Capítulo 2

272 13 0
                                    

O despertador havia tocado a uns vinte minutos atrás, porém hoje, uma semana depois de notificar o William sobre o divórcio, eu milagrosamente levantei mais cedo que o toque do despertador. Eu merecia me arrumar, merecia um banho demorado e uma bela maquiagem.

Não vi o William ainda, provavelmente ele ainda não deve ter chegado de sua viagem, já que ainda não subiu até o quarto para deixar sua mala. Já faz uma semana que eu lhe propus o divórcio e talvez ele tenha achado que eu não estava levando a sério ou já está conformado. Depois que "conversamos" ele viajou e não tocou mais no assunto, nem ao menos me ligou ou mandou mensagem. Apenas pelo grupo da família Grant que eu conseguir saber notícias suas. Bem, eu também não fiz nenhum esforço para entrar em contato com ele. No fundo, suspeito que divórcio também era o seu desejo. Hoje eu combinei de conversar com o Lincoln e ele disse que cuidaria sucintamente do meu divórcio, breve eu deixarei de ser uma Grant.

Talvez, o nosso casamento deixou de ser prioridade para ele. Não que eu quisesse que ele estivesse com sua atenção voltada apenas para nós. Mas, seria justo ele entender que nós estamos juntos ou estavamos. É como se fosse uma empresa e nós precisaríamos estar juntos, trabalhando lado a lado para que ela não falisse. Faliu. Talvez nenhum investimento seja capaz de reerguer essa empresa e de empresa nós dois conhecemos muito bem.

Calcei os meus sapatos e peguei a minha bolsa.

Desci as escadas e a Helena já estava tirando a poeira dos quadros da parede da sala. Helena é a minha mão direita e esquerda aqui em casa. Eu fico muito atarefada lá na Marlboro e ela resolve tudo e mais um pouco aqui em casa. Com toda certeza, sem a Helena a casa não funcionária.

—Bom dia Heli!_ a abracei.

—Bom dia Mel, você está linda. Como está se sentindo?

—Bem e você? O seu pai melhorou?

—Mais ou menos. Ele vai ter que fazer uma cirurgia de 14 mil dólares e nós estamos tentando de toda maneira arrecadar esse dinheiro, fomos pegos de surpresa. O médico jogou uma bomba em nosso colo e estamos correndo contra o tempo para desarmá-la. O outro urologista disse que a cirurgia não seria preciso e agora isso.

Me preocupei. O William tem um primo que é urologista. Henrique Bacelar, o urologista absurdamente requisitado de Los Angeles. Com muita esperança e uma ligação conseguiríamos um atendimento para o pai da Helena.

—Eu vou tentar falar com o primo do William que é urologista. Vamos tentar uma consulta com ele, para ter um outro diagnostico. Às vezes, se dermos sorte, pode ser diferente. Eu vou tentar falar com ele hoje!

—Ah Mel, tomara que dê muito certo! _me abraçou.

—Vai dar, Heli, vai dar!! Aliás, o William já chegou por aí? Troquei de celular e perdi o número do Henrique.

—Ele está na cozinha tomando café. Chegou há 10 minutos, nem subiu ainda.

Pisquei para ela e fui até a cozinha.

William estava sentado tomando seu café e folheando um jornal. Deve ter chegado morto de fome e cansaço.

—Bom dia William! _o saldei, atravessando a cozinha para pegar torradas.

—Bom dia Melissa, já acabou com aquela ideia idiota de divórcio?

O olhei, é por coisas assim que eu quero o divórcio.

—Ideia idiota, William? A crise que o seu casamento entrou é algo idiota?

—E crise se acaba com divórcio?

Encarou-me firmemente. Chegou decidido a me afrontar, mas isso não vai acontecer. Estou bonita demais para me estressar.

—Quer saber, percebi que com você não tem como conversar sério. Então semana que vem a gente acerta tudo e aí você terá que agir como adulto.

O que eu amo em você Onde histórias criam vida. Descubra agora