Parte XVI

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Caí sentada no chão, desespero tomou conta de mim. Ele estava ali. ELE ESTAVA ALI. O que eu faria? Não ousei levantar, me arrastei até a cama e me deitei, saber que ele estava à alguns metros de mim me deixava com medo, e com uma sensação estranha no peito.

Dormi com uma sensação ruim e um plano na mente, eu faria ele provar do próprio veneno. Ele queria me vigiar?  Então ele seria vigiado em dobro. Até ele ceder.

Acordei me sentindo bem, tirei todas as coisas do lugar, procurando cameras escondidas ou algo do tipo, revirei todo o meu quarto e nada. Não existia cameras, lembrei de um filme que eu assisti onde tudo era filmado pela webcam e um hacker via tudo o que acontecia. Desliguei o computador da tomada, foi então que eu vi. A janela da casa ao lado havia sido aberta. Tentei ver o que estava acontecendo, vi o homem saindo e fechando a porta.

Era a minha chance de descobri o que ele estava fazendo ali.

Desci correndo e fui em direção a casa vizinha, olhei pros lados pra ver se tinha alguma pessoa ao redor e subi no muro. A janela era bem próxima e foi fácil demais entrar na casa, caí no outro lado. Me levantei e entrei em choque quando vi tudo àquilo dentro da casa.

Tinha um binóculo, fotos, cameras fotográficas, um mapa da rua onde estava marcado os lugares que eu frequentava. O que mais me chocou foi a tv ligada mostrando meu quarto, tudo bagunçado por eu estar procurando a câmera.

O ângulo mostrava que ela estava escondida entre um quadro e o guarda roupa. Em cima da cama, estava um monte de folhas com a mesma letra da carta.Peguei algumas e coloquei no bolso, teria provas que ele estava me perseguindo. Caminhei pelo quarto e além das fotos de mim, tinha montagens com nós dois juntos. Aquilo era muito bizarro.

Tinha também varias roupas que eu usava na ilha jogadas pelo quarto, várias garafas de bebidas e alguns copos quebrados. Eu acho que ele estava tendo uma de suas crises.

Escutei a porta bater lá em baixo e me desesperei, nesse momento passava pessoas na rua e eu não podia pular. Os passos estavam subindo as escadas e eu me enfiei debaixo da cama.

Vi seus sapatos entrando no quarto e tapei a boca para não fazer barulho, naquele momento temi que minha respiração soasse tão alto, que ele pudesse escutar. Rezei pra ele deixar o quarto, só que ao invés disso ele deitou na cama, um monte de pó caiu em cima de mim. tapei o nariz, e me desesperei com a vontade louca de espirrar. Eu só podia rezar, nada mais.

Sem SaídaOnde histórias criam vida. Descubra agora