Parte IV

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vejo quando ele tira uma faca de sua calça, e imagino que ele me matará, me jogará no oceano e nunca ninguém vai descobrir.

respiro fundo e peço aos Deuses que seja uma morte indolor, uma facada no coração me aliviaria em instantes. mais e se ele fosse um sádico?  se ele cortasse cada parte do meu corpo e me escutasse gritar, implorando pra morrer?

vejo quando ele corta um pedaço da sua camisa e deixa seu abdômen à mostra.ele enfaixa seu braço com a tira de tecido, estancando o sangramento. me olha e sorri.

-pronto. ele me diz.- vamos esquecer isso.

ele vem em minha direção e eu não faço nada, fico parada sem reação, atropelada pelo medo e encharcada de vômito.

ele me pega no braço e me carrega de volta pro quarto, minha garganta doí e meu corpo não obedece minhas ordens.

ele me coloca devagar na banheira, e liga a torneira. pega a faca e corta minha blusa, corta a saia e corta a calcinha. choro silenciosamente quando sinto a faca gelada tocar em meu sexo.

-por favor. lhe suplico.-eu não mereço isso, me deixe ir.

ele ignora minhas palavras e começa a me ensaboar, devagar, ele ensaboa cada centímetro do meu corpo, me deixando apavorada.

quando acaba ele me lava e me tira de lá, me envolvendo em uma toalha felpuda. me coloca sobre a cama e sai so quarto.

olho ao redor e o quarto ainda está destruído. caminho até a porta que ele deixou aberta.

caminho no corredor devagar, com a toalha agarrada em meu corpo, escuto uma voz saindo de um dos quartos.

-preciso de um médico. ele grita com alguém. -agora.

olho através da fresta da porta, e vejo o homem com uma garrafa de bebida na mão, de vez em quando ele dava um gole.

ele olha direto pra mim e eu caio sentada com o susto. levanto e corro até o quarto trancando a porta.

meu coração batia tão rápido, minhas mãos tremiam, e eu não sabia o que fazer. visto uma roupa qualquer enquanto pensava em minhas opções.

tomei coragem e decidi sair do quarto para confrontá-lo. ele ainda está no quarto onde julgo ser o dele, ele me olha e toma mais um gole da bebida.

-vamos negociar. lhe digo.-eu tenho muito dinheiro.

-e daí? 

-daí que posso pagar a você,  é só me deixar ir embora.

ele joga uma chave em mim,  ela caí fazendo barulho no chão.

-quer ir, vai. ele fala.-pode ir.

pego a chave e saio do quarto, será que era uma armadilha? vou até a porta, todo momento olhando para trás, com medo dele me pegar desprevenida.

a chave gira e a porta se abre, corro com toda minha força. olho para trás pra ver se ele me segue e o vejo olhando através da janela.

corro pela floresta e algum tempo depois encontro a praia,  olho ao redor e só vejo a imensidão do mar,  não existia opções.

sento na areia e choro, choro porque sei que eu nunca vou conseguir escapar, choro porque ele sabe que eu nao irei escapar.

-então.ele fala.-não vai fugir?

me viro em sua direção e vejo o sorriso estampado de canto a canto em seu rosto.

-vem comigo. ele susurra.-quero conversar com você.

ele caminha em direção a sua casa, e eu nao tenho outra opção, a não ser segui-lo.

Sem SaídaOnde histórias criam vida. Descubra agora