Parte XIX

6.2K 575 36
                                        

Assim que acordei, ouvi um tumulto em frente à minha casa. Eu corri para rua para ver o que estava acontecendo. Um carro estava parado em frente à casa do vizinho, e alguns homens estavam o levando embora. Amarrado com uma camisa de força e o semblante vazio, o homem me olhou e baixou a cabeça. Tinha medo e decepção nos olhos, fui até lá e falei com um homem que estava em frente à casa do meu maníaco.

-O que está acontecendo? -Perguntei ao homem, aparentemente mais velho dali.

-Ele está fugindo da família durante anos, finalmente o encontramos. -Ele disse.

-Fugindo?

-Ele foi diagnosticado com um caso grave de múltiplas personalidades, e psicose. Soube que seria internado e fugiu. Passamos anos até rastrearmos seu cartão de crédito.

-Ele não é louco. -Gritei.

-Querida ele precisa de ajuda profissional, e o que isso tem haver com sua pessoa?

-Nós somos amigos. -Falei receosa por estar me metendo nesse assunto de família.

-Então vá visitá-lo, porque eu não posso ficar aqui. -Ele estendeu a mão com um cartão, e me deu. -Eu agradeceria se pudesse me manter informado.

O homem foi até um carro estacionado ali e foi embora.

Vi o cara me olhando através da janela e dei um sorriso.

-Dulce... -Ele falou. -Não me deixe...

Ia lhe responder quando alguém tocou em meu braço, eu voltei minha atenção até um homem baixinho.

-Você é da família? -Ele perguntou.

-Sim. -Menti.

-Aqui está a chave da casa, e o endereço da clínica. Você pode levar algumas roupas, e visitá-lo. O horário de visita é as 3 da tarde.

-Está bem. -Disse pegando a chave.

-A visita dura duas horas. Nada de objetos cortantes, ou que possa ser usado como arma. Não leve comida.

-Entendi. -Falei olhando através da janela para o homem que estava ali, tão frágil.

-Ele vai precisar de todo o apoio emocional que a família e pessoas próximas podem oferecer. -O homem falou.

Eu não sabia o que fazer, então resolvi que iria visitá-lo e deixá-lo à vontade. Enquanto alguém da família tomasse meu lugar. O carro partiu o levando embora, senti um vazio que nunca senti antes.

Fui até sua casa e abri a porta, a casa era grande mais não tinha móveis, nem na sala, nem na cozinha. Fui ao que achava ser o quarto e era mesmo. Fiquei chocada com o estado do quarto, ainda pior do que da última vez que vi. Tudo estava revirado, fui até o guarda roupa e peguei algumas peças de roupa.

Coloquei tudo dentro de uma mochila, e saí da casa. Fui até a minha para tomar um banho rápido.

Enquanto tomava banho pensava no futuro, o que iria acontecer agora?

Sem SaídaOnde histórias criam vida. Descubra agora