Ele jogou as malas no chão, e me puxou até ele. Olhou bem  dentro dos meus olhos e sorriu.

-Não tem jeito, você é muito burra. Todas as outras me seguiram. Todas vieram comigo, mas não você.  Não a queridinha de Samuel, a garota que ele passou anos perseguindo. Valeu a pena.

-Do que você está falando? -Perguntei tentando me soltar do seu aperto, sem muito sucesso.

-Eu estou com Samuel a alguns anos, e ele tem preferência por ruivas, só que elas sempre fogem dele e o abandonam. O que ele não sabe é que eu também prefiro as ruivas, e que as convenço que Samuel é um louco, psicopata. E todas me seguem, seguras que vou salvá-las. Mas você, a Dulce inteligente não, você não quis ser salva.

-E todas morrem. -Terminei a frase pra ele. -Não dessa vez.

Ele me arrastou com força, enquanto eu gritava por Samuel. Eu não sei se ele me ouviria, mas não custava tentar.

-Estamos sozinhos nessa ilha, Samuel está dopado. Assim que ele acordar, ele vai perceber que você fugiu, foi embora e não vai voltar. Vai ficar muito triste por um tempo, mas eu estarei do seu lado e juntos vamos escolher a próxima ruiva.

-Eu não vou deixar isso acontecer.  -Chutei sua barriga, mas ele nem olhou pra mim. Só continuou me puxando.

-Você vai perceber que não tem muita escolha. -Ele falou sorrindo.

Sem SaídaOnde histórias criam vida. Descubra agora