Parte VI

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Meu plano era convencer o cara louco a me soltar, me tirar daquela ilha. Contava unicamente com a sorte.

Depois de me virar pela milésima vez na cama, decido levantar e tomar um ar. Estranhamente a casa está aberta, depois pensei, porque não estaria?  com certeza não havia ninguém na ilha.só nós dois.

Ando um pouco, a ilha está toda iluminada pela lua, caminho pela pequena faixa de floresta e chego na areia da praia. sento e fico lá inerte por várias horas.

Não sentia medo, a única coisa que poderia me fazer mal, tinha me levado até a ilha. olhei as estrelas e fiz um pequeno pedido, quem sabe não se realizaria?

-Você também não consegue dormir?

Olho para quem disse aquelas palavras e vejo um homen novo, que eu ainda não tinha visto por ali.

-Por favor. lhe supliquei. -me ajuda.

-Eu sou só seu guarda costas. ele diz e senta do meu lado.

-Eu te pago o dobro do que você ganha. digo.

-vejo que já conheceu Edu.olho pra trás e o vejo.-você pode ir Eduardo.

Edu levanta e se retira, levando embora minhas esperanças. eu olho pro mar, sentindo medo.

-eu amo essas estrelas. ele diz. -na cidade você nem consegue enxergá-las.

Eu nunca parei pra observar as estrelas antes, minha vida era muito corrida. tinha trabalho, faculdade, namorado, nunca tirei um momento para apreciar a natureza.

E se observasse com certeza não veria as estrelas com tanta poluição na cidade, com a vida corrida não paramos para observar os presentes da natureza.

Ele me observava, então fingi interesse no que ele estava falando.precisava de um plano pra fugir.

-são lindas mesmo. digo quebrando o silêncio que se formava entre nós. -eu nunca reparei que brilhavam tanto.

-Elas começaram a brilhar mais quando você chegou. ele sorriu.-tudo ficou melhor.

Pensei por uns minutos, eu não conseguia entender o que acontecia com aquele cara, ele me sequestrava, mandava me bater e depois me elogiava, me fazia sentir bem.

-porque eu? me vi perguntando. -com tantas mulheres melhores, mais bonitas.

-porque você é a única.  ele disse.

-não faz sentido.

-você realmente quer ir embora? ele perguntou.

-claro que sim.

-um mês.

-um mês o quê?  perguntei.

-um mês aqui e eu te deixo ir. ele suspira. -se você ainda quiser ir.

-eu não posso ficar um mês aqui. digo já com raiva.-tenho uma vida.

-um emprego terrível, um namorado imprestável que te traí? ele olha pra mim.-essa é a vida pra onde você quer voltar?

-pelo menos eu tenho uma escolha. digo encarando ele. -eu posso mudar de emprego, mudar de namorado. e aqui?  aqui você não me deu opções.  você nem me perguntou se eu queria vir,foi lá e me sequestrou.

-estou lhe dando uma escolha agora.  ele levanta pra ir embora.-se depois de um mês, você ainda desejar ir, você estará livre.

-e porque não desejaria? 

ele não respondeu, apenas caminhou de volta pra sua casa.

eu olhava pros meus pés, as ondas batiam e voltavam molhando as pontas dos meus dedos, quanto tempo fazia que eu não sentia a areia da praia?  a brisa do mar?

faz muito tempo, pensei comigo mesma. talvez ficar um mês ali, não seria tão ruim.

Sem SaídaOnde histórias criam vida. Descubra agora