DULCE
dor de cabeça me invade assim que acordo, olho ao redor e estou em uma praia. mas que diabos? levanto um pouco e olho para longe, nada só a imensidão do mar. olho para trás e vejo floresta. como vim parar aqui?
lembro com detalhes da noite passada e xingo baixinho. passo minha mão atrás da cabeça e encontro um corte. olho pra minha mão ensanguentada e decido sentar novamente.
choro baixinho e fico sem saber o que fazer.
-olá. ouço uma voz e vejo o mesmo homem de ontem.
corro para frente e entro na floresta, preciso fugir, achar uma saída. corro tanto que canso rapidamente. olho para todos o lados e não vejo nada. me escondo atrás de uma árvore e sento quietinha. seguro a árvore com tanta força que machuco minha mão.
escuto os passos e o vejo. o físico forte do seu corpo me diz que não terei chance de fugir se ele me encontrar.
-você não pode se esconder. escuto ele cantando e meus braços se arrepiam.
olho novamente e vejo seus cabelos loiros, seu rosto vira em minha direção e eu me encolho. paro de respirar com medo que ele possa escutar o martelar de meu coração. olho novamente e ele não está mais lá.
respiro aliviada e ando na direção oposta da que ele foi, o ruído das folhas velhas se quebrando por onde passo é o único som que escuto.
e agora? o que fazer ? me sinto tão mal e acabo vomitando no chão. a tontura me pega desprevinida e sento um pouco. ao julgar pelo calor do sol escaldante, imagino ser umas 10 horas.
escuto um chiado ao longe e o som de pássaros voando. medo me consome e choro baixinho. porque ele está me perseguindo? será que ele é canibal? ai meu Deus! estou perdidamente fodida.
vejo meus bolsos e procuro meu celular, esperança me preenche quando o encontro. abro rápido para fazer uma ligação para a polícia. vejo que não tem área e mentalmente xingo. droga agora não tenho o que fazer.
saio andando e levantando meu celular na esperança de encontrar ao menos um pouco da área de cobertura. não consigo nada e me sinto exposta sem ter a quem recorrer para pedir ajuda.
ao longe vejo uma grande rocha, vou andando pretendo subir nela e procurar sinal. espinhos ferem meus pés, mas não me importo tenho una chance de fugir e não vou medir esforços para conseguir.
após escorregar e cair pela terceira vez, tento novamente e consigo subir. o musgo agarrado na pedra a deixa muito escorregadia, subo devagar e consigo.
testo meu celular e novamente sem área, perdo todas as esperanças de conseguir ajuda. desço da pedra e caminho sobre as folhas. o vento passa por mim e trás consigo as folhas velhas caídas das árvores.
sento no chão e toco novamente meus cabelos, o vermelho deles me conforta, meu ex namorado odiava a cor e por vezes me mandou pintar. lembro daquele ordinário e sinto ódio. como pude ser tão burra a ponto de acreditar nesse amor.
um barulho mais a frente me tira de meus devaneios, fico quietinha e tento não me mexer. uma puxada em meus cabelos, me faz sentir muita dor e me arrastam com força.
-pensou que iria fugir? ninguém foge de mim.

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Sem Saída
Mystery / Thrillerapós ser sequestrada Dulce acorda em uma ilha deserta, sem ter como fugir vai se submeter a tudo que seu sequestrador lhe ordenar. o único problema é que ela se apaixona por quem ela deveria odiar com todas suas forças.