Capítulo 6

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Havia se passado um mês e meio desde que eu propus o divórcio para o William. Combinamos de reaver algumas questões e continuarmos juntos, pelo menos até decidimos se é isso que nós dois queremos mesmo. Bom, o que é bem difícil, já que nos vimos mal no horário do almoço e a noite quando vamos dormir. Conversamos sobre o dia e logo somos vencidos pelo cansaço.

—Melissa, precisamos conversar!

William entrou no escritório, pelo visto ele chegou agora do trabalho. Olhei no relógio, 21:35 da noite.

— O que houve? Está tudo bem?

Mantinha minha atenção no computador. Ele estava com os olhos fixos em mim.

—Levanta e presta atenção.

Me levantei e cruzei os braços o olhando.

—O que aconteceu? É algo grave?

— Olha não aconteceu nada! Eu me esquivei na hora sabe? Nada além de uma pressão de momento. Mas eu preciso te contar, por que antes de tudo você é a minha melhor amiga e a minha esposa.

—Para de dar voltas, fala logo, está me deixando preocupada.

—Eu... Eu... Candece quase me beijou. Foi, não sei. Ela começou a falar de seus sentimentos por mim e eu me sentir fragilizado e quase nos beijamos. Eu fiquei balançado.

Eu lhe proponho o divórcio e ele "quase beija" a secretaria? Parabéns, William, era assim que queria salvar esse casamento? Balançado? Mulher nunca está errada, eu sabia que nosso relacionamento não estava apenas frio, Candace estava terminando de o apagar e o William ficou balançado com isso. Eu não preciso ouvir mais nada, nada mesmo. Embora eu devesse não ligar, eu sentir como se um caminhão de concreto fosse despejado em cima de mim. Por que ele quis fazer um combinado se estava saindo com a secretária? Eu sou uma tola!

—Terminou? _Voltei a me sentar. Ele não merecia que eu perdesse um tempo tão importante que posso estar lendo os relatórios para lhe dar atenção, não merecia mesmo.

—Você não vai falar nada?_ falou bravo.

—O que você quer que eu fale? Quer que eu te dê os parabéns? _Suspirei tentando me controlar, um mix de sentimento me conduzia. Eu queria chorar, arremessar meu computador nele, me lamentar e o agredir.

— Não sei. Eu realmente não sei. Mas você não pode simplesmente ouvir que eu quase beijei outra pessoa e ficar quieta sem esboçar nenhuma reação. Eu no seu lugar ficaria puto.

—Estou sem tempo. Tenho muito trabalho.

Minha voz embargou. Tinha um motivo, eu sabia, mas não queria acreditar. As suas horas a mais em seu trabalho e as viagens supostamente a trabalho com a secretaria, os foras que eu ganhava enquanto ele estava viajando com ela, tinha que ter outra pessoa.

—Desde quando o trabalho ficou em primeiro lugar na sua vida?

—Desde que eu comecei a definir prioridades e nesse momento você não é uma delas. Agora dá licença, tenho que me concentrar. Obrigada por me falar isso. Tinha um motivo, não é? Eu suspeitava, mas agora eu tenho certeza.

Ele saiu e bateu à porta.

Eu não poderia nem reclamar, eu lhe propus o divórcio e ele prontamente foi se acalentar nos braços de outra, ficou balançado por outra. Essa outra a qual eu já suspeitava. Eu só não queria acreditar. Não queria acreditar que realmente ele estava com a secretária. Eu não estava querendo enxergar o óbvio. Seu casamento acabou, se contente Melissa.

Desliguei o computador, sem sombras de dúvidas eu não iria me concentrar, minha cabeça está fritando. Deve ser o sinal de novos galhos crescendo.

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