Parte XX

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Eu não sabia o que fazer, estava parada em frente a clínica sem saber se entrava ou não. Tomei coragem e fui até a recepção, deixei meus dados e respondi algumas perguntas. Logo me liberaram para a visita, o corredor estava cheio de pacientes com seus familiares que estavam visitando os parentes.  Um homem me guiou para um quarto, e disse que a visita durava duas horas.

Demorei um pouco em frente à porta. O que eu faria? Eu tinha ido até lá, só para fazer um favor, só isso. Eu tinha um pouco de raiva por tudo o que ele fez pra mim, mas ele estava sozinho ali. Ninguém tinha vindo visitá-lo, talvez eu seja a única pessoa que se importa com ele. Deve ser ruim, não ter ninguém pra contar quando as coisas vão mal. Eu me via ali também, louca e sozinha.

Criei coragem e entrei, o quarto era pequeno e ele estava deitado na cama, seu olhar vazio, observando a janela. Era muito triste vê-lo naquele estado. Sentei do seu lado e chamei sua atenção.

-Oi. -Falei.

Ele nem olhou pra mim, continuou vendo coisas imaginárias na janela e rindo. Era deprimente, senti vontade de chorar. Ele estava sob o efeito de remédios, eu queria meu psicopata de volta. Queria voltar pra ilha e viver perdida no mundo. Queria que o tempo voltasse um pouco. Eu também estava louca.

Talvez tenha sido por isso que ele me escolheu, viu o reflexo de sua loucura em mim. Eu era louca, não era? Quem em sua sã consciência iria até lá, depois de tudo? Quem? Só eu mesmo. Ele me olha, vejo um reconhecimento em seus olhos, por um único minuto. Mas ele volta pro seu mundinho em seguida.

Respiro rápido e saio do quarto, um enfermeiro vem até mim.

-A senhora é da família?  -Ele perguntou.

-Sim. -Menti novamente.

-Pode assinar alguns papéis, por favor?

-Claro.

-Quando ele vai sair? -Ouso perguntar.

-Depende da melhora em seu quadro clínico. -O enfermeiro responde.

Então eu volto pro quarto pra me despedir, sento no canto da cama e dou-lhe um abraço. Sinto seus braços retribuindo e dou um sorriso.

-Vai dar tudo certo. -Digo em seu ouvido.

Sinto sua respiração em meu pescoço, e beijo sua bochecha.

-Eu vou tomar conta de você. Não se preocupe.

Ele me olha com confusão e toca em meus cabelos.

-Eu gosto de vermelho.  -Ele fala aéreo.

-Eu sei que sim. -Digo. -Eu sei.

♡♡♡♡

Quero dar um aviso povo lindo, primeiro respeito muito os meus leitores. Sei como é chato ficar esperando um bom tempo por um capítulo,e o mesmo ser pequeno.  Capítulo pequeno é meu estilo de escrita,quem lê meus livros sabe que eu escrevo capítulos curtos. E quero agradecer a todos que estão lendo, votando e comentando o livro. Eu amo vocês.  Beijos.

Sem SaídaOnde histórias criam vida. Descubra agora