A nossa viagem de navio se encerrou a dois dias atrás, no sábado, quando ele parou na Itália e eu desesperadamente comprei duas passagens de volta para Los Angeles. Convenci o William a voltarmos para que eu pudesse fazer um exame confiável, com médicos que eu confiava, ele por estar absurdamente empolgado, não pensou duas vezes em voltar para Los Angeles comigo. Eu precisava de um exame verídico mesmo que isso me custasse quase dois litros de sangue e bom, para a minha não surpresa, eu realmente estou gravida e com três meses de gestação, o que de fato é um absurdo, sei que biologia não foi a minha matéria favorita da escola, mas, por que o meu ciclo menstrual está perfeito e eu estou com um bebê no meu útero? A minha menstruação além de me humilhar, tinha a função de me deixar aliviada por não ter um bebê no meu útero. Bem, a minha ginecologista explicou que isso é perfeitamente normal e que há casos de mulheres que menstruam até o último mês do nascimento. Aí eu me questiono, então para que raios serve a minha menstruação?
Além disso, eu milagrosamente convenci o panaca do meu marido a não sair espalhando aos quatro ventos sobre a sua possível realidade paterna, visto que, se desse algum erro teríamos mais trabalho para explicar e tal. Ainda mais por ele repetir a cada hora que iria ser pai, a sua empolgação está absurda. Bem, agora ele está a meia hora olhando para ecografia e pensando com quem que o bebê vai parecer. A CRIANÇA AINDA NEM TEM FORMA DIREITO! Ou tem sei lá, com três meses já tem né? Tenho que perguntar isso na próxima consulta.
—É mãe, tem um bebê em minha barriga, tem noção disso? Já imaginou Melissa Coubie mamãe?
Falava com a minha mãe via Skype. Eu havia feito o exame no horário do meu almoço, William não sabia, até porque eu não queria surtar com ele no meu pé berrando que iria ser pai. Igualmente ele fez quando eu cheguei em casa há uma hora. Aproveitei para fazer hora extra hoje na Marlboro e esquecer a minha realidade maternal por algumas horas antes de chegar em casa. Não! Eu não odeio crianças, muito pelo contrário, eu amo! Aquelas mãozinhas pequenininhas são as coisas mais linda do mundo. Mas tenho total noção de que eu não tenho experiencia alguma com isso. E se eu falhar? As chances de eu falhar são absurdas. É isto, esse é o meu medo. Falhar como pessoa, como mãe, como mulher!
—Melissa viajou? Ta pensando em que?_ Minha mãe me chamou atenção, eu estava pensando no meu bebê, não é nisso que eu tenho que pensar agora? Será que é passado para eles o que nós mulheres gravidas, está sentindo? Se sim, desculpa bebê, sua mamãe é um mix de confusão.
—Mãe, eu choro com cólica imagine com um parto real... Eu tenho que parar de assistir vídeos de parto urgente, estou ficando paranoica. Vamos mudar de assunto.
Suspirei e minha mãe não conseguiu conter a gargalhada, o William se deitou ao meu lado na cama com a foto de seu filho nas mãos.
— Mel você vai ficar mais seis meses sem ter cólica e além disso, pode ficar sem menstruar enquanto o seu bebê for amamentado. Olha pelo lado bom. Boa noite, Will!
Sorrir, eu ainda não tinha pensado por esse lado, afinal eu só descobrir que iria ser mãe em um exame concreto hoje, são várias as coisas que tenho que aprender ué!
— Boa noite sogrinha.
— Will estava chorando? Não estão brigando né? O que aconteceu?
O olhei, ele havia chorado mesmo, seus olhos estavam vermelhos. Por que ele chorou? Oi?
— Amor, você estava chorando? O que houve?_ me virei para olhá-lo.
— Estou muito emocionado, qual é? Olha a primeira fotinha do seu netinho, dona Amália!_ pegou a bendita ecografia e colocou frente a câmera do meu celular, sorrir.
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O que eu amo em você
RomanceTodo mundo quer acreditar no amor eterno. Ela mesma havia acreditado, quando tinha 18 anos. Mas sabia que o amor era difícil, assim como a vida. Sofria reviravoltas impossíveis de ser previstas ou mesmo entendidas, e deixava um longo rastro de arrep...