Capítulo 14

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Depois de me convidar para jantar e me levar a um restaurante espetacular aqui em Miami, alguns dias depois Ryder me convidou para uma conferência no The Florida Hotel, e eu não tive nenhuma razão explicita para recusar.  Desde que eu o salvei do assalto na praia ( ou melhor, desde que eu fui absurdamente irresponsável e partir para cima dos bandidos sem ao menos ter uma ideia do que fazer) nós tornamos bons amigos e ele tem me feitos vários convites e em todos eu tinha compromisso, todavia não nesse,  mas o destino não cooperou ao meu favor e  Ryder Bennett Wood, havia acabado de me deixar frente ao hotel a uns cinco minutos atrás em meio a uma tempestade, ele  ofereceu sua casa para que eu ficasse lá até o final da tempestade, mas como eu sou precavida consultei a previsão do tempo no bom e velho Google e para a minha falta de sorte ainda choveria bem muito. Então o convenci de me deixar no hotel para uma boa e calma noite, que de calma não tinha nada. Os ventos estavam fortes e a chuva perfeitamente o acompanhava. Passei pela recepção do hotel e entrei no elevador para o 12° andar. Eu estava completamente encharcada, resultado de descer correndo de um carro em meio a uma tempestade. Previamente separei meus fones e o meu celular, eu ficaria debaixo das cobertas até essa tempestade passar e para o meu bem, eu espero que passe logo. Meu quarto ficava no final do corredor do grande e espetacular Edgewater Beach Hotel. William havia feitos a reserva de nossos quartos um ao lado do outro pensando especialmente no nosso tão querido, estranho e magnifico acordo. Reservou também, no andar abaixo do nosso, o quarto para Caroline e Keully. De repente as luzes do hotel se apagam e eu congelo, putz! Queda de energia em pleno sábado à noite? Só pode ser brincadeira. Acelerei meus passos até o meu quarto, mais do que nunca eu deveria estar debaixo das minhas cobertas! Abrir a porta e me joguei na cama puxando toda e qualquer coberta disponível em cima da cama, coloquei o meu fone.

Não há a menor cogitação de eu sair e ir ao menos trocar de roupas.

Tempestades não são fáceis para mim, nunca foram. Principalmente quando está a noite, sem energia e longe de casa, eu não conseguiria ao menos me mover. Meu corpo travava, era como se fosse um mecanismo de defesa fosse ativado. Mas eu não entendo, defesa? Que defesa? Um forte barulho de trovão ecoou sobre o quarto e nem mesmo a música no último volume foi capaz de abafar o barulho. A janela bateu, estava aberta e provavelmente iria molhar tudo, mas eu não conseguiria ao menos me mover, não depois de já está completamente coberta. Quando a chuva está fraca e está de dia, eu amo. Até ando pela casa tranquila, mas tempestades com trovões e ventos a noite me esmorecem toda, ainda mais quando eu estou há 4.353 km longe de casa e sem energia elétrica.
Eu já estava trêmula, não sei se era de frio ou de medo. Na verdade, eu não poderia querer chorar agora, não é? Não, eu não iria chorar! Engole esse possível choro, Melissa, agora!

A janela bateu e eu me encolhi. Eu precisava lidar com isso, levantar fechar a janela, tomar um banho e trocar essa roupa horrendamente molhada. Chamaria alguma camareira para trocar os lenções da minha cama, visto que minhas roupas molhadas também molharam a cama. Seria isso que qualquer pessoa faria em uma tempestade como essa, todavia, não eu.

— Eu estou aqui está bom? Não precisa se preocupar. _William enlaçou minha cintura por baixo das cobertas, eu retirei meus fones.

— Você... o que você...?_Ainda embaixo das cobertas me virei para olhá-lo.

— Eu sei que você morre de medo de tempestades Mel. Eu iria descer para ver o que aconteceu quando vi sua porta entreaberta, presumir que você estaria aqui e com medo.

Suspirei. Havia alguma  coisa que impedia isso, no nosso acordo de dar um tempo? Abrimos uma exceção sobre beijos, mas sobre esse tipo de situação não havia nada que falava a favor e nem contra.

— E o acordo?

Suspirei.

— Eu não estou chamando você para transarmos. E a não ser que queira, isso é apenas um convite para nos fazermos companhia.

— Justo. Obrigada

— Está toda molhada, Lis, não trocou de roupa? _Retirou a coberta do meu rosto para me olhar.

— Eu entrei correndo, a única coisa que tirei foram meus saltos. Não fechei a janela e pelo visto nem a porta.

Ele sorriu.

— Essa cama está toda molhada, vamos para o meu quarto. Você veste alguma roupa minha e daí a gente dorme.

Era uma ideia totalmente racional, mas havia uma tempestade, uma queda de energia e um acordo entre nós e fora que  eu contei para as nossas  secretarias que iriamos nos divorciar e não estava nas clausulas nos encontrarmos para dormimos juntos.

— Não, eu não vou, pode ir. Eu vou ficar bem. _coloquei meus fones e cobrir meu rosto. Essa tempestade já passaria e enquanto isso, eu aguardaria ouvindo Deep Purple- Perfect Strangers no mais alto volume. Coitado dos meus tímpanos.

Retirou meus fones.

— Vamos  Lis! Ninguém merece uma cama molhada. _Me puxou.

***

— E aí? Melhor? Pelo menos está quentinha. _Ele sorriu me abraçando.

Havíamos trocado de roupas. Os dois, já que meu vestido molhado, o molhou também, estávamos embaixo de umas três cobertas no quarto dele, a tempestade já estava passando.

— Sim, a tempestade já está passando. Aliás, como lembrou?

Ele soltou um sorriso modesto e suspirou.

— Mel, eu não passei por uma lavagem cerebral não. Eu sei de tudo. Eu só... Eu sei que você morre de medo de tempestades, sei que tem um medo horrendo de lagartas por causa do incidente dos quinze anos e da alergia. Sei que você ama a Marvel, mas enaltece a D.C. O seu filme preferido é história cruzadas, sei que você ama a Skeeter por ter coragens de ouvir as ajudantes, sei que você é apaixonada pela Aibileen e pela Minny. Toda vez que você faz ou compra uma torta de chocolate você lembra da astúcia da Minny e odeia a Hilly Holbrook, fica brava pela Celia foot querer se encaixar no grupinho de patricinhas mimadas. A sua cor preferida é preta e sempre rebate que preto não é cor, mas sim ausen...

—Ah! Dane-se!

O beijei. Meu marido estava aqui expondo todos os meus medos e gostos, no meio de uma tempestade em um quarto de hotel longe de casa. Ele veio ao meu encontro mesmo com a gente super se provocando, com um acordo de um tempo e um divórcio para ser assinado.

O destratei, fui arrogante, infantil e mesmo assim ele veio ao meu encontro, mesmo sabendo que eu sair com o Ryder,  mesmo depois de um milhão de recomendação suas, para eu não sair e sei claramente que ele ficou com ciúmes e muito puto por eu ter feito amizade com o Ryder.

Suas mãos sobem até meus cabelos, prende-me a ele e arraiga nosso contato. Minha pele entra em um processo de arrepios, minha razão e consciência abandona-me abruptamente. Eu só conseguia me concentrar em como isso é bom e como suas mãos me acariciando é bom e em como beija-lo é bom, eu estava perdidamente rendida em seus braços. Sem desgrudar nossos lábios, se virou e me posicionou em sua frente. Quando o oxigênio já não nos encontrava, nos afastamos colando nossas testas.

Em um gesto rápido e desesperado, ele volta a colar nossos lábios. Meu coração acelera e desloca-se um arrepio gelado pelas minhas costas, a inusitada química pairava sobre nós. Subitamente todo o quarto clareia e aos poucos nos soltamos. Respiro esperando a razão se firmar e salto da cama.

— Temos um acordo!_ ainda cambaleando sair de seu quarto e entrei no meu. Tranquei a porta.

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