Talvez o Ramen Burrito não tenha me feito bem, uma mistura de macarrão com ovo, carne, bacon e cebolinha deliciosamente juntos em um matrimônio quase perfeito, se não estivesse me feito mal, aliás, fez mal para a Louise que está me fazendo ter dores no estômago e náusea a tarde quase toda. Estávamos na casa da dona Rosemeire, a avó do Grant. Sim, a família do Grant tem essas manias de reunir toda a família para um fim de semana, para matar a saudade. Não sei como se aguentam, um monte de gente amontoado em uma única casa, ainda bem que a casa é enorme, cabe os filhos, netos e bisnetos.Mas dessa vez, somente a família do Grant estavam aqui no litoral, dona Nice antecipou a viagem, pois, ela e o pai do William iriam sair em uma viagem para comemorar o casamento. Olha onde eu fui me meter? Uma família cheia de frescuras. Aguenta Melissa!
— E aí Melissa, quando você vai trabalhar conosco na Grant's Publicity?
Terry se sentou no sofá da sala, eu estava tomando um copo com água e gelo para tentar aliviar a azia ou pelo menos gelar o estômago. Ele continua com essa historinha idiota de me fazer advogar para a empresa. William se sentou do outro lado com uma taça de sorvete de morango.
—Você sabe que não vai me fazer mudar de ideia nunca, não é?
William me olhou, Natalie que estava na poltrona da frente, sorriu. Ela também não o suportava.
— Acho isso uma injustiça da sua parte. É a empresa da família e você passou a fazer parte da família, é justo que você contribua com ela.
Revirei os olhos e o William se sentou ao meu lado.
Terry, é o único da família que é um ser chato. Eu não consigo entender como ele tem essa capacidade. No início do meu namoro com o William ele foi totalmente contra, falou para o William na minha frente que ele tinha que manter o padrão e que eu não me encaixava nele. Eu chorei igual a uma infeliz, falei para o William que o irmão dele tinha razão, nunca daríamos certo. Eu não sei como, mas ele me convenceu que daríamos certo sim e que o nosso amor ultrapassaria qualquer barreira.
Sorrir. Eu estou com uma dor no estômago infeliz e o Terry se acha no direito de ficar no meu pé. Eu não faço nada, procuro o máximo não me misturar ou não confrontar o Terry, unicamente para não chatear a família do William e não perder a paciência.
—Injustiça por quê? Por que eu não quero trabalhar no grande império de vocês? Por favor não é Terry? Hoje não, amanhã você enche o meu saco.
Natalie abriu o maior dos sorrisos, ela estava adorando isso, daqui a pouco ela começa a gargalhar, eu estou vendo isso.
—Ah! Para. Você tem a obrigação de fazer parte da (GP), você usufrui dos benefícios da empresa, você tem que parar de ser infantil.
—Já chega, não é? Essa conversa não vai dar em nada. Para de importunar a Melissa, cara._ William colocou sua taça de sorvete no apoio do sofá.
— Em nada o que? Você está há onze anos com ela e nem teve a capacidade de convencê-la a ir para a empresa que você também é o dono.
—Terry o que te deu? Acha que pode chegar aqui e falar as asneiras que você acha que é certo e a gente simplesmente tem a obrigação de ouvir calados por que você acha que está certo? Na boa, eu sempre respeitei você e a sua opinião um tanto egocêntrica, anos atrás você nem me suportava, falava comigo por obrigação. Hoje você quer que eu trabalhe na sua empresa? Por acaso é por que o meu nome saiu na lista dos 30 melhor advogados de LA? Eu não sou obrigada a nada, inclusive não sou obrigada a ficar aqui ouvindo você falar besteiras. Com licença.
Me levantei e peguei o meu copo com água. Ele estava meio de ressaca da bebedeira de ontem à noite, eu não sou obrigada a ficar ouvindo-o falar besteiras, não comigo querendo colocar os órgãos para fora.
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O que eu amo em você
RomanceTodo mundo quer acreditar no amor eterno. Ela mesma havia acreditado, quando tinha 18 anos. Mas sabia que o amor era difícil, assim como a vida. Sofria reviravoltas impossíveis de ser previstas ou mesmo entendidas, e deixava um longo rastro de arrep...