Capítulo 12

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Alessa

— Abre a porta para que eu entre, Alessa! – É a primeira e última coisa que escuto dele ao telefone.

— Professor...

Chamo, mas ele já havia desligado o telefone. Me levanto sonolenta demais. Está difícil assimilar algumas coisas.

Vou até a janela e separo um pouco as cortinas para que eu possa ver do lado de fora.

Tem um carro parado em frente minha casa, e, é realmente idêntico ao do professor.

Me afasto pensativa. Batidas na porta são as próximas coisas que ouço.

Caminho até a porta e olho pelo olho mágico. Ele está de costas, e, se tem algo que eu nunca poderia negar dizendo que não é dele, ou que, não é ele, são as costas largas e sua altura.

Abro a porta e saiu um pouco para o lado de fora.

— Professor?

Chamo, e sinto o vento gelado me atingir brutalmente. Recuo com metade do meu corpo de volta para dentro.

Ele se vira para mim, com uma expressão assustadora. Não sei definir o que sua face me passa, mas, é arrepiante.

Ele me olha de cima, com os olhos presos em mim.

Me analisando de cima a baixo, notando minha pouca roupa.

— Posso entrar?

Ele pede, como alguém que precisa ser socorrido.

Lhe dou passagem e ele entra. Fica de costas para mim.

— Professor, eu... acho que está meio tarde para termos uma aula agora. – Informo-o, mesmo eu tendo a certeza de que ele já sabe disso.

— Quem disse que estou aqui para te dar aula, senhorita Dylians?

Ele me pergunta, e instantaneamente, sinto aquele mesmo arrepio de antes.

— Então?

Pergunto, tentando esconder minha real sensação.

Ele me olha, firme. Lambe os lábios e os morde, me analisando de cima a baixo. Vejo-o cerrando os punhos, como quem precisa se manter calmo.

Ele se aproxima até que seja difícil olhá-lo nos olhos.

Seu corpo fica colado no meu. Consigo sentir o calor de seu hálito tocando o topo de minha cabeça. Sua respiração está ofegante.

Percebo em volta de minha cintura, uma de suas mãos. Quente e firme. Me segurando.

Quase não me mantenho de pé se não fosse o seu aperto.

Ele se inclina para frente e aproxima nossas bocas.

Olha em meus olhos, tão de perto que é impossível não sentir nenhuma vontade de beijá-lo.

Engulo em seco. O que é isso? Eu... eu quero beijá-lo? 

— Eu tenho que ir...

Ele diz, destruindo todas as esperanças e desejos, que eu nem sabia que tinha. 

Me solta aos poucos e vai em direção a porta. Ele a abre e fica do lado de fora, parado. Se vira para mim uma última vez.

— Eu nunca estive aqui. – Diz e fecha a porta.

Eu fico ali na sala, parada no escuro, sem saber o que dizer ou fazer.

Consigo ouvir o som de seu carro sendo ligado, e de suas rodas saindo em direção a algum lugar.

PROFESSOR - Me Ensine Tudo O Que Sabe.Onde histórias criam vida. Descubra agora