Capítulo 56

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Alessa

— VOCÊ O QUE??? – Reajo ao ouvir a notícia recém saída da boca de Bruno. 

Levanto da cadeira, boquiaberta. Completamente embasbacada!

— Alessa, sente-se por favor. 

Não consigo evitar ter uma reação completamente escandalosa. 

Como que ele pode dizer isso com tanta naturalidade?  Me pergunto em meus pensamentos. 

— Te comprei para tocar pra mim. 

Ele diz, e piora toda a situação. 

Bruno percebe minha reação e arregala os olhos.

— Não este tocar que você esta pensando. Meu Deus, Alessa, tudo para você se resume a isso? – Expressa indignação em sua voz. SIM, ELE EXPRESSA INDIGNAÇÃO NA VOZ... ELE!!!

— Ah, sei lá, deve ser porque um cara que eu mal conheço me trouxe para a casa dele e acabou de revelar com a maior naturalidade do mundo que ME COMPROU! – Digo ironizando a situação, mas ainda sem acreditar.

— Não precisa se estressar. Por favor senta, deixa eu te explicar. – Me pede, ainda agindo como se comprar pessoas hoje em dia fosse algo normal.

— Não vem com essa de "deixa eu te explicar"! – Digo extremamente irritada! — Eu vou embora daqui! Você só pode ser maluco!

Me viro em direção a porta de saída de seu quarto e caminho até ela. Sinto a mão de Bruno me alcançar e me viro bruscamente para ele. 

— Você me pertence agora. Não posso deixar que saia deste jeito. – Ele diz, calmo, como quem diz que precisa escovar os dentes. 

Isso aqui é pura loucura!!! 

— Olha aqui, garoto! – Me desvencilho de suas mãos. — Em que mundo você acha que é normal "compras pessoas"? – Faço aspas com as mãos. 

Ele me olha, e não esboça nenhuma reação. 

Tento decifrar seu olhar, mas me parece impossível. Não sei o que ele esta pensando. Não sei o que ele esta planejando. 

— Vou te levar para a casa de seus pais. – Ele apenas diz, e sai pela porta do quarto, refazendo o caminho que fizemos a poucos minutos para chegar até aqui. 

Caminho atrás dele tentando acompanhar seus passos. 

Percebo que, com ele de costas para mim, posso simplesmente pegar qualquer um destes vasos de decoração e acertar ele em cheio na cabeça. 

Me contenho em não fazer, e apenas sigo ele para fora da casa. 

Ele entra no carro e me observa ainda ao lado de fora. 

— Você mudou de ideia? – Me pergunta. 

Hesito em entrar no carro. Não me parece uma boa ideia fazer isso, principalmente depois de ele agir tão calmamente a minha reatividade explosiva.

— Eu não vou te matar e esconder seu corpo, Alessa. Pode entrar no carro. Vou te levar para seus pais. – Bruno insiste, e me vejo sem saída. 

Entro no carro, rezando pela minha vida. 

Bruno liga o carro e inicia o nosso trajeto. 

Todo o percurso me é conhecido. Ele não ousou mudar de rota em momento algum. Também não disse mais uma palavra desde que entrei no carro. 

Vejo minha casa de longe e meus pais estranhamente saem pela porta principal. 

Mamãe me abre um sorriso sincero. Papai mantém a mesma cara de sempre: a dele. 

PROFESSOR - Me Ensine Tudo O Que Sabe.Onde histórias criam vida. Descubra agora