Parte XXXIII

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DULCE

Samuel queria me proteger ao me trancar no quarto, eu pensei em gritar, mas sabia que Eduardo poderia estar ouvindo. Corri pelo quarto procurando maneiras de sair, não tinha nada que eu pudesse usar. Nada que eu pudesse fazer uma chave ou algo do tipo.

Eu não iria desistir,Samuel morreria e Eduardo viria até mim, mesmo sabendo que eu não teria chance, eu poderia ajudar.

O silêncio reinava em todos os lugares, isso não era uma coisa boa. Eu iria pular a janela.

Abri a janela e pensei nas opções: Pular a janela e me arrebentar, mas conseguir ajudar Samuel ou ficar no quarto me escondendo de tudo. Eu tinha escolhido.

Coloquei metade do corpo para fora quando olhei para baixo, era uma altura considerável. Mas por Samuel eu reuniria toda a coragem que existia em mim, eu não iria perde-lo.

Fechei os olhos e pulei, bati com força no chão, e o ar escapou dos meus pulmões.  Eu não conseguia me levantar dali, meu corpo doía. Parecia que eu tinha quebrado alguma coisa, respirei devagar tentando espantar a dor.

Ouvi um tiro.

Levantei cambaleante e me forcei a ficar de pé, Samuel precisava de mim, eu tinha que o ajudar.

Outro tiro.

Corri desesperada, quase tropeçando em meus próprios pés. Isso era uma coisa ruim. De longe os vi, ambos no chão desesperados e sangrando.

Meu Deus. Corri em direção a Samuel, quando uma mão agarrou meus pés, era Eduardo me puxando. Chutei suas mãos na tentativa de me soltar, o olhar no seu rosto era mortal. Ele tentou pegar a arma que estava perto de sua mão, mas eu peguei primeiro.

Olhei do lado e Samuel estava mal, quase morrendo.  Dei dois tiros em Eduardo e por fim sua mão afrouxou, entrei em choque e falei para Samuel que tudo iria ficar bem.

Vi o homem que eu amava ali na minha frente, desmaiando por causa do tiro que levou e raiva tomou conta de mim. Olhei para Edu e ele estava morto, a ultima emoção que vi em seu rosto era de ódio. Eu não me arrependi, mas culpa caiu em mim como uma tempestade.  Eu tinha matado um homem, eu era uma assasina.

Deitei do lado de Samuel, e chorei.

Peguei a arma que estava na areia e olhei pra ela, esse seria meu tiro de misericórdia, e eu daria em mim mesma. Não fazia sentido viver, não era a mesma coisa sem Samuel. Minha mão tremeu e levantei a arma, olhei pra Samuel e dei um beijo na sua boca.

-Eu te amo Samuel, te vejo em breve. -Coloquei a arma na minha boca e...

-Eu te amo Dulce. -Ouvi a voz de Samuel, pensei que era alucinação.  Mas quando ele tomou a arma de mim, vi que era real.

Ele estava vivo.

Caí na areia o abraçando, ele gemia de dor e me afastei. Ele olhou pra mim e olhou pra Eduardo.

-Eu o matei. -Falei mais pra mim mesma do que pra Samuel.

-Eu não teria feito diferente. -Ele falou e me puxou pra perto.

O ajudei a ir até a casa, o deitei na cama e olhei para o ferimento. O buraco atravessava seu corpo e saia do outro lado, acho que isso era uma coisa boa.

-Eu vou ficar bem. -Ele falou. -Só preciso de uns pontos nisso.

-O que faremos agora? -Perguntei, enquanto tratava do ferimento.

Ele suspirou e deu um sorriso, seu sorriso era a coisa mais linda que eu já tinha visto na vida.

-Você ainda vai casar comigo?  -Ele perguntou e fechou os olhos.

Eu iria? A sim eu iria, depois de tudo eu iria até o inferno por aquele homem.

-Sim. -Respondi.

-Então daremos um jeito.

Samuel parecia sentir dor enquanto cavava o buraco, eu tinha me oferecido para fazer em seu lugar mas ele tinha recusado.

Depois de pronto, enterramos Eduardo. Não era um enterro digno de uma pessoa, mas era a ultima alternativa.  Samuel não queria apenas jogá-lo no mar ou chamar a polícia. Tudo viraria um inferno e eu não suportaria ver Samuel em outra clínica psiquiatra.

No fim terminamos e colocamos uma cruz no topo, esperava que Eduardo fosse perdoado por tudo o que fez, e que estivesse em paz finalmente.





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Gente eu to super feliz com todo os comentários  de vocês, eu fiz esse livro com todo o carinho do mundo. Sei que não está perfeito ou bem escrito, mas coloquei meu coração nele. Queria desejar a todos um ano novo cheio de realizações, e deixo aqui o meu obrigada a quem acompanhou o livro até aqui. Me perdoem pela demora e por tudo.  Não é o fim, ainda falta o último capítulo que estarei postando logo em breve. Obrigada mais uma vez.

Sem SaídaOnde histórias criam vida. Descubra agora