Conselho

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Yoongi

Depois que a Kim Mi Young foi para o trabalho, liguei para o Namjoon e expliquei o jeito diferente dela e o fato de ela não conhecer quem somos, mas não tive coragem de contar a ele a verdade sobre o porquê estamos morando juntos, talvez ele ficasse irritado. Quando encerrei a ligação, esperei Kim Mi chegar do trabalho, todo esse episódio sórdido de família, me fez ter vontade de ficar mais perto dela.

Ela chegou mais tarde do que o normal. Eu me levantei do sofá e fui ao seu encontro na porta, ela entrou e tirou os sapatos, depois calçou as chinelas e adentrou a casa.

- Oi. - falei, passando as mãos suadas na calça.

- Oi. - Ela ficou parada me encarando. - Está com fome? - ela, perguntou.

- Sim.

- Vamos comer juntos, o lamem do restaurante ainda está quente.- Ela ergueu uma sacola de comida do restaurante e se dirigiu a cozinha.

Sentamos a mesa e ela me entregou em uma vasilha de plástico, o lamem e depois me deu o hashi. Observei ela comendo e meus olhos caíram em sua boca de lábios grossos e rosados, passei a língua em meus lábios, em um gesto inconsciente. Desviei o olha e envergonhei - me por estar olhando dessa forma para ela. Comecei a comer.

Quando acabamos, ela se levantou e pegou as duas vasilhas, foi para a pia e começou a lava-las. Eu não sabia o que fazer, fiquei nervoso de repente.

- Você precisa de alguma coisa? - perguntou ela, me surpreendendo.

- Não, na verdade... - Não sabia o que falar. Ela terminou de lavar e enxugou as mãos em uma flanela, depois aproximou - se de mim, me fitando.

- O que houve? - ela pergunta.

- Tem algo que eu... Gostaria de tentar... - A encarei.

- O quê?

Me aproximei dela e a envolvi com delicadeza e cuidado em meus braços, senti seus músculos se retrairem e ela não correspondeu ao Abraço, parecia estar paralisada. Foi uma tentativa ridícula e eu comecei a me sentir um completo idiota, a soltei com rapidez e virei - me de costas.

Fechei os olhos e contraí a boca em sinal de que havia feito uma besteira e estava certo disso. De repente ela se moveu com rapidez e passou por mim, entrando em seu quarto, relaxei o corpo e suspirei. Como vou conseguir olhar para ela agora?  Tenho certeza de que vou ser odiado pelo resto da vida por ela.

Os dias foram passando e Kim Mi começou a me evitar, eu a via muito pouco agora, e quando nos víamos, ela virava o rosto. Quando eu tentava conversar com ela, ela me dizia que precisava estudar e nem olhava para mim quando eu falava. Estou com um grande problema, agora... Aish. Por que resolvi que precisava abraça - lá tão de repente?

Kim Mi Young

Já era a quarta ou quinta vez que eu olhava para Guk Doo, desejando lhe perguntar algo, mas eu sempre travava. Estávamos no restaurante, trabalhando e o movimento estava fraco.  Olhei de novo para ele e dessa vez, ele veio até mim.

- O que foi, Kiminie? - ele perguntou,  apoiando - se no balcão e me encarando.

- Eu preciso fazer uma pergunta. - Eu disse, timidamente.

- Você? Fazendo perguntas? Acho que vai chover hoje. - Ele diz, rindo.

- Vai me ouvir? - pergunto, virando o rosto.

- Claro, pode perguntar.

- Quando alguém que foi muito rude com você... - faço uma pausa suspirando - alguém egocêntrico... Quando esse alguém te a... - gaguejei - abraça... O que isso pode significar? - pergunto, por fim.

- Hmm... - Ele põe uma mão no queixo e começa a pensar. - Pode significar muitas coisas, mas se esse alguém era rude com você, talvez ele tenha lhe abraçado como um modo de dizer que quer ser seu amigo.

- Oh... - digo impressionada e encarando o Guk Doo. - Você sabe muito sobre essas coisas... - digo, contraindo a boca em um sorriso. Guk Doo fica vermelho.

- Ah... Eu não... - Ele passa a mão na parte de trás  da cabeça, envergonhado e olha para o lado. - de qualquer forma, o que você fez quando essa pessoa te abraçou? - ele perguntou.

- Bem... Eu enrrijeci e não correspondi ao Abraço...

- Por quê? - ele perguntou, abismado.

- Fui pega de surpresa... fazia tempo que não recebia um abraço. Fiquei envergonhada e agora, não consigo olhar para essa pessoa, comecei a evitá - lá, mas...

- Você quer falar com ela, não quer? - ele completa, e eu balanço a cabeça em confirmação.

- Mas é mais do que isso... - olho para o lado. - quero abraça - lo... - falei baixinho, apenas para mim mesma.

- O quê?

- Não é nada.

- Kiminie... Se você quer se desculpar com essa pessoa, você precisa ser verdadeira com ela e se quer aceitar esse pedido de amizade, deixe as coisas acontecerem naturalmente, tudo bem?

- Sim. - sorrio para ele. Ele faz uma cara surpresa e envergonhada para mim. - Obrigada.

- Não foi nada, não foi nada. - Ele sorri. - Vamos voltar para o trabalho?

- Sim.

Guk Doo

Me pergunto, quem será essa pessoa misteriosa... Talvez seja aquele garoto que veio aqui naquele dia. Mas mal pude ver seu rosto, já que estava de máscara e boné. Eu escutei claramente, quando ela disse "quero abraça-lo".

Quando a Kiminie começou a trabalhar aqui, ela não era nada sociável e mal falava três palavras conosco, mas as coisas foram melhorando aos poucos. Por mim, não teríamos contratado ela, mas meu pai insistiu que eu deveria ter uma assistente. Fiz anos de faculdade de culinária e melhorei muito os pratos do nosso restaurante, que acabou ficando muito famoso, então ter meu espaço invadido por uma garota extramamente inteligente, não foi fácil, eu não gostava dela no começo, mas aprendi a conviver com seu jeito diferente e seu orgulho e egocentrismo de futura cirurgiã.

Kiminie não sorri muito e não conversa muito, mas de uns dias para cá... Talvez desde que ela se mudou para sua nova casa, ela tem mudado bastante. Suas conversas fluem mais e ela sorri mais abertamente e até me pediu um conselho.

Ah... Isso não é bom... Talvez eu esteja apaixonado por ela... Mas como me confessar para uma garota que odeia ser sociável e não é muito familiarizada com contado físico? E agora, tem essa tal pessoa que a abraçou. Estou realmente com problemas, jamais imaginária que iria acabar gostando tanto dela assim...

Enfim Só Ou Nem Tanto...Onde histórias criam vida. Descubra agora